Por João Nassif
06/07/2019 - 23:55 Atualizado em 07/07/2019 - 09:41
A Copa Sul-Americana que teve início em 2002, portanto, está em sua 18ª edição tem agora em 2019 a participação de 54 clubes representantes dos 10 países da CONMEBOL, entidade promotora do torneio.
Na primeira edição eram apenas 21 clubes e ano a ano o número de participantes foi sendo alterado até que 2017 a entidade chegou aos 54 participantes atuais.
Participam da Sul-Americana as oito equipes terceiras colocadas na fase de grupos da Copa Libertadores e os dois melhores eliminados na fase preliminar da Libertadores.
Com seis clubes, Brasil e Argentina são os países com maior número de participantes. Os outros oito países completam a grade com quatro representantes cada um.
Os confrontos na primeira fase são definidos por sorteio obedecendo os critérios geográficos determinados pela CONMEBOL. No pote 1 são colocadas as equipes da “zona sul”, representantes da Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Chile e no pote 2 os times da “zona norte”, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
A partir daí, em confrontos no sistema mata-mata os times vão se classificando até o jogo final. Nesta edição de 2019, diferente de outras a decisão será em jogo único, já definido no Estádio Defensores Del Chaco em Assunção no Paraguai.
A Copa Sul-Americana 2002, foi a primeira edição do segundo mais importante torneio de clubes da Conmebol.
Participaram vinte e uma equipes de nove países: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Os clubes do Brasil não participaram pela demora da organização do torneio, o que fez com que não houvesse datas no calendário do segundo semestre.
A Argentina participou com quatro representantes mais o San Lorenzo campeão da Copa Mercosul em 2001. Os demais países participaram com dois clubes cada um.
Na primeira fase os grupos foram formados com os representantes de cada país se enfrentando, e teve uma chave extra com o San Lorenzo que enfrentou o Monagas da Venezuela que havia eliminado o Deportivo Tachira no confronto venezuelano.
A partir da segunda fase os confrontos foram sendo disputados no sistema de mata-mata até que foram apurados os dois finalistas.
Numa perna das semifinais o San Lorenzo eliminou o Bolivar e na outra o Atlético Nacional da Colômbia venceu o Nacional do Uruguai.
San Lorenzo campeão da Sul-Americana em 2002
Na decisão deu San Lorenzo que goleou o time colombiano em Medellin por 4x0 e empatou em zero jogando em Buenos Aires.
Este título permitiu ao San Lorenzo disputar a Recopa Sul-Americana diante do Olímpia, campeão da Copa Libertadores 2002.
Hoje completam cinco anos da maior catástrofe protagonizada pelo futebol brasileiro. Foi no dia 08 de julho de 2014 que a seleção comandada por Luiz Felipe Scolari foi impiedosamente massacrada pela Alemanha em pleno Estádio Mineirão em Belo Horizonte.
Quando o árbitro mexicano Marco Antônio Rodríguez apitou o início do jogo valendo pela semifinal do Mundial disputado no Brasil, ninguém poderia imaginar o que seria visto nos minutos seguintes.
A tragédia começou a ser desenhada aos 11 minutos quando o alemão Thomas Müller marcou o primeiro gol. Do minuto 23 até o minuto 29 aconteceu algo jamais visto em jogo valendo pela semifinal de uma Copa do Mundo envolvendo duas seleções supercampeãs mundiais.
Os quatro gols marcados pelos alemães num intervalo de seis minutos jogaram por terra o sonho brasileiro do hexa. Miroslav Klose, duas vezes Toni Kross e Sami Khedira foram os autores do pesadelo brasileiro.
O gol do Klose lhe deu a marca de maior artilheiro da história dos Mundiais. O alemão marcou um total de 16 gols superando o brasileiro Ronaldo Fenômeno que marcou 15 nas Copas que disputou.
Mesmo desacelerando a Alemanha ainda marcou mais dois gols no segundo tempo com André Schürrle. No finalzinho Oscar marcou para o Brasil o chamado gol de honra.
O tempo jamais deixará que se apague a maior tragédia da história do futebol brasileiro.
Já registrei aqui no Almanaque da Bola que todas as 13 seleções que participaram da primeira edição da Copa do Mundo foram convidadas pela FIFA, portanto foi a única vez em que não houve jogos eliminatórios para que as seleções jogassem uma fase final do Mundial.
Todas elas voltaram a disputar Copas do Mundo e a que teve menos participação ao longo da história foi a seleção da Bolívia que disputou apenas três Mundiais de Futebol.
Os bolivianos além de 1930 no Uruguai voltaram às Copas em 1950 no Brasil novamente como convidada e em 1994 conseguindo via eliminatórias uma das vagas reservadas às seleções da América do Sul.
