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* as opiniões expressas neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do 4oito
Por Arthur Lessa 16/04/2023 - 16:50 Atualizado em 16/04/2023 - 16:54

Leandro Benincá é o cara que quer acabar com a poupança no Brasil. Para isso, ele tem investido os últimos anos em projetos como a comunidade Um a Menos na Poupança, hoje com mais de mil alunos, além de consultorias, cursos, lives abertas e palestras por todo o Brasil. 

Mas a história do Leandro como educador financeiro começou exatamente por conta das armadilhas que a falta de educação financeira colocaram na vida dele. E foi por pouco tempo. Foram 30 anos de vida nessa dinâmica, que o levou a quebrar financeiramente. E esse não foi o pior que aconteceu. 

Nessa conversa que foi ao ar na última sexta-feira (14), mais uma de tantas já gravadas pro 60 Minutos, fiz questão trazer APENAS essa parte da história. O Leandro da roda de rato, sempre fazendo mais do que conseguia para conseguir menos do que precisava.

 

Por Arthur Lessa 11/04/2023 - 21:13 Atualizado em 11/04/2023 - 21:22

Não são poucos os casos registrados na história da gestão de empresas que registram o fechamento de filiais, divisões e descontinuidade de produtos como estratégia de otimização do negócio. O movimento, muito comum em holdings, é conhecido como downsizing (diminuição, na tradução livre do inglês) e tem o objetivo de aumentar o foco dos sócios nos ativos que trazem maior retorno. 

Um exemplo recente registrado no sul catarinense é a venda, ainda em processo de conclusão, das nove unidades da rede de supermercado P e G, dos irmãos Paulo e Gustavo Althoff. A saída do setor de varejo alimentício foi motivada pelo falecimento do pai e sócio Flaris Althoff. "Éramos nós três administrando as empresas. Sem ele, ficamos com menos 'braços'  e entendemos que era o momento de vender o negócio menor para depositar nossa energia nos maiores", explicou Paulo. 

Os negócios maiores citados por ele são uma indústria de descartáveis Totalplast e a financeira GPA Fomento.

Sobre o desinvestimento, as tratativas para venda das unidades para as redes MM Rosso, Manentti, Bistek, Castagneti e Moniari iniciaram por volta de fevereiro e a entrega das primeiras lojas deve acontecer ainda em abril. No "pacote" adquirido pelas redes estão o maquinário, o estoque e o ponto de cada unidade. Vale ressaltar que apenas dois dos nove imóveis são próprios e devem seguir no patrimônio da família, sendo locados para o MM Rosso (próximo ao City Club) e Moniari (Laguna).

Apenas uma das operações, de Tubarão, segue sem destino definido. Das outras, em maio já devemos ver uma ou outra de cara nova

Por Arthur Lessa 31/03/2023 - 20:58 Atualizado em 31/03/2023 - 22:48

 

Na entrevista especial desta sexta-feira, no 60 Minutos, tive a oportunidade de conversar com o analista e consultor de investimentos Ricardo Schweitzer sobre diversos assuntos, como carreira, experiências na área de research, mudanças recente na relação dos investidores com as informações difundidas por veículos e produtores de conteúdo nas reds sociais e, não poderia deixar de fora, o cenário econômico atual e os impactos nos pequenos investidores. 

Em dado momento, baseado no caso do FII (fundo de investimento imobiliário) DEVA11, o Schweitzer explicou o risco não visto por boa parte dos investidores dos chamados "Fundos de Papel", que são FIIs que não investem em imóveis (ativos reais), mas em títulos de dívida.

O texto continua após o vídeo

O DEVA11 sofreu uma queda de 20% no preço da cota em poucas horas ,no dia 29 de março, por conta de uma decisão judicial que possibilitou o não pagamento de títulos de dívida (CRIs) que compõe praticamente 20% da carteira do fundo.

De acordo com o site Clube FII News, outros 13 FIIs foram atingidos pela decisão. São eles o Hectare CE (HCTR11), Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11), Serra Verde (SRVD11), Tordesilhas EI (TORD11), Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11), Blue Recebíveis Imobiliários (BLUR11), Iridium (IRIM11), Kilima Volkano Recebíveis (KIVO11), Suno Recebíveis (SNCI11), NCH Brasil Recebíveis Imobiliários (NCHB11), TG Ativo Real (TGAR11), Devant Properties (DPRO11) e Banestes Recebíveis Imobiliários (BCRI11).

Por Arthur Lessa 14/02/2023 - 18:32 Atualizado em 14/02/2023 - 18:33

Recuperação judicial é um dos principais temas desse começo de 2023. E aqui não estou falando (apenas) das Lojas Americanas, que deixaram o mercado de queixo caído com a dívida aproximada de R$ 50 bi que se tornou pública em janeiro.

