O Ibovespa fechou o pregão a sexta-feira quase de lado, sem conseguir acompanhar o otimismo global, aos 136.102 pontos, num recuo de 0,10%. Na semana, queda acumulada de 0,67%.
O destaque da sexta na nossa bolsa ficou para as Casas Bahia, subiram 2,24% depois de dispararem quase 13% na máxima do dia. O movimento veio após a companhia divulgar medidas para melhorar o fluxo de caixa e reduzir o nível de alavancagem.
Já o dólar, que iniciou o dia subindo contra o real, virou e fechou caindo 0,28%, cotado a R$ 5,57. Na semana, queda de quase 2,6% da moeda americana.
No exterior, o motivo do otimismo veio com a divulgação do payroll, o relatório americano de empregos não-agrícolas. As folhas de pagamento aumentaram em 139 mil no mês passado, acima da expectativa do mercado.
As principais bolsas americanas subiram após a divulgação do dado.
SOBRE O IOF
O Ministro Fernando Haddad anunciou ontem o pacote aguardado por toda a semana para voltar atrás nas altas do Imposto sobre Operações Financeira.
Segundo ele, será editada uma Medida Provisória que aumenta a tributação do faturamento de empresas que exploram jogos online, as chamadas bets, de 12% para 18%.
Outra medida anunciada é o fim da isenção dos investimentos incentivados, que passam a contar com alíquota de 5% de Imposto de Renda sobre o rendimento.
Haddad citou claramente as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), mas é provável que essa tributação também chegue aos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI).
Foi citado também um corte linear de benefícios tributários, com uma redução de 10% em gastos tributários que não estão protegidos pela Constituição. Essa medida necessita da aprovação do Congresso e não foi detalhada.
EM CONTRAPARTIDA
O Governo anunciou as novas cobranças tem o objetivo de possibilitar uma “recalibragem do IOF”.
Um dos recuso anunciado foi um corte de 80% na cobrança sobre risco sacado, que era um dos pontos mais criticados. O risco sacado é uma operação de crédito com base em duplicatas ou faturas que uma empresa tem a receber de seus clientes. Segundo Haddad, a parte fixa do IOF sobre risco sacado será eliminada, já a parte variável (ou seja, a incidência diária), será ajustada para "manter a coerência com o sistema atual de crédito”;
Haverá também a revisão do IOF sobre previdência privada do tipo VGBL, com redução das alíquotas, que hoje estão em 5% sobre os aportes acima de R$ 50 mil; isenção do IOF no retorno de investimento estrangeiro direto ao país; e cobrança mínima sobre Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC).
E PARA O COPOM NA SEMANA QUE VEM
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que os diretores do BC irão à próxima reunião do COPOM, no dia 18, com flexibilidade e cautela para definir a nova taxa Selic.
Galípolo afirmou que "flexibilidade significa que vamos para a próxima reunião com as opções em aberto, consumindo os dados e cautela significa que estamos em cenário de elevada incerteza no mundo todo".
Ainda segundo ele, não natural nem normal esperar que haja algum movimento brusco da política monetária em meio a instabilidade que temos visto nos mercados internacionais.