Alguns dias atrás eu recebi uma mensagem de um cliente da consultoria de investimentos que dizia o seguinte:
"Hoje minhas ações aumentaram um monte. Vamos vender alguma coisa pra entrar em outra posteriormente?”
Respondi que não, porque esta não é a estratégia que adotamos. E lembrei ainda que, assim como existem dias de valorização, existem também os dias de queda.
E a resposta dele foi: "Não! Dias de queda não pode ter!”
Esse raciocínio é tão comum quanto compreensível. A lógica humana entende altas como vitórias e quedas como derrotas. E, para piorar, temos a tendência de estender o que acontece no momento para a perpetuidade.
Ou seja: Se a ação XPTO que eu investi caiu 2% hoje, significa que ela vai cair 2% por dia até ir a zero. O que não é necessariamente verdade.
Essa conversa me lembrou de um ensinamento do Morgan Housel, autor do livro A Psicologia Financeira.
Segundo ele, existem situações que entendemos como um multa, mas deveríamos ver um ingresso. A diferença entre elas é que a multa é a punição por algo que fazemos errado, como uma infração de trânsito, enquanto um ingresso é o bilhete que compramos para acessar algo bom, como o cinema ou um parque da Disney.
E na bolsa de valores essa confusão acontece em relação à volatilidade. Que é o constante sobe e desce dos preços.
E, se existe uma certeza nesse mercado, é a volatilidade!
Enquanto muitos entendem a desvalorização de uma ação como uma derrota, a punição por uma má decisão, ela pode ser uma oportunidade de aumentar seu investimento gastando menos.
É inclusive por esses momentos, de comprar barato ações de boas empresas, que são construídos grandes patrimônios.
E a disciplina de confiar na estratégia e esperar o tempo fazer a sua mágica é o ingresso que nos dá acesso a um futuro financeiramente confortável.