LEIA MAIS:

O tamanho do rombo financeiro encontrado na varejista, além do impacto do caso na prórpia credibilidade da empresa, não deixaram outra alternativa se não lançar mão desse recurso jurídico que, entre outras medidas, blinda temporariamente a companhia contra processos de cobranças de fornecedores, bancos e qualquer outro tipo de credor. É a judicialização do "devo, não nego; pago quando (e como... e quanto) puder".

Mas as chamadas RJs também estão se apresentando como possível tábua de salvação para outra grandes como a telefônica Oi, que acaba de sair de seu primeiro processo de recuperação judicial, e a varejista de moda Marisa, que tenta se acertar com credores para não precisar dessa medida tão drástica.

Para explicar com ainda mais profundidade esse tema, recebi novamente nesta terça-feira (14) o advogado e consultor de empresas Agenor Daufembach, especialista no assunto com experiência de diversas (e grandes) processos de recuperação judicial em Santa Catarina. Entre vários pontos, ele explicou como a Oi pode pedir novamente, num prazo tão curto, para iniciar uma nova RJ.

Confira o vídeo no canal do 60 Minutos ou abaixo:

Por Arthur Lessa 14/02/2023 - 16:15 Atualizado em 14/02/2023 - 18:06

O ano de 2023 começou com uma bomba monumental explodindo na economia brasileira: o que começou com uma grave inconsistência contábil de R$ 20 bilhões acabou se revelando, poucos dias depois, na revelação de uma dívida de mais de R$ 40 bilhões (hoje já beirando R$ 50 bi) das Lojas Americanas, o que levou a empresa a iniciar o processo de pedido de recuperação judicial.

Para entender melhor o que significa esse pedido e o que deve acontecer, se for aprovada a RJ, com fornecedores, credores e outros negócios envolvidos de alguma maneira com a empresa, conversei com o advogado Agenor Daufembach, especialista em recuperação judicial.

Confira o vídeo

 

Por Arthur Lessa 09/02/2023 - 15:47 Atualizado em 09/02/2023 - 16:02

Rafael Ferri, principal cara do Traders Club, hoje chamado de TC, não tem mais nenhuma ligação com o negócio que ajudou fundar em 2016 e do qual foi, por muito tempo, o grande porta-voz. Pelo que menos é o que afirmam a empresa e o próprio Ferri, que abriu uma live na manhã desta quinta-feira (9) pelo seu canal do instagram. 

Inclusive, pensamento rápido... Que situação essa de o fundador da empresa ser afastado e o mercado ver o fato como algo positivo, não?

Conhecido no mercado financeiro pelas opiniões e ações polêmicas, Ferri não poupou concorrentes, reafirmou a acusação de envolvimento de Felipe Miranda, da Empíricus, com o "vídeo da palhaça" que acusava o TC de diversos crimes financeiros, além de ressaltar o envolvimento do próprio investidor na ação de pump and dump nas ações da Mundial, fabricante de alicates de unha, que ficou conhecido como "Bolha do Alicate" e gerou processos contra Ferri, o então diretor-presidente da Mundial e outros envolvidos no caso. Além disso, o agora ex-sócio do TC deixou claro que, sem as travas de compliance e regras de sócio de empresa listada, ele vem com tudo.  

Para apresentar e contextualizar as principais informações que envolvem o afastamento de Ferri do TC (Traders Club), entrei ao vivo no canal do 60 Minutos no YouTube no formato de react, comentando o vídeo de Ferri e lembrando algumas das polêmicas do investidor. Entre elas, processo judicial e denúncia de manipulação de mercado.

Confira o vídeo abaixo

Se quiser assistir ao vídeo na íntegra sem meus comentários, confira aqui.

Por Arthur Lessa 07/02/2023 - 11:49 Atualizado em 07/02/2023 - 11:52

Chamada pela Verde Asset como "a maior fraude da história corporativa do Brasil", a recuperação judicial das Lojas Americanas segue trazendo ao mercado mais dúvidas que certeza, principalmente em se tratando de negócios envolvidos de alguma maneira com esse ecossistema. Entre eles os franqueados das marcas do Grupo Uni.co, que conta com as marcas Imaginarium, Puket, MinD e Lovebrands e teve 70% adquirido pelas Americanas em 2021. 

