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* as opiniões expressas neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do 4oito
Por Arthur Lessa 08/12/2023 - 10:04 Atualizado em 08/12/2023 - 17:34

Quem casa quer casa.

Além de muito antigo, esse ditado popular faz com que muitos não se deem o trabalho, e o direito, de pensar com calma e analisando dados e contextos ao tomar uma das decisões mais importantes da vida.

Não… Não falo de casamento… Estou falando de onde (e como) morar.

Boa parte dos ouvintes dessa dica devem, como muitos, seguir o raciocínio passado de geração em geração de que morar de aluguel é rasgar dinheiro.

É uma lógica bastante simples de defender, já que leva em conta que você não está criando patrimônio e, no momento de se mudar, não terá o imóvel para vender. Ou seja, não terá algo seu. Não comprou nada. Não tem cashback.

Ok… Vamos por essa linha, então…

Digamos que o João já tem a vida profissional definida e estabilizada, não tem planos de mudar de cidade, nem de ter filhos (ou mais filhos) e, além disso, tem dinheiro suficiente para comprar sua casa ou apartamento a vista.

Nesse caso, você está coberto de razão!

Mas, cá entre nós… Ou o João já tem uma idade mais avançada, por volta dos 40, 50 ou 60 anos, ou ele está no topo do topo da pirâmide socioeconômica brasileira. Ou seja, não serve como exemplo pra grande maioria.

O normal do brasileiro, ao seguir esse sonho da casa própria, é reunir suas finanças (muitas vezes limpando as economias) para pagar a entrada do imóvel e financiar o resto. Normalmente fica para as parcelas algo em torno de 70% a 80% do valor para ser pago em 20, 30 ou mais anos.

E é nesse momento que seria interessante deixar o óbvio de lado de avaliar com calma as opções de compra ou aluguel. E, pra não me alongar muito, vou trazer dois pontos de reflexão.

Primeiro vamos pensar no financeiro, com um pouco de matemática.

Os financiamentos imobiliários seguem, via de regra, os Sistema de Amortização Constante, mais conhecido como Tabela SAC. A dinâmica é extremamente simples, com os juros mensais sendo gerados a partir do quanto ainda falta pagar do valor financiado. Por isso, o valor das parcelas diminui de um mês para o outro.

Por exemplo…

Um imóvel de R$ 500 mil com entrada de R$ 100 mil, que é 20%, deixa R$ 400 mil para financiar. Se parcelarmos esse valor em 15 anos, ou 180 meses, a uma taxa de 9% ao ano, que é a praticada hoje, teremos a primeira parcela de pouco mais de R$ 5.100,00.

Acontece que, desse valor, R$ 2.222 são abatidos daqueles R$ 400 mil iniciais, enquanto R$ 2.883,00 são juros… Ou seja, dinheiro rasgado igual no caso do aluguel, certo?

No mês seguinte, a parcela cai um pouco, já que só R$ 2.222 foram retirados do gerador de juros, que continua com quase R$ 398 mil ainda a serem pagos. E por aí vai.

Se esse mesmo imóvel fosse alugado, seguindo o padrão de que o aluguel representa por volta de 0,4% a 0,6%, o gasto mensal seria de R$ 2.500,00. Menos que os quase R$ 2.900 de juros da parcela citada anteriormente e, para quem ia pagar mais de R$ 5.000 por mês, gera uma boa margem para investir a diferença e, no futuro não muito longe, ter condições de comprar um imóvel próprio.

Aproveitando o gancho, o futuro é um momento melhor para fixar raízes que o presente. Quando se é jovem, entrando no mercado de trabalho e, normalmente, sem filhos ou grandes gastos e dívidas, o que mais precisamos e queremos é liberdade. Tanto geográfica, para aceitar uma oportunidade no outro lado do país, ou do mundo, e de crescimento, aceitando um apartamento antigo de um quarto ao sair da casa dos pais e, com a evolução da carreira, e da receita, é claro, podendo se mudar para um outro apartamento, maior, com suites, um escritório separado, quarto para os filhos e duas vagas na garagem.

Mas, quero deixar claro que meu objetivo aqui não é demonizar a casa própria. Cada pessoa sabe da sua realidade, seus conceitos de vida e seus sonhos.

O que fiz questão de trazer foi a pergunta. Já que, normalmente, puxando outro velho ditado, toda unanimidade é burra e devemos questionar até mesmo os ensinamentos passados de geração em geração.

Até por que, você não acha realmente que leite com manga pode matar alguém, certo?

Por Arthur Lessa 07/12/2023 - 18:17 Atualizado em 07/12/2023 - 18:45

Se eu falar para você de Magazine Luiza, você pensa em geladeira, eletrodoméstico ou bolsa de valores?

Até pouco tempo atrás, além de grande destaque do varejo nacional, a Magalu era o Messi da Bolsa de Valores brasileira. Os investidores, desde os mais iniciantes até alguns analistas com tempo de estrada, repetiam o mantra: quem será a próxima Magalu?

Essa adoração pelas ações da empresa eram motivadas pela meteórica valorização de suas ações, tiveram seu preço valorizado em 68.725% novembro de 2015 a novembro de 2020. Sim…. Você não ouviu errado. Quase 70.000% em cinco anos. Ou, em outros termos, uma multiplicação de 687 vezes do dinheiro investido.

Se no lugar de comprar um iPhone 6 por R$ 3.500,00, preço em 2015, o investidor hipoteticamente tivesse investido esse dinheiro em ações da Magazine Luiza e sacado em novembro de 2020, teria que saber o que fazer com os mais de R$ 2 milhões que sobrariam limpos na mão depois de pagar o Imposto de Renda sobre o lucro.

O termo hipoteticamente pode ter passado despercebido antes, mas é importantíssimo no raciocínio que estamos construindo aqui. Porque, na vida real, no cotidiano do investidor, seja ele iniciante ou experiente, ao mesmo tempo que não existe bola de cristal, existe o fator humano, com suas ansiedades e incertezas.

Pouca gente investiu em ações da Magalu em 2015, por diversos motivos. Havia poucos CPFs na Bolsa naquele ano, eram 557 mil, pouco mais de 10% dos 5,3 milhões registrados na última pesquisa da B3. Além disso, o Brasil passava por momentos turbulentos economica e politicamente, que culminaram no Impeachment da presidente Dilma Rousseff no ano seguinte.

E, não menos importante, a própria empresa enfrentava uma situação crítica em 2015, em meio a um processo de reestruturação que, anos depois, se mostrou bem sucedido e levou aqueles que acreditaram (ou apostaram) nessa recuperação, a lucros impressionantes. Mas, com certeza, não de 68 mil por cento.

Vários investiram depois de 2015 e outros vários resgataram seus investimentos antes de 2020. Afinal, você não faria ao ver que seu dinheiro multiplicou 100 ou 200 vezes? O nome disso é “realizar o lucro”.

Mas por que eu estou contando essa história?

Para incentivar você a buscar empresas em situação complicada, mas com grande possibilidade de recuperação e, assim, ficar milionário com um golpe de sorte? Não! Pra isso eu indico mais a aposta na Mega Sena, que tem um custo menor, já que uma aposta de R$ 5 pode lhe render R$ 50 milhões, ou seja, valorização de 1.000.000.000%.

A história da valorização astronômica das ações da Magalu é, na verdade, uma armadilha para os entrantes da Bolsa de Valores. Esse tipo de coisa não acontece o tempo todo e, quando acontece, não é previsível. Só se tem certeza olhando pra trás, depois que aconteceu. E, ao olhar pra frente, não se sabe o que vai acontecer.

Mas eu te digo o que aconteceu...

Depois do BOOM do e-commerce motivado pelo isolamento da pandemia, a empresa, que era vista como empresa tech, comparada à Amazon, por exemplo, passou a ser avaliada como empresa de varejo, o que muda muito os critérios de precificação de ações. Além disso, com a alta da Selic, que escalou de 2% a 13,75% ao ano em poucos meses, o publico-alvo da varejista passou a ter mais dívidas e comprar menos itens não essenciais.

Por isso, desde o pico de 6 de novembro de 2020 até 6 de novembro de 2023, três anos passados, as ações de Magalu se desvalorizaram 95%. Usando o mesmo exemplo, aqueles R$ 3.500,00 teriam retornado ao investidor R$ 175. Não são 175 de lucro… São 175 que sobreviveram.