Bolívia x Brasil na Copa de 1930
Em 1930 a Bolívia disputou duas partidas e perdeu as duas. Fazia parte do grupo com Iugoslávia e Brasil e foi derrotada por ambas pelo placar de 4x0.
Em 1950 caiu no grupo que teve a companhia apenas do Uruguai e no único jogo foi goleada por 8x0.
Nas eliminatórias para o Mundial de 1994 a Bolívia disputou no Grupo 2 junta ao Brasil, Uruguai, Equador e Venezuela. O regulamento previa a classificação para o Mundial das duas primeiras colocadas no grupo. Depois de oito jogos a seleção boliviana ficou na segunda posição, um ponto atrás da brasileira e um ponto à frente da uruguaia.
No Mundial a Bolívia foi eliminada ainda na primeira fase com derrotas para a Alemanha por 1x0 e para a Espanha por 3x1, além de um empate em 0x0 com a Coréia do Sul.
Foi a última aparição da Bolívia numa fase final de Copa do Mundo. Nos seis jogos que realizou em três torneios, perdeu cinco e empatou um. Sofreu 20 gols e marcou apenas um na derrota para a Espanha em 1994.
Entre as 16 seleções que participaram da Segunda Copa do Mundo em 1934 na Itália, 12 eram europeias, duas da América do Sul, uma da América do Norte e uma da África.
O Egito representante africano que derrotou a Palestina nas eliminatórias, depois de 1934 ficou 56 anos sem disputar uma Copa do Mundo, pois somente em 1990 participou da fase final pela segunda vez. Depois, esperou por longos 28 anos para em 2018 disputar na Rússia seu terceiro Mundial de Futebol.
Se para disputar sua primeira Copa em 1934 o Egito precisou de apenas duas partidas eliminatórias contra a Palestina, vencendo ambas por 7x1 no Cairo e por 4x1 em Jaffa, para chegar ao Mundial de 1990 a dificuldade foi um pouco maior.
Delegação do Egito no Mundial de 1934
A seleção egípcia foi a primeira colocada em seu grupo superando a Libéria, Malawi e Quênia. Decidiu a vaga contra a Argélia e se classificou empatando em 0x0 em Constantine e vencendo por 1x0 no Cairo.
A classificação para o Mundial da Rússia foi ainda mais difícil para o Egito. Começou as eliminatórias na segunda fase derrotando a seleção do Chade num confronto direto. Foi derrotado em N’Djamena no Chade por 1x0 e venceu no Cairo por 4x0.
Conseguiu a classificação na fase de grupos, chegando na primeira posição depois de enfrentar Uganda, Gana e Congo.
Na estreia no Mundial de 1934 o Egito foi eliminado depois de perder o primeiro jogo para a Hungria por 4x2.
Em 1990 foi eliminado na fase de grupos após empatar em 1x1 com a Holanda, em 0x0 com a República da Irlanda e perder para a Inglaterra por 1x0.
Na Copa do Mundo do ano passado o Egito também foi eliminado na primeira fase depois de três derrotas. Perdeu para o Uruguai por 1x0, para a Rússia por 3x1 e para a Arábia Saudita por 2x1.
Resumindo nas três Copas que disputou o Egito jogou sete partidas, não venceu nenhuma, empatou duas e foi derrotado cinco vezes. Marcou cinco gols e sofreu 12.
O jogo final da Copa do Mundo da Rússia em 2018 foi o de nº 900 em toda história do torneio. O primeiro jogo da história aconteceu no longínquo 1930 entre França e México em Pocitos no Uruguai.
Nos 900 jogos que já foram realizados, três confrontos foram os mais repetidos.
Brasil e Suécia disputaram sete jogos nos 21 Mundiais já realizados com cinco vitórias brasileiras e dois empates. A seleção brasileira venceu em 1938 por 4x2, em 1950 por 7x1, em 1958 por 5x2, em 1990 por 2x1 e em 1994 por 1x0. Também no Mundial de 1994 houve empate em 1x1 e o outro empate também em 1x1 foi na Copa de 1978.
Brasil x Suécia na final em 1958
Outro confronto que aconteceu sete vezes na história dos Mundiais foi entre a Alemanha e a Iugoslávia/Sérvia. Foram quatro vitórias da Alemanha, em 1954 por 2x0, em 1958 por 1x0, em 1974 por 2x0 e em 1990 por 4x1 e duas derrotas por 1x0 em 1962 e por 1x0 em 2010, além de um empate em 1998 por 2x2.