De acordo com o empresário Tiago Garcia, franqueado da Imaginarium em Criciúma e na Grande Florianópolis, a operação das lojas segue normal na unidades e um comunicado foi encaminhado pela Uni.co afirma que o os problemas das Americanas não envolverão suas marcas. Essa foi a única informação oficial que recebeu da franqueadora. O que sabe além é por juntar fatos, acompanhar notícias e buscar explicações. 

A própria relação entre Uni.co e Americanas não é clara aos franqueados. "Nos disseram que a gestão da Uni.co é autossuficiente, inclusive financeiramente, e não depende de dinheiro da Americanas. Além disso, a entrada das Americanas seria apenas para melhorar o marketplace, sem nenhum aporte nas lojas físicas", explica Garcia, que não esconde que a falta de clareza dos fatos incomoda.

Por conta desse desconforto, os franqueados tem marcada uma reunião para o próximo dia 27 uma reunião com a direção da franqueadora para que esses pontos nebulosos sejam clareados. Entre as incertezas do momento, além do possível impacto "solidário" à RJ das Americanas, há também preocupação com a cadeia logística. "Como trabalhamos muito com importação, um impacto de fornecimento será sentido mais pra frente. Mas, no momento, o funcionamento está normal como sempre", confirma. 

Por Arthur Lessa 03/02/2023 - 06:03

Há alguns dias a "nova onda" da inteligência artificial tem rondado meus assuntos. Na semana passada fiz uma live com a Alê Koga sobre o ChatGPT, gerador de textos sob encomenda que é a grande sensação de 2023 nesse tema. 

Nessa live, inclusive, pedi que a plataforma criasse uma matéria policial fictícia como se fosse de autoria de Willian Shakespeare. E o resultado ficou muito interessante, principalmente por ter levado menos tempo para "pensar" e redigir que uma pessoa comum levaria só para digitar. Você pode conferir esse texto aqui.

Além dessa brincadeira, testamos também durante a live algumas possibilidade mais práticas e úteis, como texto publicitários para protetor solar e carros usados. E, de novo, o resultado foi satisfatório. Outro trecho que você pode conferir aqui.

(UM ÓTIMO TEXTO) CONTINUA APÓS O VÍDEO

Mas, por outro lado, alguns pedidos feitos deram frutos sem sabor, sem graça, mecânicos (irônico, não?). E a diferença se deu basicamente pela complexidade do pedido e do resultado esperado. Quanto mais detalhes eu acrescentei, como no caso de Shakespeare, melhor ficou o resultado. Por outro lado, uma pergunta simples rendeu um verbete de Wikipedia. 

E é aí que mora a grande pergunta: até que ponto essa tecnologia põe em risco a utilidade do trabalho humano?

Eu pergunto e eu respondo, obviamente baseado na minha própria opinião.

O risco de ser substituído pela inteligência artificial como a vemos hoje é altíssimo para quem apenas cumpre tarefas de forma mecânica e genérica. Um exemplo já bastante batido e anterior a qualquer sinal de inteligência artificial é o ascensorista. Anteriormente, quando o sistema dos elevadores era rústico e perigoso, ele era importante. Hoje, com comandos digitais e botões simples, é completamente inútil.

Trazendo para o tema, se você tem esse medo, pense no que você faz no seu emprego. Quão complexa é a rede de informações e cruzamentos de dados que você sintetiza em um texto? Ou você apenas reúne informações já disponíveis e apenas escreve, como num relatório?

Se você é a pessoa que montar o relatório que apresenta apenas qual foi o aumento das vendas do produto X  no período Y, prepare-se para um possível “final de ciclo”. Por outro lado, se você é aquele que, a partir dessas informações, analisa variáveis de cenário, concorrência, economia e objetivos da empresa para definir um plano de ação, atente-se a aprender a usar bem a ferramenta.

O que vemos hoje não é novidade. Já aconteceu várias vezes na história, que as chama de “revoluções industriais”. Estamos passando por apenas mais uma e, seguindo o darwinismo na sua essência mais pura, sobrevive quem se adapta. 
 

Por Arthur Lessa 08/12/2022 - 12:39

Nunca tivemos tantas opções na vida! É impressionante!

Lembro até hoje de uma televisão antiga que meu pai tinha, que acabou, em algum momento da vida, indo parar no meu quarto. Além da lateral em madeira e o chiado caracteristico, me chamava atenção nela a pouca opção de canais. Completamente analógica, ela tinha 8 botões, cada uma para um canal.

Era isso… Oito canais era o máximo possível na época em que ela foi lançada.

Se puxarmos na memória, na década de 90, o que tínhamos de opção eram as emissoras de TV aberta, que eram principalmente:

GLOBO
SBT
BANDEIRANTES
RECORD
CULTURA
MANCHETE (não tenho certeza)

Era isso… Cabia na Telefunken velha de guerra.