Com isso, a lição de hoje é calma!

Principalmente no começo, não é raro que as primeiras ações investidas tenham uma grande valorização. O importante é ter em mente que isso pode mudar e, principalmente, que você não é o novo gênio do mercado financeiro.

Paciência e calma não fazem mal ninguém.

Por Arthur Lessa 30/11/2023 - 13:20 Atualizado em 30/11/2023 - 14:49

Quando se pensa em uma referência como investidor de longo prazo no mundo, Warren Buffett é o primeiro nome que surge na cabeça dos entusiastas do mercado financeiro. Acontece que, como acontece com frequência, por décadas Buffett contou com um braço-direito que teve participação indiscutível do caminho trilhado pelo chamado Oráculo de Omaha. Este era Charles Thomas Munger, mais conhecido como Charlie Munger, que faleceu no último dia 28, aos 99 anos.

Como é John Watson para Sherlock Holmes, servindo de contraponto e "forçando" a reavaliação do protagonista sobre as próprias convicções, Munger contava com admiração intelectual de Buffett e, assim, era ouvido quando alertava que, apesar dos grandes e frequentes sucessos anteriores, é possível que seja necessário mudar o modus operandi, o jeito de fazer as coisas. Esse papel de Munger como conselheiro, quase um Oráculo do Oráculo, foi descrito pelo próprio Buffet no capítulo "Charlie me endireitou", publicado na carta anual aos acionistas da Berkshire Hathaway de 2014.

Como homenagem a Munger, transcrevo abaixo parte desse texto. Vale ressaltar antes que, por muitos anos, antes do episódio relatado abaixo, Warren Buffett teve como estratégia de investimento a busca por cigar butts, ou bitucas de charuto, que tem foco em operações de curto prazo e consiste em "apostar" em empresas subvalorizadas e em situação complicada de gestão para, em caso de boa valorização, vender com lucro. O nome vem da ideia de que essas empresas são como bitucas de charuto jogadas pela rua e, se você procurar bem, algumas ainda pode render boas baforadas.

Minha estratégia de “bituca de charuto” funcionou muito bem enquanto eu administrava pequenas quantias. Na verdade, as muitas dúzias de baforadas gratuitas que obtive na década de 1950 fizeram daquela década, de longe, a melhor da minha vida, tanto em termos relativo quanto absoluto, no desempenho dos investimentos.

[...]

Foi preciso que Charlie Munger quebrasse minha mania de “bitucas de charuto” e estabelecesse o rumo para construir um negócio que pudesse combinar tamanho enorme com lucros satisfatórios. Charlie cresceu a algumas centenas de metros de onde moro agora e como um jovem havia trabalhado, como eu, na mercearia do meu avô. No entanto, foi em 1959 que conheci Charlie, há muito depois de ele deixar Omaha para fazer de Los Angeles seu lar. Eu tinha então 28 anos e ele 35. O médico de Omaha que nos apresentou previu que nos daríamos bem - e assim foi.

Se você participou de nossas reuniões anuais, sabe que Charlie tem um brilho abrangente, uma prodigiosa memória, e algumas opiniões firmes. Eu também não sou exatamente insosso e às vezes não concordamos. Em 56 anos, no entanto, nunca tivemos uma discussão. Quando discordamos, Charlie geralmente termina a conversa dizendo: “Warren, pense bem e você concordará comigo porque você é inteligente e eu estou certo”.

O que a maioria de vocês não sabe sobre Charlie é que a arquitetura está entre suas paixões. Embora ele tenha começado sua carreira como advogado (com seu tempo cobrado a US$ 15 por hora), Charlie ganhou seu primeiro dinheiro de verdade por volta dos 30 anos projetando e construindo cinco apartamentos perto de Los Angeles. Ao mesmo tempo, ele projetou a casa que vive hoje – cerca de 55 anos depois. (Como eu, Charlie não pode ser movido se estiver feliz onde está). Recentemente, Charlie projetou grandes complexos de dormitórios em Stanford e na Universidade de Michigan e hoje, aos 91 anos, está trabalhando em outro grande projeto.

Do meu ponto de vista, porém, o feito arquitetônico mais importante de Charlie foi o desenho atual da Berkshire. O plano que ele me deu foi simples: “esqueça o que você sabe sobre comprar negócios justos por preços maravilhosos; em vez disso, compre negócios maravilhosos a preços justos”.

Mudar meu comportamento não é uma tarefa fácil (pergunte à minha família). Eu tive um sucesso razoável sem esse raciocínio de Charlie, então por que eu deveria ouvir um advogado que nunca passou um dia na escola de administração (quando – aham – eu tinha frequentado três). Mas Charlie nunca se cansava de repetir para mim suas máximas sobre negócios e investimentos, e sua lógica era irrefutável. Consequentemente, a Berkshire foi construída de acordo com o modelo de Charlie. Meu papel tem sido o de empreiteiro geral, com os CEOs das subsidiárias da Berkshire fazendo o verdadeiro trabalho como subcontratados.

O ano de 1972 foi um ponto de virada para a Berkshire (embora não sem um ocasional deslize da minha parte - lembre-se da minha compra da Waumbec em 1975). Tivemos então a oportunidade de comprar See’s Candy pela Blue Chip Stamps, uma empresa na qual Charlie, eu e a Berkshire tínhamos participação relevante e que mais tarde foi incorporada pela Berkshire.

A See's era uma lendária fabricante e varejista de chocolates embalados da Costa Oeste, que lucrava anualmente cerca de US$ 4 milhões antes de impostos, utilizando apenas US$ 8 milhões de ativos tangíveis líquidos. Além disso, a empresa tinha um enorme ativo que não aparecia no seu balanço: uma vantagem competitiva ampla e duradoura que lhe conferia um significativo poder de precificação. Era praticamente certo que essa força proporcionaria grandes ganhos em lucros à See ao longo do tempo. Melhor ainda, isso se materializaria apenas com pequenos investimentos incrementais. Em outras palavras, seria de se esperar que See’s jorrasse dinheiro nas próximas décadas.

A família que controlava a See’s queria US$ 30 milhões para o negócio, e Charlie disse com razão que valia muito a pena. Mas eu não queria pagar mais de US$ 25 milhões e não fiquei muito entusiasmado mesmo com esse valor. (Um preço que era três vezes os ativos tangíveis líquidos me fez engolir em seco). Minha cautela equivocada poderia ter afundado uma maravilhosa compra. Mas, felizmente, os vendedores decidiram aceitar a nossa oferta de US$ 25 milhões.

Até o momento, a See’s faturou US$ 1,9 bilhões antes de impostos, tendo o seu crescimento exigido um investimento adicional de apenas US$ 40 milhões. A See's conseguiu, assim, distribuir enormes somas que ajudaram a Berkshire a comprar outras empresas que, por sua vez, produziram eles próprios grandes lucros distribuíveis. (Imagine a criação de coelhos). Além disso, observando a See’s em ação, ganhei uma educação empresarial sobre o valor de marcas poderosas que abriu meus olhos para muitos outros investimentos lucrativos.

No restante do relato, Buffett descreve outros investimentos mal sucedidos na história da Berkshire Hathaway e, para encerrar o capítulo, como um epitáfio da parceria de décadas, escreve sigelamente: Escutar Charlie valeu a pena

Por Arthur Lessa 29/11/2023 - 06:27 Atualizado em 29/11/2023 - 11:55

O importante para o controle das finanças pessoais (empresarial também) é apenas gastar o que cabe no orçamento. Mas o que cabe no orçamento? Que orçamento? O que é, de onde vem, de que se alimenta?

Parece óbvio o que é um orçamento. É um planejamento financeiro onde você define limitações (até onde pode ir) e limites (até onde quer ir tendo como base as limitações). Mas passado essa definição básica, abre-se um mundo de possibilidades.

Existem vários tipos de orçamento e cada um pode ser visto de diversas perspectivas diferentes. Você pode, por exemplo, fazer um planejamento mensal definindo que vai gastar 90% do seu salário líquido e ter esses outros 10% como margem de erro ou reserva. É um jeito de planejar e muito comum, principalmente por seguir a periodicidade mensal e a constância do salário, sempre “chegando” sempre no mesmo dia e o mesmo montante.