Outro confronto que aconteceu sete vezes em Copas do Mundo foi entre Alemanha e Argentina. Quatro vitórias da Alemanha, em 1958 por 3x1, em 1990 por 1x0, em 2010 por 4x0 e novamente por 1x0 em 2014. Houve apenas uma vitória da Argentina em 1986 por 3x2 e dois empates, 0x0 em 1966 e 1x1 em 2006.
Em sete jogos Brasil e Suécia decidiram o título somente uma vez em 1958.
Já Alemanha e Argentina também em sete jogos decidiram o título duas vezes, em 1986 e 2014.
No dia 13 de março de 1938 a Alemanha ocupou e anexou a Áustria, evento que foi um dos estopins para a Segunda Guerra Mundial. Assim, era o final do "Wunderteam" ou Time Maravilha que encantou o mundo durante a década.
A Áustria que vencera a Letônia pelas eliminatórias não mais poderia disputar o Mundial da França por não existir mais como país na época da competição.
A FIFA chegou a oferecer a vaga para os ingleses que recusaram e negou a classificação aos letões, preferindo deixar a Áustria na tabela mesmo sem ela poder jogar.
Pelo regulamento do Mundial de 1938 as 16 seleções classificadas formaram por sorteio oito chaves com jogos em eliminatórias diretas.
"Wunderteam" na década de 1930
A tabela marcava para o dia 05 de junho a realização em Lyon do jogo entre Áustria e Suécia que não aconteceu. Foi a primeira e única vez que uma seleção foi derrotada por W.O. em uma Copa do Mundo.
No Mundial seguinte em 1950 no Brasil algumas seleções desistiram após o sorteio dos grupos, mas os jogos que as envolviam não são considerados como vencidos por desistência nas estatísticas oficiais das Copas.
Após a anexação alguns dos principais clubes da Áustria passaram a disputar a Liga Alemã não sem antes passar por uma “limpeza étnica” em seus dirigentes e jogadores.
Em relação à seleção germânica a ideia era montar uma equipe imbatível, incluindo craques austríacos, excluídos os judeus.
Porem alguns dos principais jogadores do "Wunderteam" recusaram-se a atuar pela seleção alemã. Matthias Sindelar, o melhor jogador austríaco alegou lesões e idade avançada, mas na verdade sempre foi opositor do nazismo.
Outro que não atuou pelo time alemão foi Josef Bican que após a anexação optou pela cidadania tcheca e somente não jogou a Copa por questões burocráticas.
Por João Nassif
13/07/2019 - 09:12 Atualizado em 13/07/2019 - 09:12
João Saldanha, jornalista não costumava levar desaforo para casa. Chamado de “João Sem Medo”, o comunista assumido participou de guerrilhas e greves.
Um de seus atos mais polêmicos foi quando aceitou assumir a seleção brasileira que disputaria o Mundial do México em 1970 em meio a uma ferrenha ditadura militar.
João Saldanha
Política à parte, Saldanha era capaz de sacar uma arma e atirar contra o goleiro de seu time do coração que inclusive foi indicado por ele para o clube. Foi como ficou marcada uma das histórias mais incríveis do futebol.
Haílton Corrêa de Arruda, conhecido como Manga, participava da comemoração do título de campeão carioca na sede náutica do Botafogo no dia 19 de dezembro de 1967.
Havia insinuações que o goleiro estaria vendido no jogo final, apesar da vitória do Botafogo por 2x1 contra o Bangu. O suposto suborno teria sido oferecido por Castor de Andrade, então presidente do Bangu.
Depois de uns dias de discussão no programa Roda Viva da TV Cultura quando o comentarista João Saldanha desconfiou de algumas saídas erradas do goleiro e insinuou que poderiam ter corrompido o goleiro, não com dinheiro, mas ameaçando de morte seus familiares. Saldanha afirmou que Manga estava aterrorizado.
Antes da festa a imprensa cobrava satisfação do goleiro e o clima era de apreensão. Saldanha não iria à festa, mas foi convencido por um jornalista que combinou uma armação com seguranças que o segurariam para que Manga o agredisse.
João Saldanha foi e levou dois revólveres para garantir sua segurança. Quando chegou no Mourisco, local do evento, o barulho das conversas era intenso e foi diminuindo à medida que Saldanha adentrava o recinto.
Quando ficou frente a frente com Manga, João Saldanha sacou um dos revólveres, deu dois tiros no chão e o que se viu foi uma corrida desabalada do goleiro que saltou um muro de três metros de altura para fugir das balas.
Foi um dos episódios marcantes deste botafoguense que faleceu na Itália após a final da Copa do Mundo de 1990 aos 73 anos, vítima de um enfisema pulmonar.