[texto segue depois do vídeo]

Depois veio a TV a Cabo, que por muito tempo, aqui pelo menos, ia até por volta do canal 40, depois 61 e foi aumentando para as centenas que temos hoje.

Saindo das emissoras, mas ainda na coimunicação visual, tínhamos as locadoras de vídeo. Era normal terem centenas de opções de “fitas” para escolhermos, mas era aquilo que tinha ou nada. E eram poucos os lançamentos. Hoje são dezenas de lançamentos por mês, e outra infinidade de plataformas diferentes.

O mesmo vale para… calças jeans. E o caso virou um livro sobre o tema. O Paradoxo da Escolha, de Barry Schwartz, que apresentou esse caso no TED Talks abaixo. 

 

O “é o que tem pra hoje” está cada vez mais ausente no cotidiano. E, sinceramente, faz falta, não?

Você já comparou planos de operadoras diferentes de telefonia? Antes era uma só, e o telefone ficava preso numa mesa.

Pra internet, a mesma coisa. Tinha um provedor local, talvez dois, e o mesmo número de nível nacional. Hoje, só na Bolsa de Valores brasileira, temos QUATRO!

- UNIFIQUE
- BRISANET
- DESKTOP
- OI (que está vendendo a operação de telefonia móvel)

Quantas vezes você já se pegou depois de meia hora procurando um filme para assistir entre as opções da plataforma?

Ou pior… Esse mesmo tempo escolhendo entre as próprias plataformas… Netflix, HBO, Amazon, Now, Disney Plus,…

Como dito pelo autor no vídeo anterior, o excesso de escolhas, além de não melhorar, piora a vida das pessoas.

Ao termos muitas opções, cobramos que o escolhido seja perfeito. Pelo excesso de opções, aumentamos a expectativa e, quanto maior a expectativa, maior a frustração.

E menor o engajamento, também!

O economista e comunicador Samy Dana, que foi a primeira pessoa que vi tratando desse paradoxo, usou como exemplo também os relacionamentos de pessoas famosas.

Quando se está nos holofotes, o assédio é grande.

Assédio grande cria várias opções

Várias opções criam alta exigência

alta exigência dá pouca margem para falhas e defeitos do outro.

Essa pouca margem torna instaveis e frágeis os relacionamentos, causando uma espécie de rotatividade.

Pra ilustrar em números o tema, você sabe quantas escolhas fazemos por dia? 35 mil!

Mas o que eu faço com essa informação?

Se você tem um negócio, entenda que produtos você mais quer oferecer e identifique aqueles que podem ser retirados do cardápio.

Eu recomendo sobre esse ponto, inclusive, que você leia o que escrevi sobre o Princípio de Pareto.

Se você é cliente ou usuário, saiba dessa armadilha mental e tente mitigá-la. Reduza previamente, e conscientemente, as opções que irá avaliar sobre um produto ou serviço. Isso trará facilidade e felicidade.

E, por fim, vamos à resposta da questão que iniciou esse video: o que tem a ver Cebolinha, Steve Jobs e Mark Zuckerberg?

Eles usam sempre a mesma roupa. 

E fazem isso por escolha própria.

A escolha própria de, numa questão tão banal, não ter o esforço de escolher.

 

Por Arthur Lessa 08/12/2022 - 09:31 Atualizado em 08/12/2022 - 09:33

É possível que você tenha visto alguma notícia sobre a nova regra da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), umas das reguladoras do mercado de investimentos do Brasil, que altera para marcação a mercado a exibição dos valores investidos em títulos de renda fixa. Se não viu, mais importante ainda que tenha chegado nesse texto.

A matéria com os detalhes mais técnicos já foram publicadas no 4oito (clique aqui e confira a matéria), então fiz questão de gravar o vídeo abaixo explicando o que significa essa mudança e qual impacto na sua carteira. Vale ressaltar que o uso de títulos do Tesouro Direto foram usados para facilitar a compreensão, já que não entram na nova regra.

[texto continua após o vídeo]

Afinal, o que muda?

Atualmente, quando você abre o app ou site da sua corretora e olha o rendimento de alguns títulos de renda fixa (CRAs, CRIs, debêntures e títulos públicos, exceto Tesouro Direto), o que aparece é a projeção de rendimento parcial do título se este for levado até o vencimento. Ou seja, pega o rendimento contratado de 10% ao ano, transforma em rendimento diário (que fica 0,0265%) e vai atualizando esse valor a cada dia. O nome disso é marcação na curva.