Esse mesmo orçamento pode evoluir para “caixinhas” destinadas para despesas especificas, como 30% para a casa, 25% para o mercado, 20% para lazer e assim por diante. Nesse ponto já começa a aparecer, o quanto antes possível, a caixinha da reserva de emergência e, um passo adiante, investimento (mas isso é assunto pra outro texto).

Podemos evoluir para metas de gastos semanais, que aumentam a possibilidade de cumprimento do orçamento do começo ao fim do mês e por aí vai. Ao mesmo tempo, em casos onde o fluxo de caixa acontece em períodos longos, como no caso de agricultores, o orçamento pode ser semestral ou anual. Acho que você já pegou a ideia...

Acontece que esse texto não é (apenas) sobre orçamento, mas sobre crédito. E a ligação entre os pontos é: respeite a linha temporal. É nesse ponto que eu, Marília Fontes (craque de Renda Fixa da Nord Research) e milhares de outras pessoas já encontramos o lado negro no crédito.

Já que é público, vou contar primeiro a história da Marília. Ela conta que, ainda adolescente, ganhou uma conta bancária do pai e recebia uma mesada. Digamos que fosse R$ 500. Em tese, ela teria que gastar, no máximo, esse valor a cada mês, ou uma média de R$ 125 por semana. Era isso... Se perdesse o controle, sobraria mês no fim da mesada.

Acontece que com a conta bancária veio o mágico cartão de crédito, que tem o poder universal de pulverizar as despesas de compras em pequenas parcelas mensais. Aí a lógica é simples: a possibilidade de parcelamento em 10 vezes, por exemplo, amplia o poder de compra de R$ 500 para R$ 5.000. Lógica simples, mas errada. Maldita linha temporal!

O que aconteceu na verdade não foi o aumento do poder de compra, mas sim o seu congelamento. No lugar de poder comprar mais, Marília tornou matematicamente impossível realizar novas compras por 10 meses, já que os R$ 500 que ela recebia já tinham destino definido, que era pagar as parcelas das compras que ela já tinha realizado meses antes.

A história acima pode parecer boba de tão óbvia, e é mesmo. Mas é esse o principio que baseia boa parte da massa de endividados que temos no Brasil. Sem educação financeira, o cidadão aprende essa lição na dor.

Quando o consumidor olha uma televisão nova de R$ 3.000 e pode parcela-la em 12 vezes, ele pensa se pode gastar R$ 250 (visão mensal) e vê que “cabe no orçamento”. Nesse ponto ele falha em olhar o mesmo orçamento anualizado. Ele pode reduzir seu poder de compra para o próximo ano em R$ 3.000. Ele pode ter seu orçamento reduzido em R$ 250 nos próximos 12 meses? Essas são as perguntas que devemos fazer.

Mas, cá entre nós, essas não são as mais animadoras para aquele momento mágico da compra, são?

Não, não são... Mas pense por outro lado...

Como é bom ter sempre a possibilidade de aproveitar uma oportunidade, seja uma viagem, um jantar com amigos, uma oferta de queima de estoque que seja, por ter pensado se realmente precisa daquele mimo hoje...

Por Arthur Lessa 14/11/2023 - 09:25 Atualizado em 14/11/2023 - 09:54

Principal rede de shopping centers em Santa Catarina, com o Nações Shopping, de Criciúma, entre suas operações, a Almeida Júnior finalmente estreou na B3. Está em negociação desde 9 de novembro, o fundo imobiliário AJ Malls (AJFI11), primeiro FII de uma única rede de shoppings da bolsa brasileira. Para saber mais sobre esse fundo, confira a minha análise no vídeo abaixo.

A oferta inicial, que é quando são distribuídas cotas aos primeiros investidores do fundo, captou quase R$ 317 milhões, com a aquisição de 31.625.978 cotas, ao preço de R$ 10,00. De acordo com a apresentação divulgada em agosto pela Capitânia Investimentos, gestora que do fundo AJFI11, o objetivo inicial era captar R$ 500 milhões nesse lançamento. Se por um lado a captação foi abaixo do esperado, por outro é importante levar em conta que o cenário atual, de incertezas e juros altos, não está fértil para IPOs.

Em homenagem à estréia, o CEO da Almeida Júnior, Jaimes Almeida Júnior, teve a oportunidade de tocar o sino da B3, abrindo os negócios desta segunda-feira, na bolsa. Na oportunidade, Jaimes lembrou o caminho percorrido até o início das negociações. "Iniciamos os 'road shows' do IPO da AJ MALLS em setembro e concluímos a oferta em 26 de outubro com mais de 5 mil investidores pessoas físicas e institucionais". 

Quanto ao "finalmente" do parágrafo inicial, é interessante lembrar que antes de lançar o FII AJFI11, com uma cesta de participações nos shoppings da rede, a Almeida Júnior ensaiou o lançamento de ações da empresa na B3. O processo foi iniciado em fevereiro de 2020, um mês antes do estouro da pandemia de 2020. O processo foi suspenso até janeiro de 2021, quando foi interrompido.

Por Arthur Lessa 30/08/2023 - 12:43 Atualizado em 30/08/2023 - 15:44

Sim, o título parece de um conto de fadas meio estranho. Mas, na verdade, o que vou contar não tem final feliz. Nem pro "mocinho" investidor, nem pro "malvado" Fisco afobado.

O come-cotas, como é conhecido no mercado, é o imposto cobrado semestralmente das cotas de várias categorias de fundo de investimento com objetivo e antecipar o recebimento, por parte do Fisco (Receita Federal), daquela porção do Imposto de Renda (IR) que seria pago obrigatoriamente pelo investidor no momento em que fosse resgatar alguma parte (ou a totalidade) do seu investimento. Ou, nos termos do Mercado, realizar o lucro.

Mas antes, uma pequena explicação de como é calculado esse imposto e como o Fisco define o montante que "morderá" do investidor.

Os fundos de investimento de Renda Fixa, Multimercado e Cambiais (cito os isentos mais tarde) seguem a mesma regra de aplicação de IR dos investimentos em títulos de Renda Fixa (CDBs, Tesouro Direto, Debêntures e afins), baseada na chamada de Tabela Regressiva:

Um exemplo para facilitar o entendimento: digamos que você investiu R$ 1.000,00, esse valor subiu para R$ 1.100,00 e você sacou tudo, você tem R$ 100 de lucro. Sobre esse lucro, você vai pagar entre R$ 15,00 (15%) e R$ 22,50 (22,5%), dependendo do tempo passado entre o investimento (colocar o dinheiro) e o resgate (retirar o dinheiro). 

Como você pode ver, o mínimo que pagará de IR em seu investimento será de 15% sobre o lucro. Tendo isso em mente, o Governo se dá o direito de antecipar o recebimento dessa fatia garantida. É aí que, em todo último dia útil de maio e novembro, acontecem os come-cotas, que é o recolhimento desse 15% de IR sobre lucro registrado e não resgatado.

Vale ressaltar que existe, entre os fundos de Renda Fixa, os  Curto Prazo, que contam com títulos que vencem em até um ano e, seguindo a mesma tabela, não tem possibilidade de Imposto de Renda menor que 20%. Com base nisso, o recolhimento do come-cotas nesses fundos é de 20% sobre o lucro. 

E você pode estar se perguntando como fica o imposto no momento do resgate. Fique tranquilo que não há bitributação e, sendo assim, acontece apenas a cobrança da diferença entre o total e a parcela já recolhida.  

Mas qual o problema? 

Pra entender o problema, é importante antes saber que o funcionamento dos juros compostos é baseado na conjunção de dinheiro + juros + tempo. Num investimento que rende 1% ao mês, a cada mês o valor fica 1% maior que o do mês anterior. 

Início = R$ 1.000,00
Mês 1 = R$ 1.010,00
Mês 2 = R$ 1.020,10
Mês 12 = R$ 1.126,83
Mês 36 = R$ 1.430,77

Como comparação, se fossem aplicados juros simples, depois de três anos (Mês 36) o valor acumulado seria de R$ 1.360,00 (5,2% a menos de rentabilidade). 