O futebol é o único esporte coletivo que produz resultados surpreendentes que se constituem em verdadeiras zebras para usar o vocabulário popular. Quase sempre o futebol mostra casos reais de vitória de times pequenos contra gigantes que ajuda a explicar porque o jogo é tão apaixonante com suas surpresas e incoerências.
Em se tratando de Copa do Mundo, a primeira grande zebra foi a vitória dos Estados Unidos sobre a Inglaterra em 1950 na primeira Copa do Mundo realizada no Brasil.
Gaetjens herói da vitória dos EUA
A preparação da seleção americana que viria ao Brasil começou com uma reunião de jogadores amadores desconhecidos e que partiram para o Mundial sem nenhuma manifestação, mostrando o desinteresse dos norte-americanos pelo futebol.
No Estádio Independência em Belo Horizonte os Estados Unidos enfrentaram a Inglaterra, país dos inventores do futebol e que pela primeira vez disputariam uma Copa do Mundo.
No futebol existem vários clichês, como por exemplo, “futebol é uma caixinha de surpresas”, “o jogo se define dentro do campo”, “quem morre na véspera é o peru”, “futebol são onze contra onze”, entre tantas expressões que mostram de que forma a zebra passeia pelos gramados do planeta.
E não é que a zebra cavalgou por Belo Horizonte!
Perante pouco mais de 10 mil espectadores no dia 29 de junho em jogo valendo pelo grupo 2 da Copa do Mundo de 1950, com um gol do haitiano Gaetjens aos 38 minutos do primeiro tempo os amadores dos Estados Unidos venceram os profissionais ingleses.
Este resultado abalou a seleção inglesa que na sequencia perdeu para a Espanha e foi eliminada do Mundial.
A quinta temporada da principal categoria de carros elétricos chegou ao fim nesse final de semana. O campeonato, extremamente equilibrado, com sete vencedores diferentes em 13 etapas, terminou novamente com francês Jean-Éric Vergne como campeão.
Jean-Éric Vergne
A temporada 2018-19 iniciou com um domínio evidente da equipe BMW, com o português António Felix da Costa vencendo a primeira prova, na Arábia Saudita, em uma boa disputa com Vergne. Em Marrakesh, o português tinha tudo para repetir o resultado, até se enroscar com seu companheiro de equipe e entregar a vitória para Jerome D’Ambrosio, da Mahindra.
No Chile, um novo integrante apareceu na disputa: Sam Bird e o motor Audi. O inglês foi brilhante em Santiago e botou a Virgin nas cabeças do campeonato. A Audi continuou surpreendendo, com um belo desempenho de Lucas Di Grassi, que venceu Pascal Wehrlein na linha de chegada no México. A Mahindra, a Virgin e a Audi agora assumiam o posto de equipes a serem batidas no momento.
Aí veio a virada do campeão na China. Vergne foi o sexto vencedor diferente em seis provas e entrava na disputa. Com Mahindra e BMW em decadência, foi a vez das asiáticas Techeetah e Nissan entrarem em ação. As equipes dividiram o posto de pole position em seis corridas consecutivas. Nesse período, o francês campeão do ano passado venceu mais duas e chegou a prova decisiva em Nova York com 32 pontos de vantagem sobre o brasileiro Lucas Di Grassi.
Na rodada dupla americana – ou seja, uma corrida no sábado e outra no domingo – oito pilotos de seis equipes diferentes ainda tinham chances matemáticas de serem campeões. Os favoritos eram claramente Vergne e Di Grassi, experientes, ambos buscavam o inédito bicampeonato da categoria.
Na primeira prova, corrida perfeita de Sebastien Buemi, o segundo campeão da Formula-E, que volta a vencer uma corrida depois de dois anos, e ainda entregou a primeira vitória para a equipe Nissan. O neozelandês Mitch Evans foi o segundo, com Di Grassi o quinto. Vergne abandonou depois de um enrosco com Felipe Massa.
O título do francês foi adiado para o dia seguinte. Agora a briga pelo caneco se reduziu a quatro pilotos (os quatro citados anteriormente). Buemi era o mais distante, precisava fazer outra pole e vencer a corrida, e Di Grassi, o vice-líder, precisava de uma vitória e torcer para que Vergne ficasse atrás de sétimo.
O suíço bateu na trave, foi o terceiro lugar no classificatório e caiu fora da disputa. Evans, Di Grassi e Vergne ficaram enfileirados na 9ª, 10ª e 11ª posições. A prova, muito movimentada, teve Buemi sofrendo com o carro para se manter na terceira colocação e confirmar o vice-campeonato. O holandês Robin Frinjs volta a colocar a Virgin no topo, com Alex Sims em segundo.