Mas, tirando títulos de liquidez diária, como é o caso de alguns CDBs e do Tesouro Selic, os títulos de renda fixa são investimentos com prazo de rendimento, o que significa que até a data definida, o dinheiro está praticamente "preso". Praticamente porque, mesmo não sendo possível resgatar o investimento junto à instituição que recebeu seu investimento, você pode vender essa dívida para um terceiro, que terá o direito de receber o dinheiro na data prevista. É nessa negociação, chamada de mercado secundário, que entra a marcação a mercado.

Marcação a mercado, como boa parte dos termos do mercado financeiro, é autoexplicativo e significa que "o mercado vai marcar o preço justo a pagar pela dívida que você está vendendo". E faz isso levando em conta o quanto ainda renderá de hoje até o vencimento em comparação com as perspectivas econômicas (selic e/ou inflação vai subir ou descer?) e opções semelhantes disponíveis no mercado.

Por exemplo, se você tem uma debênture com rendimento contratado de IPCA + 9% enquanto o mercado está oferecendo no máximo IPCA + 6%, você tem uma preciosidade na mão. E essa preciosidade será precificada pelo mercado acima do que o rendimento "normal" prevê. Ou seja, pela marcação a mercado, o título será vendido mais caro. O mesmo acontece ao contrário, quando o que você está vendendo é menos interessante que o que tem nas "prateleiras" do mercado.

Por Arthur Lessa 30/11/2022 - 22:27 Atualizado em 01/12/2022 - 09:04

Até 30 de novembro as empresas precisam pagar a primeira parcela o 13º salário dos funcionários do regime CLT. A segunda parcela deve ser paga até 20 de dezembro. 

Aí você recebe esse dinheiro "do nada" e pensa: o que que faço com ele? Gasto? Invisto? Troco de carro (não!)?

Para te ajudar nisso, listei algumas sugestões de como aproveitar bem esse dinheiro, focando principalmente em começar o próximo ano com tranquilidade.

[texto segue após o vídeo]

1 - Quitar dívidas. Dificilmente você vai conseguir algum rendimento seguro maior que os juros que está pagando num empréstimo, por exemplo. Além de pagar mais barato, você tira a parcela do fluxo mensal, o que alivia o orçamento.

Nisso, começa pelas dívidas atrasadas, depois vem aquelas que tem juros mais altos, depois aquelas com parcelas mais altas.

2 - Reservar parte do dinheiro para as contas de início do próximo ano. Aqui estamos falando daquelas que são inevitáveis. Entre elas podem estar, dependendo do seu momento de vida, o IPTU da sua casa, o material escolar dos seus filhos, o seguro do carro, alguma manutenção necessária em casa,...

3 - Reservar parte, antecipadamente, para as compras de fim de ano. Nesse caso estamos falando das chamadas despesas discricionárias, que são aquelas que escolhemos, como os presentes de natal, para outros e para si, e amigos secretos. Importante ter definido um limite de gastos, não muito baixo, que não seja cumprido, nem muito alto, que deixe pouca sobra pro próximo passo.

Além disso, com dinheiro na mão, o poder é seu. Então busque descontos em pagamentos à vista. Muitas vezes não existem esses descontos, então parcelar pelo mesmo preço pode ser uma boa, desde que você não crie muitas parcelas para os meses seguintes.

4 - Construa ou aumente sua reserva de emergência. Para isso, é importante ter controle nos passos anteriores pra não acabar o dinheiro antes. 

Uma boa reserva de emergência é correspondente ao seu custo de vida de PELO MENOS 6 meses. Ideal que seja 1 ano. E esse dinheiro deve ser aplicado em títulos de renda fixa pósfixados, que rendem junto ao CDI ou Taxa Selic, que são sempre muito próximas. Como sugestão, no mercado atual, Tesouro Selic é o melhor título para esse objetivo, tanto por rendimento quanto por ser mais longo que os CDBs de liquidez diária.

Por Arthur Lessa 24/11/2022 - 11:55

Mesmo que Ação de Graças não seja uma comemoração tradicional em terras brasileiras, como é nos Estados Unidos, certamente você já viu em algum filme ou seriado norte-americano.

O feriado, bastante comemorado também no Canadá, acontece na quarta quinta-feirado mês de novembro e nasceu como uma forma de agradecer a Deus pelas boas colheitas realizadas no ano. Para isso, orações, festas e banquetes, que tem como prato principal o peru.

E é sobre o peru que falaremos…

[texto segue abaixo do vídeo]

Imagine que você é um peru e está lá vivendo a sua vida peruana tranquilamente. Nada de muito bom acontece, mas também nada de preocupante. Apenas vivendo um dia após o outro. Comendo a ração que recebe, ciscando e dormindo.