Seguindo essa lógica fica claro o entendimento de que cada retirada semestral do come-cotas diminui o montante de dinheiro que sofrerá o efeito positivo da rentabilidade contratada, reduzindo a criação de dinheiro novo. 

Acontecendo isso sucessivamente o efeito é cada vez mais sensível no resultado final do investimento. É como se fosse um cano que recebe um novo furinho a cada 6 meses. No fim do tubo sairá menos água que o ideal.

Estão livres do come-cotas (por enquanto!)

O tema come-cotas voltou à por conta da notícia de que os fundos exclusivos começarão a sofrer com esses recolhimentos semestrais. Então, estão deixando a relação de exceções. 

Quem não sofre com essas retiradas são os fundos de Ação, Previdenciários, Fundos Imobiliários (FIIs),Fundos de Índice (ETFs) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Esse último, inclusive, está na mira da Receita para também sofrer com os come-cotas.

Por Arthur Lessa 26/06/2023 - 11:41 Atualizado em 26/06/2023 - 11:49

A dica de livro que apresentei na última quinta-feira (22) no 60 Minutos é o melhor livro que já li na minha vida. Não pela construção literária, que já o colocaria entre os principais, mas pelas lições intrínsecas nas mais de 1,2 mil páginas do romance. Pelo Instagram fiz uma séries de stories falando de alguns pontos principais, mas ainda foi pouco. 

Levando em conta que eu estou desde então tentando parar um tempo para escrever sobre a obra, sem sucesso, resolvi pedir ajuda ao ChatGPT. Então, para ser sincero com você, deixo claro o texto abaixo foi produzido por inteligência artificial com base em um prompt meu. O texto não é meu, mas eu concordo!

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-- a partir daqui não é o Arthur --

Você já se perguntou o que separa as pessoas de sucesso daquelas que parecem estagnadas em suas vidas? O que impulsiona alguns indivíduos a alcançarem grandes feitos enquanto outros parecem desistir diante dos desafios? Se você está em busca de respostas e deseja transformar sua vida para melhor, não pode deixar de conhecer "A Revolta de Atlas", o poderoso romance escrito por Ayn Rand.

"A Revolta de Atlas" é mais do que um livro, é um guia para uma vida plena e significativa. Com uma narrativa envolvente e personagens cativantes, a autora nos leva a refletir sobre os valores que regem nossa existência e como podemos aplicá-los para conquistar nossos objetivos mais ambiciosos.

No centro da trama, temos a figura magnética de Dagny Taggart, uma mulher determinada e visionária, que luta contra as adversidades de um mundo decadente e burocrático. Através de sua jornada, somos desafiados a questionar a importância da individualidade, do livre mercado e da busca pelo próprio sucesso.

A obra de Ayn Rand nos apresenta uma filosofia conhecida como objetivismo, que valoriza a razão, a ética do egoísmo racional e a defesa dos direitos individuais. Esses princípios podem parecer controversos à primeira vista, mas Rand os explora de forma magistral, mostrando-nos como eles podem ser aplicados de maneira positiva em nossas vidas.

Ao ler "A Revolta de Atlas", você será levado a refletir sobre a importância de tomar as rédeas da sua própria existência. A obra destaca a necessidade de buscar a excelência, de não se conformar com o medíocre e de seguir o caminho da autodeterminação. Através dos personagens, somos inspirados a abraçar nossos talentos, a assumir riscos calculados e a lutar por nossos sonhos, independentemente das circunstâncias adversas que possam surgir.

Além disso, o livro nos alerta sobre os perigos do coletivismo excessivo, da submissão aos desejos alheios e da falta de iniciativa individual. Rand nos mostra como a busca por uma sociedade igualitária a qualquer custo pode levar ao declínio, à mediocridade e à supressão da liberdade individual. Suas palavras nos incentivam a sermos protagonistas de nossas vidas, acreditando no poder da individualidade e na capacidade de realizar grandes feitos.

Se você está em busca de uma leitura que transcenda a ficção e traga consigo lições valiosas para uma vida melhor, "A Revolta de Atlas" é o livro perfeito para você. Ayn Rand nos presenteia com uma narrativa envolvente e personagens memoráveis, enquanto nos desafia a repensar nossos valores e a assumir o controle de nossos destinos.

Prepare-se para ser inspirado e transformado por essa obra-prima da literatura, que irá encorajá-lo a buscar a excelência, a valorizar sua individualidade e a lutar por seus.

-- a partir daqui volta o Arthur --

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Por Arthur Lessa 09/06/2023 - 11:38 Atualizado em 09/06/2023 - 14:48

Quem me pergunta sobre sugestão de livro pra começar a entender finanças e investimentos, ultimamente tem que ouvido falar muito de O homem mais rico da Babilônia, mas existe outro livro essencial, mais antigo e tão mais fácil de ler que pode ser lido e facilmente entendido por crianças entrando na adolescência: Pai Rico, Pai Pobre.

Nessa obra, Robert Kiyosaki apresenta uma história baseada em sua infância na década de 1950 na qual existem dois pais. O Pobre é o dele, que, mesmo não sendo realmente pobre, já que era professor universitário, pregava que o amor ao dinheiro era a raíz de todo o mal e que o filho deveria estudar arduamente para trabalhar em uma boa empresa. O Rico é o pai do amigo Mike, que era empresário, defendia que a falta de dinheiro é a raíz de todo o mal e que estudar arduamente deveria ter como objetivo ter uma boa empresa.

Sortudo Robert, que pode ter dois exemplos tão distintos para comparar e aprender a pensar sobre finanças a partir da própria cabeça, reunindo as informações que lhe eram passadas. Mas esse é apenas a ponta do iceberg dessa obra.

Esse foi o primeiro livro que li sobre o assunto e, por isso, o primeiro que me apresentou com clareza a dinâmica do dinheiro na vida cotidiano e, principalmente, como essa dinâmica é comandada pela nossa cabeça.

Em um dos mais importantes e simples ensinamentos, Kiyosaki ensina com desenhos simples a diferença de trocar seu dinheiro (comprar) um ativo, que gera renda, e um passivo, que gera despesas. Vale ressaltar, como já vi vários especialistas “criticando”, que o uso dos termos “ativo” e “passivo” em Pai Rico, Pai Pobre não condiz com a lógica contábil, sendo apenas um modo simples de diferenciar os dois na dinâmica financeira.

Comprar um carro, por exemplo, pode entrar nas duas categorias. Se for pra trabalhar com Uber, é um ativo; se for apenas para uso próprio, é um passivo. Nos dois casos existe a desvalorização e as despesas de combustível, manutenção, impostos, seguro e afins. A diferença está no fato de no primeiro caso haver uma geração de dinheiro que cubra esses gastos e ainda sobre um lucro, enquanto no segundo o prejuízo é certo, já que o dinheiro que paga esses gastos vem de outras fontes.

É importante ressaltar que o exemplo acima é focada meramente na questão financeira, desconsiderando o conforto e facilidades que um veículo próprio pode gerar de acordo com o cotidiano de quem o tem, e ter em mente que não existe vida boa de ser vivida sem passivos. O importante é entender a diferença e, com isso em mente, criar um equilíbrio que garanta uma vida que demande menos esforço com o passar do tempo.

E, falando em tempo, o senhor maior da multiplicação de patrimônio, quanto antes ler Pai Rico, Pai Pobre, melhor!

Te convenci a comprar Pai Rico, Pai Pobre, de Robert T. Kiyosaki? Se sim, clique aqui e compre seu livro.

*DISCLAIMER: Os links para compra apresentados nesse texto me rendem comissões pelas vendas como parte do programa Associados Amazon. Vale ressaltar que o preço final não sofre nenhuma alteração por conta dessa parceria. A única diferença é você entender que se eu mereço ou não ser remunerado pela indicação.

Por Arthur Lessa 06/06/2023 - 12:40 Atualizado em 06/06/2023 - 16:23

Passar num concurso ou num vestibular disputado é o objetivo de muitas pessoas. Há quem dedique meses, ou anos, para atingir esses objetivos, muitas vezes com horas a fio de estudos diários. Mas será que só isso é o suficiente?

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Perguntado durante uma live do Banha Não Tem Calendário, Paulo Muzy quais as melhores técnicas que conhece para criar uma boa rotina de estudos baseadas na própria experiência, desde os tempos de vestibular de Medicina até os estudos de atualização do seu dia a dia.