Evans e Di Grassi brigavam com Daniel Abt pela quinta colocação no final da prova até se tocarem na última volta e jogar todas as esperanças, que já eram quase zero, no lixo. O francês se aproveita, faz uma prova limpíssima e termina em sétimo. Di Grassi cai para terceiro na classificação e Frinjs assume a quarta.
Jean-Eric Vergne, que ano passado venceu com certa folga, porém não convenceu muito os fãs, este ano foi brilhante, e mesmo com o campeonato superequilibrado, foi sem dúvidas o mais regular e o mais preparado para levantar a taça. Além do mais, seu time, a Techeetah, também levou o campeonato de equipes, coroando ainda mais o desempenho.
No balanço geral, uma temporada deprimente para os brasileiros. Além de Nelsinho Piquet e Felipe Nasr, que desistiram durante a temporada, Felipe Massa foi péssimo. Conquistou um pódio em Mônaco em uma corrida de exceção e foi constantemente derrotado por seu companheiro Edoardo Mortara. Lucas Di Grassi foi o que teve melhor desempenho, com o terceiro lugar, mas perdeu duas rivalidades importantes, contra Vergne e principalmente para Buemi, que foi muito irregular.
E assim terminamos mais uma temporada para os carros elétricos, com um equilíbrio jamais visto no esporte a motor, e se espera muito mais da temporada 6.
Um dos clássicos de maior rivalidade no futebol sul-americano tem como palco o Estádio Centenário em Montevidéu.
Peñarol e Nacional proporcionaram ao longo da história jogos históricos e decisivos tanto em competições locais como também em torneios sul-americanos.
Um jogo em especial realizado em 1949 ficou marcado até hoje como um dos capítulos históricos dessa rivalidade do futebol uruguaio.
No dia 09 de outubro o Estádio Centenário pulsava com a emoção das duas apaixonadas torcidas na esperança de uma grande partida.
Peñarol e árbitros no "Clássico da fuga"
Apesar da rivalidade o todo poderoso Peñarol, uma maquina de jogar futebol estava no auge o que tornava a empreitada do Nacional uma missão praticamente impossível como para qualquer time do mundo.
Porém, numa rivalidade ninguém se dá por vencido antes do confronto. O Nacional foi para a batalha sabendo que enfrentaria armas como Varella, Ghiggia, Hohberg, Miguez, Schiaffino, Vidal entre outras que no ano seguinte seriam conhecidas pelos torcedores brasileiros.
O Nacional nove anos antes havia goleado o inimigo por 6x0, uma derrota doida que pedia vingança.
No confronto de 1949 o Peñarol saiu na frente com gol de Ghiggia. Pouco antes do intervalo o segundo gol marcado por Vidal depois de um pênalti que gerou a expulsão de Tejera, zagueiro do Nacional.
Em meio a comemoração uma grande confusão que terminou com a expulsão de Walter Gómez, jogador do Nacional.
Em um dos intervalos mais longos do clássico, emoções divididas. De um lado, euforia e esperança de uma goleada homérica. Do outro, indignação com o árbitro e um misto de sentimentos: Medo ou revolta?
Após o retorno do Peñarol ao campo, todos esperavam o a volta Nacional. Retorno que nunca aconteceu. Estava definido o “Clássico da Fuga”. Até hoje ambas as torcidas discutem tal episódio. Talvez o mais marcante do clássico gigante.
Cuba foi o primeiro país caribenho a disputar uma Copa do Mundo.
Por ser o beisebol o esporte mais popular do país, somente nos últimos anos com o incentivo do ex-presidente Fidel Castro que percebeu que o futebol serve como elemento educador é que Cuba vem aumentando sua participação em competições da CONCACAF, a Confederação de Futebol da América do Norte, Central e do Caribe.
Para disputar seu único Mundial em 1938 na França, Cuba se classificou por ter sido a única inscrita para as eliminatórias de sua Confederação.
Como a Copa do Mundo de 1938 com 16 seleções, pelo regulamento foram formados na primeira fase oito grupos em eliminatórias diretas, Cuba pelo sorteio enfrentou a seleção da Romênia e empatou em 3x3.
Foi necessária uma partida desempate e os cubanos venceram por 2x1 passando às quartas de final. O adversário foi a Suécia que venceram por 8x0 eliminando Cuba do Mundial.
Nas eliminatórias para o último Mundial disputado na Rússia, Cuba enfrentou a seleção de Curaçao na segunda fase e foi eliminada. Empatou os dois jogos, o primeiro em zero Willemstad, capital de Curaçao e depois em 1x1 em Havana. Por ter levado um gol jogando em casa ficou fora da disputa das vagas para a Copa de 2018.