Para o peru, a vida é isso. Sempre foi assim e assim será para sempre. Até que chega uma quinta-feira de outono, ele já cresceu bastante, está encorpado e PAM! Vai pra mesa.

Ele não tinha noção do que ia acontecer, afinal, é um peru! Não sabe de Ação de Graças, de tradição, de calendário,… Ele nasceu, viveu tranquilo e, do nada, morreu. E, tendo morrido, nem poderia alertar ao outros perus, que também vão viver tranquilamente até virar banquete.

Essa parábola, bem simples, pode ensinar muitas coisas.

Uma delas é que ausência de confirmação não é confirmação de ausência. Ou seja, você não ter prova de algo não significa que isso não exista. Um bom exemplo são as pirâmides financeiras e seus retornos abundantes de 10% ou 20% garantidos por mês.

Primeiro você coloca uma ninharia, porque sabe que vai perder. Depois de receber “religiosamente” o retorno garantido, reinveste esses recursos e ainda coloca muito mais dinheiro “novo”. Depois que muita gente aportou muito dinheiro, os resgates são bloqueados e os “gestores” somem do mapa.

Você passou meses recebendo aquele dinheiro fácil, então tudo indicava que essa seria a sua vida na perpetuidade. Até que chega o dia de Ação de Graças e a brincadeira perde a graça.

Outro exemplo, que vem do fato de que só morremos uma vez (por vida, pelo menos), o peru ser morto para virar assado é algo que acontece só uma vez na vida. Literalmente. E, sendo assim, não podemos nos preparar baseados na experiência, já que nunca experimentamos esse acontecimento.

Se houve uma segunda chance, provavelmente o mesmo peru seria mais comedido nas refeições e, assim, seria o menos suculento da turma.

Sabe o que também acontece Once in a lifetime, como diriam os americanos?

Dezembro de 2019, Wuhan, China. Muitas pessoas começam a ter sintomas respiratórios agudos, muitas delas morrendo. A causa apontada por especialistas é uma doença nova causada por uma mutação do agressivo coronavírus, nomeada COrona VIrus Disease 2019 (Covid19).

Meses depois essa mesma doença está alastrada pelo planeta, parando o mundo. Dois anos depois, seguimos tentando nos adaptar e retomar a vida normal.

O ponto aqui é: essas coisas, que nunca aconteceram, acontecem. E acontecerão.

O importante para ter em mente é que, como diz o gestor e autor Howard Marks, Não podemos prevê-las, mas podemos nos preparar.

E é o que devemos fazer com nossos negócios e nosso dinheiro. Reserva de emergência é para isso. Diversificação de carteira é para isso. Para estarmos prontos a enfrentar ou sobreviver ao que surgir, já que não sabemos o que será.

texto publicado originalmente no Toda Sexta em 25 de março de 2022

Por Arthur Lessa 17/11/2022 - 17:40 Atualizado em 18/11/2022 - 08:52

Quem pesquisa sobre startup, mais cedo ou mais tarde, se depara com informações sobre aportes milionários em empresas que ainda estão "se criando" no mercado e, normalmente, faturam uma fração muito menor que o valor investido. Algumas não vingam, acabam fechando, ou nunca atingindo o retorno esperado.

Mas por que investir tanto?

Certamente quem investe, e uma cifra tão alta, em algo tão arriscado como startups sabe o risco que está correndo. Mas o foco não está aí, mas sim no retorno.  

Um exemplo de Criciúma é a Next Fit, de gestão e automatização de academias, que acabou de receber um aporte de R$ 4 milhões. CEO e fundador da empresa, Douglas Waltrick explica que junto a esse dinheiro vem a missão de tomar conta do mercado. Se a empresa não apresenta essa perspectiva, não entra no grupo.  

"Eles não colocam dinheiro na tua empresa pra ti crescer 3 ou 4 vezes. Pra eles isso não é negócio. Tem que crescer 30, 40, 50 vezes e ser o top player do mercado".

O nome dessa estratégia é winner takes all (ganhador leva tudo, em inglês), que é caracterizada quando uma empresa acaba dominando a maior parte do mercado. Alguns exemplos são o Uber, iFood, Spotify, Google,...

A entrevista completa vai ao ar amanhã, a partir das 12h no 60 Minutos, na Rádio Som Maior, e às 12h45 no Canal do 60 Minutos.

Por Arthur Lessa 14/11/2022 - 13:23 Atualizado em 14/11/2022 - 17:11

Com a Taxa Selic (que regula os juros no Brasil) acima de 1% ao mês, muitos dos investidores que, até pouco tempo, a chamavam de "Perda Fixa", voltaram seus olhos com paixão para a Renda Fixa.