[Confira as dicas em tópicos após o vídeo]

Passo a passo

Para quem não conseguiu, ou não quer, assistir ao vídeo, pontuei os pontos principais da rotina apresentada por Muzy.

1 - Atenção para o que é pedido

O cursinho não é ambiente para "filosofar" sobre os temas, mas sim pra entender o que é conteúdo relevante, focar no que o professor apontar como pontos críticos daquilo que será pedido nas provas que virão.

2 - Concentração

Quando for estudar, tenha certeza que você está longe do telefone celular, de televisão e de qualquer coisa que possa causar distração. Um bom jeito de fazer isso é encontrar uma forma de concentração intermitente para não cansar demais. Um método bastante conhecido é o Pomodoro, com um tempo definido estudando e um período menor para descansar a cabeça. No vídeo, Muzy sugere 50 minutos de estudo e 10 minutos "procurando bobagem" ou jogando alguma coisa. Com isso é mais fácil chegar a cinco ou seis horas de estudo no dia.

3 - Sabedoria

Aprender com o que passou. Para isso, é importante buscar provas, do mesmo processo que você está passando, de anos anteriores e ver quais os assunto mais pedidos e como foram pedidos nesse período. Conhecer a história da instituição que está aplicando a prova é importante para essa preparação.

4 - Foco no alvo

Tenha definido o objetivo principal, a prova mais importante entre as que serão realizadas, e investir ali 80% do esforço. Isso vale muito para quem tenta vestibular em diversas instituições e/ou cursos. Muzy afirma que, ao definir que queria entrar na Escola PAulista de Medicina e, pra isso, precisava passar no vestibular da Fuvest. Por isso, se dedicou muito pouco para outros como Unicamp e Unesp.

Sobre o risco de investir tanto em um "tiro" apenas, ele afirma que entende ser mais arriscado dar "tiro" pra todo lado, estando pouco preparado para todos.

PS.: Sobre o Método HCC citado por Muzy no vídeo, me abstenho de traduzir. Quem tiver curiosidade, que busque no Google por "Metodo HCC Muzy". Sua conta e risco.  
 

Por Arthur Lessa 02/06/2023 - 18:12 Atualizado em 02/06/2023 - 18:55

Uma das principais informações da semana para os pequenos investidores é o início da vigência das novas práticas definidas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a xerife da Bolsa brasileira, para a atividade de assessor de investimentos, chamado até pouco tempo de agente autônomo de investimentos (AAI).

O site BM&C News publicou em abril, quando foram anunciadas as mudanças, uma matéria com cada mudança bem explicada. Mas, para otimizar o seu tempo, vou ser mais conciso e focar no ponto que interessa mais aos investidores que são atendidos por esses profissionais.

Não tem almoço grátis

Começo pela mudança mais impactante, na minha opinião, que é a transparência de remuneração dos assessores de investimento. Quem abre uma conta em corretora que oferece serviço de atendimento pessoal, normalmente as grandes como BTG e XP, podem ter ouvido ouvir que não pagarão nada pelo serviço, salvo os impostos sobre a rentabilidade e as corretagens geradas em caso de operações de bolsa com ações, opções e afins. E daqueles que não ouviram, podem ter tido essa impressão e ninguém se esforçou para desmentir.

Acontece que ninguém trabalha de graça, certo? Muito menos profissionais do coração do mercado financeiro nacional, que vivem, basicamente, envoltos em dinheiro. Na realidade esses profissionais são remunerados indiretamente pelo investidor, através dos chamados "rebates", que são comissões pagas por instituições como fundos e bancos de investimento.

De onde vem esse dinheiro?

Essas comissões, que eu imagino serem chamadas de rebate por ser um dinheiro que "vai e volta", saem de custos de operações financeiras que são pagos pelo investidor sem que ele se dÊ conta. Vamos usar como exemplo um fundos de investimento. Se você olhar com atenção, ele cobra uma taxa de administração, que pode ir de 0,5% a 2,0% ao ano. O que, num montante de R$ 500 milhões investidos pelos cotistas, são arrecados R$ 5 milhões para o custeio de toda a estrutura de analistas, gestores, plataformas de informações, taxas, impostos e, aqui entra o nosso ponto, distribuição. 

Distribuição é basicamente o que o assessor de investimento faz ao indicar ao cliente investidor que aporte seu dinheiro no Fundo XPTO. Feito esse investimento, é gerado uma comissão (rebate) percentual ao volume investido e esse valor é rateado entre a corretora (XP, BTG, Ágora, Órama,...), o escritório (EQI, Wise, Messem,...) e o assessor.

Ou seja... O dinheiro vai, "bate" e volta. Rebate. E o que pega nesse modelo é que, muito semelhante ao que acontece nos bancos de varejo (Itaú, Santander, Bradesco, BB,...), a dinâmica desse comissionamento gere incentivos ruins, como indicar um produto "menos bom" porque este paga uma comissão maior.

Não digo que todos os profissionais desse meio estão enrolando ou explorando os clientes, mas muitos certamente estão. E, assim, "comendo" muita rentabilidade que poderia ser gerada para o investidor desavisado.

Transparência

Nesse ponto, a grande mudança não está na política de remuneração, mas sim na obrigatoriedade de os assessores e escritorios encaminharem trimestralmente a cada cliente investidor um relatório das remuenrações geradas aos profissionais pelos investimentos feitos por ele por meio dessa instituição.

O objetivo dessa medida é diminuir o efeito do incentivo ruim que citei anteriormente. E, assim, proteger os investidores, principalmente os mais desavisados, daqueles profissionais menos éticos do mercado, que colocam o próprio bolso acima da rentabilidade dos clientes.

Por Arthur Lessa 01/06/2023 - 12:25 Atualizado em 09/06/2023 - 11:08

O livro de hoje é tão bom que virou filme. E, provavelmente, você já assistiu a ele ou alguma das sequencias. 

Estrelada por Leandro Hassum, Até que a sorte nos separe é uma comédia que fala de um casal que vivia com as contas apertadas, ganhou R$ 100 milhões na loteria e, sem planejamento e gastando sem dó, acabou perdendo tudo. De tão bem recebido, o filme conta ainda com duas sequencias. 

Esse filme, que é um sucesso do cinema nacional, é baseado no livro Casais inteligentes enriquecem juntos, de Gustavo Cerbasi, que é a indicação dessa semana. Não por acaso, esse é o livro mais vendido dos 16 já escritos pelo Cerbasi.

Além de apresentar os problemas causados pela falta de planejamento financeiro e investimentos com foco no futuro, que são mote principal que marca o filme e outros livros do Cerbasi, nesse ele acrescenta um ingrediente que extremamente subestimado pelos casais: as duas pessoas envolvidas na relação.

Um dos pontos que torna isso importante é o fato de, diferente de tempos passados, em que era comum apenas um membro da família ser o provedor, o que acabava criando uma hierarquia de decisão sobre o que fazer com o dinheiro, atualmente os dois tem suas carreiras, com seus rendimentos e, assim, "direito igual" de decidir o que fazer. E é aí que surgem os impasses.

Baseado nesse impasse, Cerbasi aborda pontos específicos como, por exemplo, se cada um terá o seu dinheiro e vão ratear as despesas do dia a dia, e como dividir esse rateio, ou juntar os recursos e tomar decisões juntos sobre despesas, investimentos, lazer e afins. E, mais do que isso, traz ferramentas de prevenção de problemas que devem ser aplicadas desde a fase do namoro, passando pelo noivado, casamento, nascimento dos filhos e por aí vai. 

Entre testes de conhecimento do casal, autoconhecimento e (juro que tem) horóscopo financeiro do casal, tem uma lição que, por si só, já vale a leitura do livro! Enquanto juntar todo o dinheiro e decidir tudo pensando no melhor para o casal parece ser o raciocínio mais adequado para um casamento com os dois alinhados aos mesmo objetivos, Cerbasi traz uma pulga do tamanho de um elefante para trás da nossa orelha: Se todas as decisões são para os dois, ou para a família, onde fica cada um? Duas pessoas são duas pessoas, com suas individualidades, seu desejos, seus gastos bobos que só ela entende. Esse trecho do livro, inclusive, apresenta uma afirmação que parece desafiar a lógica comum:

Planos comuns jamais serão construídos de modo eficiente se tudo no relacionamento for dividido. Perde-se eficiência, em organização e em resultados.