Como curiosidade em junho de 2011 foi feito um convite para que o brasileiro Sócrates, que era adepto do regime cubano, assumisse como técnico a seleção cubana. Sócrates não aceitou.
Por João Nassif
16/07/2019 - 16:41 Atualizado em 16/07/2019 - 16:41
A implantação do vídeo arbitragem foi feita depois de muito se estudar a respeito do fim dos debates pós jogos sobre os erros dos árbitros na condução de um jogo de futebol.
Resumindo, o VAR veio para dirimir dúvidas e acabar com a discussão. Aqui no Brasil quando o VAR entra em ação alimenta dúvidas e suspeitas pela incapacidade dos árbitros brasileiros.
Resumindo ainda mais, o VAR veio para acabar com a discussão e as discussões continuam. Não é o caso de tirar o VAR de nossas competições?
No Almanaque da Bola de ontem vimos que Cuba, país caribenho, foi o primeiro representante da CONCACAF, Confederação de Futebol da América do Norte, Central e do Caribe na disputa das Copas do Mundo.
Cuba disputou apenas um Mundial, o de 1938 na França.
Outro representante da CONCACAF, o Canadá país da América do Norte também participou de apenas uma Copa do Mundo, em 1986 no México.
Seleção do Canadá no Mundial do México
O Canadá para chegar ao Mundial disputou as eliminatórias da CONCACAF no grupo 01 da segunda fase enfrentando Guatemala e Haiti. Terminou em primeiro lugar no grupo com três vitórias e um empate.
Venceu o Haiti duas vezes por 2x0, a Guatemala por 2x1 jogando em Vancouver e empatou com a mesma Guatemala em 1x1 em jogo disputado na capital guatemalteca.
Na fase final das eliminatórias Canadá enfrentou Honduras e Costa Rica. Venceu Honduras duas vezes, em casa por 2x1 e fora de casa por 1x0. Empatou duas vezes com Costa Rica, por 0x0 e 1x1.
Somou seis pontos na fase final e foi para o México.
A campanha do Canadá na Copa do Mundo de 1986 foi horrível. Fez apenas os três jogos da primeira fase e sofreu três derrotas. Perdeu para a França por 1x0, para a Hungria por 2x0 e também por 2x0 para a União Soviética.
O Canadá saiu da Copa sem marcar um golzinho sequer.
A Copa Libertadores da América tem no Independiente da Argentina seu maior ganhador com sete títulos. O também argentino Boca Juniors com seis títulos é o segundo clube que mais venceu a competição.
A quase totalidade dos títulos foi conquistada por clubes de maior expressão em seus países e as exceções são bem definidas como ganhadores impensáveis, pequenos em meio aos gigantes do continente.
Um desses pequenos é o Once Caldas da Colômbia que surpreendeu a América ao conquistar o título em 2004.
Once Caldas
A Copa Libertadores de 2004 foi disputada por 36 clubes que na primeira fase foram divididos em nove grupos com quatro clubes em cada um.
O Once Caldas foi o primeiro colocado em seu grupo tendo como adversários o Unión Atlético Maracaibo da Venezuela, o Vélez Sarsfield da Argentina e o Fénix do Uruguai. O Once Caldas terminou a fase com 13 pontos provenientes de quatro vitórias e um empate, sendo derrotado apenas uma vez Vélez jogando na Argentina.
Na segunda fase, oitavas de final o Once Caldas cruzou com o Barcelona de Guayaquil. Empatou as duas partidas, 0x0 em sua sede em Manizalez e em 1x1 jogando no Equador. Decidiu a vaga nos pênaltis e venceu por 4x2.
Nas quartas de final o Once Caldas eliminou o Santos com um empate no primeiro jogo no Brasil e vitória por 1x0 na Colômbia.
Vieram as semifinais e mais um brasileiro sucumbiu à zebra colombiana. Foi a vez do São Paulo que viu os colombianos empataram em 0x0 no Morumbi e vencerem por 2x1 no Estádio Palogrande em Manizalez.
E na decisão da Libertadores de 2004 mais um gigante sul-americano provou da força do time colombiano. O Once Caldas empatou duas vezes com o Boca Juniors, 0x0 na Bombonera e 1x1 na Venezuela. Na decisão por pênaltis a zebra confirmou o título vencendo os argentinos por 2x0.
Por João Nassif
18/07/2019 - 10:13 Atualizado em 18/07/2019 - 10:14
Foi uma quarta-feira alucinante de alto teor de adrenalina com as partidas de volta das quartas de final da Copa do Brasil.