Mas além da poupança, que nesse cenário é uma armadilha, essa categoria tem diversos tipos de ativos, desde os conservadores até os mais arrojados. Muitos desses mais rentáveis e voláteis que ações da Bolsa de Valores.

Pra explicar melhor essa classe de ativos, conversei com Paula Lopes, head de Renda Fixa da Wise BTG.

Por Arthur Lessa 07/11/2022 - 07:25 Atualizado em 07/11/2022 - 07:38

A pandemia chegou trazendo terror ao mundo todo e, insistente, ainda não sumiu. Provavelmente não sumirá. Assim como seus efeitos na rotina da sociedade. 

Esse foi um dos temas que tratei com Carlos Piazza, darwinista digital, em entrevista especial para o 60 Minutos. Apesar de a tecnologia já permitir há anos a adoção do home office para boa parte dos trabalhos, o formato foi imposto tanto para profissionais quanto para empresas. 

Enquanto os primeiros não tinham o incentivo para mudar a rotina que "sempre foi assim", e sofriam com o medo de ser vistos como alguém que só fica em casa, as empresas foram obrigadas a desapegar da máxima de que "o boi engorda no olhar do dono" e encontrar maneiras de organizar tarefas e demandas e controlar produtividade sem acompanhar passo a passo da execução. Segundo Piazza, chegou o momento de abandonar o modelo fordista que temos hoje, de empregos fixos com trabalho das 8h às 18h.

Fordismo

Fordismo é referência a Henry Ford, fundador da automotiva Ford, que consiste em é um modelo produtivo criado com o objetivo de aumentar a produtividade e, em contrapartida, diminuir os custos de produção. O modelo é baseado em linha de produção, com cada estação realizando uma pequena parte do produto final, com período determinado e atividade específica. O foco de controle desse modelo é o processo, não a entrega do produto final.

Confira parte dessa conversa no corte abaixo

Por Arthur Lessa 03/11/2022 - 11:15 Atualizado em 03/11/2022 - 11:22

No último domingo (30) os brasileiros foram às urnas pela segunda vez em 2022 para o último capítulo das Eleições 2022. Encerra o processo eleitoral, chega a hora do processo de Transição de Governo. Ele é previsto por lei, acontece no período entre o fim das eleições e a posse, em 1º de janeiro, do Presidente da República, de governadores e de prefeitos, dependendo da eleição. 

Mas não vamos focar nas eleições aqui, nem em política. Vamos focar em transição de comando, como acontece em empresas e organizações, as maiores dificuldades enfrentadas e os melhores procedimentos a serem adotados.

Para aprofundar esse assunto, chamei pra uma conversa no 60 Minutos o consultor de empresas e especialista em cultura corporativa, Igor Drudi.

Confira a conversa no vídeo abaixo:

Tipos de transição

Segundo Drudi, transições que são trabalhadas ao longo do tempo, com foco em objetivos de médio e longo prazo, tendem a ter um encaminhamento mais previsível. Já nos casos de ruptura, ao contrário, em geral surgem mudanças e transformações. Nos dois casos, uma das medidas prévias que promove uma transição melhor de comando é a criação de lideranças nas organizações, que estarão mais preparadas para a nova função, começando a liderar antes mesmo de "pegar o crachá".

Até onde o chefe deve "botar a mão"?

Uma dúvida que surge em qualquer desses casos é como o superior do setor em transição, ou seja, o chefe dos profissionais que estão trocando de lugar, deve interferir nesse processo. "A direção deve agir de maneira ativa, mas tomando cuidado pra não entrar demais, sob o risco de não deixar que o novo profissional crie sua autoridade na função", explica Drudi.

E quando a transição parece uma batata quente?

Os exemplos acima acontecem com mais frequencia quando a mudança acontece nas hierarquias médias e baixas da organização, mantendo o dono (ou acionistas) da empresa inalterado. Mas existem casos em que o negócio como um todo é vendido, por exemplo, e "muda de mãos". Isso pode acontecer de maneira amigável ou parecendo um jogo de batata quente, com o vendedor apenas entregando as chaves, virando as costas e indo embora.

Nesses casos surgem problemas simples (quase ridículos) como "qual a senha do wifi?" até "como acessar o eCAC para pagar os impostos?". Para evitar situações como essa, é importante que seja criado um protocolo detalhado de transição listando todas as informações que devem ser transmitidas da antiga para a nova gestão.