Muitos casamentos terminam por problemas financeiros. E desses, em muitos nem falta dinheiro, mas sim a rotina da conversa sobre o uso dele naquilo que é importante para cada um.   

Então, se você já passou por algum desses impasses e quer melhorar a parte financeira do seu relacionamento, esse é o livro que você precisa. Se você acabou de casar ou decidiu morar junto com sua cara-metade, é o momento ideal para esse livro.

Me agradeçam depois.

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Por Arthur Lessa 31/05/2023 - 17:28 Atualizado em 31/05/2023 - 17:40

A mania de deixar tudo pra última hora é tão característica da cultura brasileira quanto a feijoada e o samba. E a Declaração Anual de Imposto de Renda não fica de fora.

Se você está agora, fim da tarde do último do prazo, desesperado porque não vai conseguir terminar, calma! Respira fundo e vem comigo.

Feito é melhor que bem feito

Se não consegue entregar completo, faz igual prova da escola ou vestibular e entrega com o que fez. A declaração, mesmo após o prazo, apresenta a possibilidade de retificação, que é um jeito pomposo de dizer correção. Então o foco aqui é entregar, pelo menos, a primeira versão e corrigir depois.

Mas, pra ajudar você nessa "estratégia", seguem algumas dicas:

Modelo de declaração: se você não tem custos importantes para deduzir do Imposto de Renda, provavelmente valha mais a pena fazer a declaração simplificada. Se tiver, como gastos com saúde, educação ou vantagens tributárias de previdência privada, por exemplo, escolha a declaração completa mesmo que não consiga inserir nesse momento todos os dados. Essa decisão é irreversível, então analise bem.

- Dê atenção aos campos mais importantes, que são Receita Tributável, onde entram salário, aluguéis e outros recebimentos semelhantes; e Bens e Direitos, onde é listado o patrimônio do contribuinte, como carros, imóveis, conta em banco e afins. Nesse segundo, mesmo que tenha havido alguma mudança, como compra ou venda de um carro, e não for possível colocar corretamente no momento, insira as informações que tem e retifique depois.

Com essas informações você está com a questão resolvida? Claro que não! (Deve se envergonhar, inclusive)

Mas, acordando a Pollyana que vive em cada um de nós, ao menos se livra das multas e sanções de deixar de cumprir essa obrigação fiscal (que pode bloquear seu CPF) e deixa a possibilidade de arrumar a bagunça nos próximos dias. 

O importante agora é reduzir danos! 

Depois é hora de vergonha na cara e responsabilidade, caro brasileiro!

Por Arthur Lessa 25/05/2023 - 21:39 Atualizado em 09/06/2023 - 11:07

A partir desta quinta-feira vou trazer toda semana uma dica de livro aqui e no 60 Minutos. Normalmente serão livros que já li, mas podem ser também livros indicados por conhecidos (que serão citados) ou até alguns que eu não tenha lido ainda mais tenha ouvido falar.

Pra começar bem, e respondendo a um pedido no Instagram por um livro sobre autoconhecimento, a dica de hoje é o livro A Psicologia Financeira, de Morgan Housel. Além de ser talvez o melhor livro sobre finanças que li até hoje, ele ficou de fora da lista da última Book Friday.

Nesse livro Housel deixa claro que o sucesso na gestão do dinheiro está mais relacionado ao que se faz do que ao que se sabe. Em poucas palavras, o comportamento é mais importante que o conhecimento.

Mas você se engana se pensa que, por conta da minha rasa explicação acima, este é um livro de autoajuda, do tipo "você só precisa querer" ou "deseje com intensidade e o Universo lhe recompensará". O livro tem, sim, muitas informações matemáticas e estatísticas, mas não apresenta aquelas situações de livro de física de escola, em que se eliminam todas as variáveis e, em "condições normais de temperatura e pressão", este ou aquele é o modo mais eficiente de investir no ativo X e na hora Y para se aposentar em Z anos. 

Ao contrário, a construção dos capítulos ressalta as variáveis intrínsecas à nossa mente primitiva e instável e, trazendo-as à luz, nos ensina como a nossa própria cabeça pode ser nosso maior inimigo, seja por ganância, ansiedade, comparações sociais e tantos outros vieses comportamentais que atormentam a vida humana.

Um trecho do primeiro capítulo, intitulado "Ninguém é Maluco", o autor explica que: 

Em tese, as pessoas deveriam tomar decisões quanto a investimentos com base nos seus objetivos pessoais e nas particularidades de cada opção de investimento disponível naquele momento.

Porém, não é isso que acontece. 

Os economistas descobriram que as decisões sobre investimentos mais importantes da vida das pessoas estão fortemente ancoradas nas experiências que elas tiveram na própria geração sobretudo nas do inicio das suas vidas adultas.

Entre os casos que ilustram essa relação de comportamento com sucesso está a história do milionário americano Ronald Read, que, mesmo tendo sido "apenas" mecânico e faxineiro e sem ganhar nenhuma bolada e loteria ou algo do tipo, morreu com patrimônio aproximado de R$ 8 milhões, dos quais mais da metade foi destinada ao hospital e a biblioteca da sua cidade.

Sem nenhum conhecimento apurado da dinâmica do mercado financeiro, análise de ativos e gráficos de tendências, o pacato veterano de guerra passou anos apenas comprando ações e esperando o tempo fazer sua mágica. 

Essa é só uma das histórias apresentadas nesse livro indispensável para qualquer investidor, independente do patrimônio, da experiência e do conhecimento técnico. Como me disseram há uns dias, é o tipo de livro que deve ser relido todo ano.

Te convenci a comprar A Psicologia Financeira, de Morgan Housel? Se sim, clique aqui e compre seu livro.

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Por Arthur Lessa 25/05/2023 - 12:32 Atualizado em 25/05/2023 - 13:44

Está prevista para o início de junho a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre quem tem o direito do nome iPhone no Brasil. A disputa acontece entre a tech brasileira Gradiente e a gigante mundial Apple, conhecida pelo... iPhone.

O que parece piada é, na verdade, uma questão bastante burocrática. Por volta de 2000 a Gradiente pediu registro do nome Iphone, algo bastante comum no mercado de marcas e patentes para garantir que, por exemplo, um empresa de bebidas faça um isotônico chamado Gatorade e coloque ao lado do original, causando confusão e prejuízos ao detentor da marca.

Acontece que, nos anos seguintes, a Gradiente não lançou nenhum aparelho com esse nome e, mais que isso, só conseguiu o registro em 2008. Ou seja, um ano após o lançamento do primeiro iPhone por Steve Jobs e cia. Ou seja (pt. 2), a demora jurídica brasileira criou uma situação insólita que poderia muito bem ser um filme com Adam Sandler, Owen Wilson ou Steve Carell no elenco.

Para melhorar a história, a Gradiente chegou a lançar em 2012 um aparelho da linha IPHONE chamado Neo One que, ironicamente, contava com o sistema operacional Android, concorrente direto do iOS da Apple.

Outra informação importante do caso é que, seguindo a lógica dos apostadores de Mega Sena, a empresa já fez promessa com o "prêmio". Se sair vencedora da disputa, parte da receita desses royalties será encaminhada para acionistas que aderirem à sua Oferta Pública de Aquisição (OPA).

Pelo sim, pelo não, a nossa Suprema Corte tem de 2 a 12 de junho para bater o martelo e decidir se, no Brasil, se o nome do smartphone mais famoso do mundo vai render ou não algumas "verdinhas" para a Gradiente.

Por Arthur Lessa 22/05/2023 - 16:58 Atualizado em 22/05/2023 - 23:38

A Amazon está, desde sexta-feira (19), com mais uma edição da Book Friday, que oferece diversos livros com descontos bem atraentes! 

Aproveitando que a promoção segue até as 23h59 desta segunda-feira, listei alguns títulos que eu indico e estão na promoção com, pelo menos, 50% de desconto.

DISCLAIMER: os links são referentes à minha indicação e, por isso, a Amazon me remunera quando as compras são feitas por eles. Isso não altera em nada o preço pra quem compra. 

