O Ibovespa fechou em queda ontem de 0,35%, aos 138.888 pontos, com investidores avaliando incertezas sobre o IOF e a divulgação da ata do Fed nos EUA.
Já o dólar avançou 0,89% ante o real, cotado a R$ 5,70.
O movimento ruim do mercado brasileiro é reação à incerteza em relação ao aumento das alíquotas do IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, que segue pressionando a perspectiva de resultado das empresas listadas.
Um dos destaques do dia foi para a Azul, que recuou 3,74% depois de anunciar o pedido de recuperação judicial, acionando a proteção no Chapter 11 nos Estados Unidos.
Por conta desse pedido, tanto a Fitch quanto a S&P Global rebaixaram o rating da companhia, de risco elevado de calote para o estado de calote de fato (default).
As duas agências já haviam rebaixado os ratings da Azul recentemente para CCC-, diante do elevado risco de a companhia entrar com um pedido de recuperação judicial.
E lá fora, a preocupação com os rumos da economia americana foram reforçadas pela ata da última reunião do Fed, realizada em maio, que reforçou que a abordagem cautelosa é apropriada diante da incerteza econômica.
Por conta desse recado do banco central americano, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq 100 tiveram perdas.
E ontem, depois de uma reunião que pareceu animadora com o presidente Isaac Sidney, da Febraban, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não há alternativas para o aumento do IOF.
Essa declaração foi dada depois da reunião com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, para discutir o tema.
Haddad afirmou o seguinte: “Nesse momento, não [há alternativa para o IOF]. Nós recebemos da Febraban (federação de bancos) uma série de sugestões, estamos analisando e falei dos problemas constitucionais de você prever receita imediata”, afirmou. “No momento essa não é a decisão tomada sobre o decreto”, falou.
O ministro disse ainda que alertou os parlamentares sobre os impactos de uma eventual queda da medida, e sinalizou a possibilidade de “shutdown“, que é quando a máquina pública fica impossibilitada de funcionar pela indisponibilidade de recursos.
No Congresso, já foram protocolados mais de 20 projetos para derrubar o decreto do Governo.
E, segundo o que disse o deputado Valdir Cobalchini à Som Maior na manhã desta quinta, “se o Governo não recuar do aumento do IOF, será uma vitória acachapante pela derrubada do IOF”.