[Dica de livro]

Sobre transição confusa, existe o livro O Quinto Risco, de Michael Lewis, que apresenta como esse processo aconteceu após a eleição de Donald Trump. 

>>> O Quinto Risco, de Michael Lewis (clique aqui para saber mais) 

Confirmado o resultado, todas as agências federais se prepararam para receber a equipe de transição do futuro presidente. Só que ninguém apareceu no dia seguinte. Dias depois, aqueles poucos que apareceram pouco sabiam (ou se interessaram) o que era feito dentro dos gabinetes da Casa Branca e, por consequência,  o que precisaria ser feito para a mudança de comando.

Michael Lewis é jornalista e escritor de vários livros de não ficção. Entre eles está A Jogada do Século, que foi base para o filme A Grande Aposta (The Big Short), que retrata os  fatores que levaram à Crise do Subprime, em 2008. Outro que virou filme em Hollywood foi Moneyball, O Homem que Mudou o Jogo, estrelado por Brad Pitt.
 

Por Arthur Lessa 29/10/2022 - 06:46

A frase é tão direta quanto preocupante: "pela primeira vez na história da humanidade a geração que vem agora é mais burra que a que existe"

Essa frase resume a conclusão do neurocientista e pesquisador francês Michel Desmurget no livro A fábrica de cretinos digitais: Os perigos das telas para nossas crianças

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Segundo o também neurocientista Eslen Delanogare, em entrevista recente ao podcast Inteligência Ltda, o próprio fato de termos hoje todas as ferramentas possíveis para transmitir para a próxima geração o conhecimento que temos é o fator que atrapalha o desenvolvimento das crianças.

Veja mais no corte abaixo:

 

Por Arthur Lessa 26/10/2022 - 10:53 Atualizado em 26/10/2022 - 11:26

Existe um mantra entre os analistas do Mercado Financeiro que defende que se você tem certeza de alguma coisa, coloque seu dinheiro nisso. Se você "sabe" que o dólar vai subir, compre muito dólar. Se sabe que vai cair, faça um short grande. Aposte nas suas convicções, skin in the game. Falar até papagaio falar. 

Acho que você entendeu...

Nesse sentido, muita gente tem apostado no resultado da disputa de Lula contra Bolsonaro nas eleições do próximo domingo. Às 10h45 de hoje (quarta, 26), o site de apostas Betway apresenta uma clara preferência dos apostadores pela volta de Lula, com uma odd de 1,5, o que significa que para cada R$ 50 apostados o prêmio é de R$ 75. Já no caso de reeleição de Bolsonaro, com odd de 2,4, aqueles que apostaram nesse resultado recebem 2,4 vezes o valor apostado, com R$ 50 virando R$ 120. 

Para efeito de comparação, em 23 de setembro, antes do primeiro turno, as odds estavam em 1,35 para Lula e 2,7 para Bolsonaro. Praticamente o mesmo de 18 de outubro, quando as apostas rendiam 1,4 para Lula e 2,7 para Bolsonaro.

Acesse aqui a página de apostas das Eleições 2022 da Betway: Eleições Brasileiras 2022 - Quem será eleito presidente?

Por Arthur Lessa 21/10/2022 - 11:37 Atualizado em 21/10/2022 - 11:50

É só terminar uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que já começam os vídeos de influenciadores de investimentos com análises, explicações e previsões de impactos da nova Taxa Selic, que baseia os juros no Brasil. Até aí, tudo bem! 

O quue chama atenção é que as capas (também chamadas de thumbs) são práticamente cópias uma da outra, mudando o personagem e as cores. Mas seria isso uma preguiça criativa? Tem explicação?

Tem! E quem me explicou, em entrevista exclusiva pro canal do 60 Minutos, foi Paulo Cuenca, criador de conteúdo e referência no marketing digital.

Confira o corte sobre o tema:

 

Por Arthur Lessa 20/10/2022 - 17:37 Atualizado em 20/10/2022 - 17:54

Uma das dores sentidas no início do processo de produzir conteúdo na internet é ter seguidores e, por isso, sempre vem a dúvida de "como impulsionar meus canais?". Vídeos, sites e cursos prometendo o manual definitivo do tráfego pago existem ao montes. 

Mas para Paulo Cuenca, antes de saber como, é preciso entender quando é o momento de deixar de contar apenas com o crescimento orgânico, apenas pelo conteúdo e "boca a boca digital", e lançar mão de uma estratégia de investimento em distribuição que alavanque o alcance do seu canal, seja ele no YouTube, no Instagram ou qualquer outra rede.

Confira no corte abaixo o racional dessa tese, registrado na entrevista especial que gravamos pro 60 Minutos.

 

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