O Homem mais Rico da Babilônia (compre pelo meu link aqui)

Dividindo a posição de "primeiro livro a ser lido sobre dinheiro" com Pai Rico, Pai Pobre, O homem mais rico da Babilônia ensina, por meio de parábolas, conceitos tão básicos quanto poderosos como reservar parte do que você recebe assim que for pago, não emprestar dinheiro a terceiros e não investir sem medir e reduzir os riscos.

É um livro curto (160 páginas), muito leve de ler e custa menos que aquela cerveja artesanal que você gosta.

Como organizar sua vida financeira (compre pelo meu link aqui)

Começando uma dobradinha de Gustavo Cerbasi, Esse é pra quem já despertou o interesse em cuidar bem do prórpio dinheiro. Nesse livro ele, de maneira super didática, engloba o que você precisa saber, como sair das dívidas, separar cada dinheiro para sua finalidade, imposto de renda, aposentadoria e afins.

Investimentos inteligentes (compre pelo meu link aqui)

Saiu das dívidas, organizou as contas e fez sobrar parte do salário. Emm Investimentos inteligentes Gustavo Cerbasi explica quem é quem nas opções que o mercado apresenta para os investidores, separando o joio do trigo. 

Facilmente você vai entender a diferença de CDI e CDB, que poupar não precisa ser em Poupança, que ações podem ser mais seguras que renda fixa, e por aí vai.

Essencialismo (compre pelo meu link aqui)

Baita livro do Greg McKeown, é o melhor remédio praqueles momentos em que estamos muito oucpados e pouco produtivos. Ou seja, fazendo centenas de coisas ao mesmo tempo, investindo toda a energia e tempo que temos, e não vemos os resultados.

Esse livro é indispensável, porque, além de muito leve para ler, traz exemplos práticos que podem ser aplicados na sua rotina antes mesmo de terminar a leitura.  

A Revolta de Atlas (compre pelo meu link aqui)

Se você tem mais de 14 anos e me pedir para indicar apenas um livro, provavelmente será esse que eu indicarei. 

Publicado na década de 1950, esse livro é uma ficção baseada numa situação (cada vez menos) hipotética de um movimento governamental baseado na equiparação financeira forçada de pessoas e empresas por meio de decretos anti-concorrência, lobbys de empresas ineficientes, punição à inovação e afins.

Nesse cenários, os principais empreendedores e pensadores começam a sumir e o mundo para de funcionar. E, durante toda essa história, todos se perguntam: Quem é John Galt?

Qualquer pessoa que leia essa obra, não tão leve quanto as outras que indico aqui, verá o mundo de outra maneira e conhecerá o conceito do "egoísmo racional" de Ayn Rand.

Blink: A decisão num piscar de olhos (compre pelo meu link aqui)

Sabe quando você tem certeza de algo apenas pelo feeling? Aquela sensação de "sei disso, mas não sei explicar"? Isso existe em todas as pessoas e acontece normalmente em situações nas quais o indivíduo é especialista. 

Para explicar como isso acontece, como aproveitar e como não se deixar cair em armadilhas, Malcolm Gladwell explica o que é como aplicar na vida o conceito de fatiar fino.

O Investidor de Bom Senso (compre pelo meu link aqui)

Fundador da gestora americana Vanguard, John Bogle apresenta nesse livro um guia prático de como se comportar de forma inteligente no mercado e buscar o melhor desempenho com a estratégia que entende ser a mais simples e eficiente: os fundos de índice.

Fundos de índice são fundos baseados em índices (não diga!) como o Índice Bovespa (Ibovespa), que reune uma carteira teórica com ações selecionadas e distribuídas com base em critérios como o quanto são negociadas, tamanho e setor. Ou seja, investimento baseado em dados e sem intereferência da instabilidade emocional dos seres humanos. 

A Startup Enxuta (compre pelo meu link aqui)

Nesse livro, que virou manual no mercado de startups, mas também é totalmente aplicado em empresas tradicionais, Eric Ries explica como criou e como aplicaro o conceito de Startup Enxuta, que se baseia na aprendizagem validada e na experimentação contínua, adotando métricas efetivas para avaliar o progresso, práticas que evitam o desperdício de tempo e recursos.

Esse eu conheci por volta de 2011 ou 2012, por conta de um professor da pós-graduação que fiz na PUCRS, chamado Eduardo Lorea, mas só dei a atenção devida anos depois. 

A Marca da Vitória (compre pelo meu link aqui)

Aproveitando o sucesso do filme Air (disponível no Prime Video), que conta a história da negociação da Nike para patrocinar os tênis de Michael Jordan, então novato em vias de entrar na NBA. Isso aconteceu em 1984, quando a Nike não tinha nem de perto a onipresença esportiva que tem hoje, sendo ainda conhecida basicamente pelos tênis de corrida. Deixando o elenco (que é ótimo, por sinal) de lado, a história traz o protagonismo para a mãe de Jordan, que, além de orientar o filho a escolher seu caminho olhando mais pro longo que pro curto prazo, muda toda a dinâmica econômica dos patrocínios esportivos ao colocar em contrato que Michael teria participação nas receitas de qualquer produto que fosse vendido com a marca deles.

Essa é uma das histórias que, junto à sola feita em chapa de waffle e o logotipo de US$ 35, está no livro de Phil Knight, fundador da Nike.

PARA CRIANÇAS - A Revolução dos Bichos (compre pelo meu link aqui)

Se seu (sua) filho (a) já tem o hábito de ler, apresente esse clássico para ele (a). Além de uma história muito divertida de ler, sem que perceba o leitor está tendo um pequeno curso de manipulação de massas em forma de quadrinhos. E custa menos de R$ 10.

A Revolução dos Bichos conta a história de um grupo de animais em uma fazendo que, insatisfeitos com sua condição de vida, se rebelam contra seu senhor. Mas, mesmo o objetivo sendo tornar mais democrática aquela comunidade ao expulsar os humanos que os exploravam, logo descobrem que quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas. Os exploradores mudam, mas os explorados seguem explorados.

* Para os marmanjos, indico a versão luxo, que você pode comprar pelo meu link aqui

Por Arthur Lessa 12/05/2023 - 15:40 Atualizado em 12/05/2023 - 15:48

Trade com atenção no longo prazo. Por mais contraditório que possa parecer para aqueles que conhecem há pouco a dinâmica do mercado de renda variável e entendem o daytrade, swing trade, opções e afins como estratégia de ganhos rápidos, essas ferramentas podem, sim, fazer parte de uma estratégia de crescimento constante e com riscos controlados, no melhor estilo "devagar e sempre", em carteiras compostas também de renda fixa e ativos de renda passiva.

Esse foi, pra mim, o principal ponto da conversa que tive no 60 Minutos com Bo Williams, criador da metodologia Phi Cube e trader há quase 30 anos. Segundo ele, quando se fala em análise técnica (aquela de ficar olhando gráficos para decidir se compra ou vende um ativo), o que se está vendo ali naquele emaranhado de linhas e barras são representações de movimentos realizados por uma massa de investidores que, psicologicamente e incoscientemente, seguem padrões tão claros que possibilitam a projeção de tendências. Em resumo, as pessoas se comportam sempre de maneira parecida e, por isso, podemos prever (com certa segurança) o que acontecerá no futuro.

TEXTO SEGUE APÓS O VÍDEO

Para este tipo de análise de investimentos, que difere bastante da fundamentalista, os analistas e trades lançam mão de modelos como fibonacci (baseado na proporção áurea de Leonardo Da Vinci), suportes, resistências, médias móveis e outros desenhos gerados a partir de equações matemáticas. Algumas dessas tão complexas que, se não pelos gráficos, seriam inúteis para os investidores. "Então a gente [do Phi Cube] acaba pegando uma coisa complexa, através da nossa tecnologia, e mostrando o que o mais provável de acontecer com o preço no gráfico", explica Williams sobre a sua plataforma.

Investimento no exterior

Norte-americano de nascimento, Bo Williams vem a Criciúma, em evento promovido pelo escritório Wise BTG, para falar aos investidores sobre a importância de investir em ativos fora do Brasil e apresentar, junto com o assessor de investimentos Rodrigo Aliano, as melhores práticas para isso. Segundo Bo, "uma coisa que é certa é que quando tem crise ou dúvida, os investidores voltam ao dólar. Então a gente precisa ter a possibilidade de colocar uma parte do nosso capital lá também".