Novamente os jogos foram cercados de polêmica com o VAR sendo decisivo num lance capital, mas mesmo com erro de arbitragem num dos jogos os resultados finais fizeram justiça pelo que os classificados jogaram dentro ou fora de casa.
No início da noite depois de um empate em seus domínios o Grêmio foi a Salvador buscar classificação para mais uma final do torneio. Fez 1x0, teve um pênalti marcado a favor que depois de consultar o VAR o árbitro reverteu e expulsou o jogador do Bahia. Marcações acertadas e o Grêmio classificado.
Em Belo Horizonte, ainda no primeiro horário das partidas o Atlético-MG quase conseguiu empatar a decisão depois de ter tomado 3x0 no jogo de ida. Depois de fazer 1x0 conseguiu o segundo gol nos acréscimos, sem tempo para empatar o confronto e viu o Cruzeiro passar em busca de mais um título da Copa do Brasil.
No Maracanã o cheirinho foi reabilitado. Depois dos 6x1 no Goiás e com novo técnico já idolatrado pela torcida o Flamengo foi em busca da vitória depois de empatar o primeiro jogo em Curitiba. Saiu na frente, tomou o empate e não teve forças para evitar a decisão por pênaltis. Resultado, perdeu três cobranças e frustrou os quase 70 mil torcedores que lotaram o Maracanã. O Athletico Paranaense foi para a semifinal.
E finalmente o jogo no Beira Rio. Aí o grave erro da arbitragem que anulou o gol que daria a classificação ao Internacional ainda no tempo regulamentar. O Inter fez 1x0 no primeiro tempo empatando o confronto, pois o Palmeiras havia vencido em São Paulo. No final da segunda etapa depois da cobrança de um escanteio o gol de cabeça do zagueiro que inexplicavelmente o VAR chamou o árbitro que anulou o gol legitimo. Nos pênaltis a justiça foi feita com a classificação do time gaúcho.
E o Felipão que abra o olho, tem o plantel mais badalado do país, mas continua insistindo em jogadores que não estão entregando o necessário e vai vendo seu time perdendo classificações que teria obrigação de vencer.
A seleção húngara será sempre lembrada pela equipe histórica dos anos 1950 quando conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1952 em Helsinki na Finlândia e o vice-campeonato na Copa do Mundo de 1954 na Suíça.
A Hungria foi a primeira equipe não britânica que venceu a Inglaterra em solo inglês no Estádio de Wembley, em jogo com resultado de 6x3 em novembro de 1953. Na revanche em Budapeste, pouco antes do Mundial de 1954, outra goleada, a Hungria venceu 7x1.
Inglaterra x Hungria em Wembley
Na partida de Wembley a ovação de 105 mil torcedores presentes consagrou a seleção húngara e viram nascer o 4-2-4 de jogo rápido, envolvente e eficiente que destruiu o esquema WM inglês (3-2-2-3) implantado em 1925 e que viveu seu último ato naquele dia.
A goleada marcou o início do processo de transformação do futebol, começando pelo preparo físico e pelo esquema tático, duas armas letais daquele inesquecível time húngaro.
Mesmo com duas goleadas impostas, 9x0 sobre a Coréia do Sul e 8x3 sobre a Alemanha Ocidental a fantástica seleção húngara não conquistou a Copa de 1954, a exemplo da Holanda em 1974 e do Brasil em 1982, outras duas seleções que também não foram campeãs, mas fizeram história na disputa dos Mundiais de Futebol.
Os mais de 102 mil espectadores presentes no Estádio Azteca na Cidade do México viram no dia 17 de junho de 1970 a partida mais alucinante da história das Copa do Mundo.
Itália e Alemanha Ocidental decidiam numa das semifinais o direito de disputar a final contra a seleção brasileira que horas antes havia vencido o Uruguai na outra semifinal.
Itália x Alemanha Ocidental em 1970
Em campo três títulos Mundiais, sob intenso calor o jogo começou com os italianos cheios de fôlego contra os alemães que vinham de uma batalha nas quartas de final contra os ingleses, então campeões mundiais.
Parecia fácil para os italianos que abriram o placar logo aos 8 minutos com Boninsegna. O jogo ia chegando ao final e parecia que os italianos na retranca conseguiram segurar o 1x0.
Engano, Franz Beckenbauer fraturou a clavícula quase no final do jogo. A Alemanha não podia mais fazer substituição e Beckenbauer ao invés de deixar seu time com 10 em campo, voltou enfaixado e sua bravura inspirou os companheiros que conseguiram empatar no minuto final da partida.
E a partir daí, meus amigos o que se viu foram os mais espetaculares 30 minutos da história das Copas do Mundo.