Para saber mais sobre o evento, confira no site da Wise BTG.

Por Arthur Lessa 11/05/2023 - 12:57 Atualizado em 11/05/2023 - 13:07


[ESTE TEXTO FOI PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 15 DE ABRIL DE 2022]

Na semana passada tratamos de dívidas e do efeito delas na vida das famílias.

Além do vídeo semanal do dia 8 de abril (Invista, mas não agora), esse também foi o assunto do vídeo com o Leandro Benincá, da comunidade Um A Menos Na Poupança. Os dois vídeos estão no nosso canal.

Aproveitando o gancho, entendemos que o brasileiro é um povo endividado. Os dados apresentados na semana passada e na conversa com o Leandro só transformam essa informação em números.

E o endividamento, infelizmente, é cultural. É comum ouvir dizer que “para crescer na vida é preciso ter uns ‘carneirinhos’ para pagar”. O crescer na vida nesses casos é comprar, no mínimo, carro e casa própria. Normalmente, o que acontece é, nesses dois casos, ir atrás dos melhores que o próprio orçamento alcança.

Se você já tentou financiar sua casa num banco, deve ter visto que o limite aceito pela instituição para a parcela a ser paga é normalmente de cerca de 30% da renda do correntista. Se a renda for de R$ 10 mil mensais, dificilmente a área de risco do banco vai liberar a operação.

Mas esse é o limite do banco. É o máximo de risco que ele se propõe a assumir, levando em conta a possibilidade de inadimplência, calote e afins.

Mas esse percentual não deve ser base para o seu planejamento.

Afinal, você não vai trabalhar apenas para pagar o financiamento da casa, parcela do carro, compras do mês e escola dos filhos, certo?

Ou será que vai?

Se essa pergunta te incomodou, talvez você tenha se colocado numa posição de “escravo do salário”.

Mas o que é um escravo do salário?

Vamos começar com um exemplo do Renato Breia, da Nord Research, num episódio do Risk Takers que tratou da história da própria Nord.

>>> ACESSE O TRECHO AQUI <<<

Eu puxei esse vídeo porque traz dois pontos muito importantes!

O primeiro é que estar acorrentado (mesmo que figurativamente) como um escravo te deixa preso (também figurativamente) no local onde você está. No caso acima, a mesma pessoa que teve um grande ideia de negócio não entrou junto. Eles não detalhes específicos, mas fica entendido que ele estava confortável onde estava, na Empíricus, possivelmente com pouca margem para arriscar ficar sem receita por um longo período.

Ou, talvez com possibilidade, mas sem grande incentivo pra trocar o certo e confortável pelo duvidoso e arriscado.

O segundo ponto é o tamanho da bola de ferro que prende a corrente. Nesse caso estamos falando de quanto é esse salário. Quanto maior é o salário, mas preso fica o cidadão.

Quanto à parte do conforto, vai de pessoa para pessoa. Quem não tem perfil para risco, não tem e abraçará a inércia. Mas normalmente a questão financeira tem impacto significativo.

Então vamos às contas!

Afinal de contas, é muito mais fácil buscar no mercado uma receita de R$ 5 mil que de R$ 25 mil mensais. E digo receita porque pode ser salário, sim, mas pode ser algum serviço pontual, rendimento de investimento, consumo da reserva de oportunidade ou, se for o caso, da reserva de emergência.

Para 6 meses de R$ 25 mil, você precisa de R$ 150 mil guardados. Para 5 mil, são R$ 30 mil. Se for em rendimentos, levando em conta um rendimento de FII de 0,8% a.m., para o primeiro caso são R$ 3,125 milhões. Para o segundo caso, R$ 625 mil em cotas.

Aí o que muda é a evolução que você impõe à sua vida.

Eu sei, e qualquer pessoa que tenha o mínimo de consciência sabe, que existem famílias que tem uma receita que é no máximo suficiente pra ter uma condição de vida aceitável. Mas não se pode usar essa informação para encobrir uma outra massa de pessoas que não tem se satisfaz com nenhum nível de gastos. Cada avanço na receita gera um incremento nas despesas, e o percentual de reserva segue beirando os 0%. É se manter na roda dos ratos, correndo sem sair do lugar.

Há quem recebe R$ 100 mil e não pode parar de trabalhar pelo estilo de vida e perfil de patrimônio. Tem em mente que tem um patrimônio de R$ 5 milhões, mas R$ 4,5 milhões são o valor da casa e R$ 500 mil é o valor do carro. Se precisar de dinheiro, rifa o carro ou sai de casa? E quanto tempo leva pra transformar essas coisas em dinheiro pra pagar as contas do mês?

Nesse raciocíno, o que escraviza não é o salário, são as contas. Mas quem as assume é você. Então, resolvendo a equação, quem se escraviza é você.

Você se vê nessas algemas? Se não, aproveite e se prepare para evitá-las!

Por Arthur Lessa 05/05/2023 - 12:52 Atualizado em 05/05/2023 - 13:51

"Muito do que nos apequena, nos entristece, já está em nós mesmos". Com essa frase, Clóvis de Barros Filho resume o raciocínio que está contido no vídeo abaixo, retirado da conversa com Rogério Vilela no podcast Inteligência Ltda. Nessa participação, Barros Filho foca no Estoicismo, que é uma escola de filosofia prática que ensina como viver uma boa vida ao focar naquilo que é possível controlar, reduzindo a ansiedade e o estresse.

 

Por Arthur Lessa 20/04/2023 - 18:11 Atualizado em 20/04/2023 - 18:30

O Ministério da Fazenda apresentou nesta quinta-feira uma pacote de medidas que visam facilitar o acesso ao crédito, com foco principal nas pequenas e médias empresas. Participaram da coletiva Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, e Marcos Barbosa Pinto, Secretário de Reformas Econômicas.

Entre as medidas anunciadas, chama atenção uma mudança legal que atinge diretamente os investidores do mercado financeiro, que estarão mais protegidos contra fraudes. A proposta é incluir na Lei das S/As a possibilidade de um acionista cobrar judicialmente reparação por prejuízos causados diretamente pelo controlador da investida, como divulgação de informações contábeis falsas.

No mercado de crédito especificamente, chamam atenção duas mudanças na dinâmica das debêntures (títulos de dívida de empresas privadas, semelhante ao que é o CDB para os bancos). Uma delas é a inclusão de setores como educação, saúde, segurança pública e habitação nas debêntures incentivas, que são isentas de imposto de renda para os investidores. As "não incentivadas" tem incidência de 15% de IR sobre o rendimento do investimento. 

A segunda mudança proposta, ainda sem grandes detalhes de como será feito, é simplificar o processo de emissão para que empresas de menor por possam recorrer às debentures como alternativa ao crédito bancário convencional, FIDCs ou de bancos de fomento. Entre as facilidades novas apresentadas estão flexibilização de quórum de assembleias para aprovação da dívida.

Além dessas medidas apresentadas de maneira mais prática, o Governo afirmou que acredita na redução do spread bancário por meio da concorrência, incentivando a entrada de novos players ao aumentar a segurança de investimento em bancos menores, e aprimoramento das competências do Banco Central e da CVM na regulação do mercado brasileiro.
 

 

Por Arthur Lessa 16/04/2023 - 16:50 Atualizado em 16/04/2023 - 16:54

Leandro Benincá é o cara que quer acabar com a poupança no Brasil. Para isso, ele tem investido os últimos anos em projetos como a comunidade Um a Menos na Poupança, hoje com mais de mil alunos, além de consultorias, cursos, lives abertas e palestras por todo o Brasil. 

Mas a história do Leandro como educador financeiro começou exatamente por conta das armadilhas que a falta de educação financeira colocaram na vida dele. E foi por pouco tempo. Foram 30 anos de vida nessa dinâmica, que o levou a quebrar financeiramente. E esse não foi o pior que aconteceu. 

Nessa conversa que foi ao ar na última sexta-feira (14), mais uma de tantas já gravadas pro 60 Minutos, fiz questão trazer APENAS essa parte da história. O Leandro da roda de rato, sempre fazendo mais do que conseguia para conseguir menos do que precisava.

 

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