Começou o tempo extra e os alemães exaustos, pois disputavam a segunda prorrogação em três dias marcou com Gerd Müller aos 4 minutos. A Itália empatou aos 8 com Burgnich. Riva fez 3x2 aos 14 e a Itália terminou o primeiro tempo da prorrogação em vantagem.
Na segunda etapa do tempo extra aos 4 minutos novamente Gerd Müller fez de cabeça 3x3, mas um minuto depois Gianni Rivera selou o placar com 4x3 para a Itália.
Na final os italianos exaustos foram presas fáceis para a seleção brasileira.
Todo técnico sabe do potencial que tem em mãos para programar seu time e encontrar um sistema de jogo adequado às dificuldades que irá enfrentar. Em Salvador Gilson Kleina optou para começar com Jean Mangabeira no lugar do Wesley, o melhor jogador do time nesta passagem do campeonato.
Foi visível que o técnico procurou jogar um primeiro tempo com cuidados defensivos, a escalação do Mangabeira mostrou esta disposição, e conseguiu amordaçar o Vitória que criou raríssimas chances sem incomodar o goleiro Luís. Em contra partida o Criciúma também não teve capacidade ofensiva e o goleiro do Vitória foi um mero assistente do jogo.
Como o Criciúma não mudou de postura no segundo tempo, o Vitória pressionado pela torcida e por ser o lanterna procurou dominar o jogo de vez e mesmo com maior posse de bola e jogando no campo do Criciúma continuou não ameaçando Luís.
O Criciúma sem mudar sua atitude estava numa zona de conforto, pois via o adversário rondar sua área sem perspectivas do gol. Desta forma o Criciúma poderia ter alteraraso sua forma de jogar e se até então não molestava o Vitória o jogo pedia a saída do volante substituto do Wesley por um jogador no meio com mais qualidade para fazer o ataque jogar. Não era o Caíque que entrou no lugar do Eduardo que faria a diferença.
O Gilson demorou na mexida que estava escancarada e como a bola pune, um erro fatal do zagueiro deu o gol ao Vitória. Quando fez a mudança esperada com a entrada do Cosenday o jogo já estava em 2x0 e a derrota sacramentada.
Diz o velho ditado: “O medo de perder tira a vontade de ganhar”. E ponto final.
Durante muito tempo o futebol nos Jogos Olímpicos poderia ser disputado apenas por jogadores amadores. O COI não admitia profissionais que poderiam macular o espirito amador dos Jogos, causando desequilíbrio nos torneios.
Desta forma houve o prevalecimento dos países do bloco socialista cujas seleções eram formadas por amadores em virtude do profissionalismo ainda não ter sido implantado nos países sob domínio da União Soviética. As seleções destes países eram formadas pelos melhores jogadores em atividade, mesmo sendo amadores.
Por isso entre as décadas de 1950 e 1970 os países do bloco socialista ganharam muitas medalhas nas Olimpíadas disputadas naquele período.
Em 1952 a Hungria foi medalha de ouro em Helsinki na Finlândia e a Iugoslávia medalha de prata.
Em 1956 nos Jogos de Melbourne na Austrália o ouro ficou com a União Soviética, a prata com a Iugoslávia e o bronze com a Bulgária.
Iugoslávia campeã olímpica em 1960
Em 1960 em Roma a Iugoslávia ficou com o ouro na decisão com a Dinamarca e a Hungria com o bronze. A Dinamarca não era do bloco dominado pela União Soviética.
Em 1964 no Japão, domínio total dos países socialistas. Ouro para a Hungria, prata para a Checoslováquia e bronze para a Alemanha Oriental.
No México em 1968 Hungria e Bulgária foram ouro e prata, respectivamente. Hungria bicampeã olímpica.
Nos Jogos dos anos 1970 em Munique, em Montreal e em Moscou em 1980 os amadores do bloco socialista dominaram o futebol olímpico. Polônia, Hungria, União Soviética, Alemanha Oriental e Checoslováquia ganharam todas as medalhas nestas três edições do futebol olímpico.
Natural de Ribeirão Preto, o jornalista esportivo, comentarista e escritor João Nassif Filho trabalha há mais 50 anos com o futebol. Começou na Rádio Clube Jacareí, passou pela Rádio Gaúcha de Porto Alegre e hoje está na Rádio Som Maior FM de Criciúma. Trabalhou também na TV Gaúcha de Porto Alegre, RCE TV Criciúma e na TV Litoral Sul de Criciúma. Foi colunista do Jornal da Manhã e Jornal A Tribuna de Criciúma. Publicou o Almanaque do Criciúma (1986), o Almanaque das Copas (2013) e Fio do Bigode (2014).Conheça outros Blogs