Por Denis Luciano
31/10/2018 - 14:18 Atualizado em 31/10/2018 - 14:21
A coincidência entre o jogo contra o Goiás e o 1º de novembro, abertura da campanha de conscientização aos homens contra o câncer, voltou a agitar os bastidores do Criciúma em torno de uma cor: o azul.
A pauta já sacudiu o clube. Houve até reunião do Conselho Deliberativo em outros tempos para tratar do uso do azul em ocasiões especiais para rememorar o Comerciário, precursor do Tigre. Os saudosistas lembram, ainda, que o próprio Criciúma jogou de azul nos seus seis primeiros anos, de 1978 a 84.
Pois bem, a ideia era vestir o Criciúma de azul nesta quinta contra o Goiás. O desenho foi feito. Uma prova foi confeccionada. Um azul semelhante ao do Comerciário. Limpo. O azul, a logomarca do Criciúma, os patrocinadores e pronto. Barras azuis nas mangas e na gola. Singela e muito bonita. Seria venda fácil na Loja Tigremaníacos. E marcaria em alto estilo não apenas a inserção do Tigre no Novembro Azul e, de quebra, rememoraria o Comerciário, que está por completar uma bonita data da sua história em breve, mas isso é assunto para uma próxima conversa.
No ano passado, o Criciúma estreou na Série B contra o Santa Cruz com azul no uniforme, para assinalar os 70 anos do clube
Fotos: Caio Marcelo / Criciúma EC
Bem, camisa experimental feita, ela foi levada a uma reunião no clube. Alguns favoráveis, vendo a questão promocional, outros contrários, observando tradição, rivalidades e necessidade de uma ampla discussão interna do tema. Pela falta de unanimidade, foi para a gaveta a promoção.
O tema morreu? Não. Está reaceso. Voltará à pauta nas próximas semanas? Com certeza. Não será surpresa se nas próximas reuniões do Conselho Deliberativo seja levantado o debate. Afinal, o Criciúma tem planos para o uso do azul. Para a exploração da raiz histórica com o Comerciário. É um debate pertinente, mal resolvido e que, mais cedo ou mais tarde, precisará ser encarado de forma aguda e decisiva.
E por falar em camisa, vem novidade na semana que vem. O Criciúma desenvolveu uma nova camisa, preta, para disputar alguma das partidas da reta final da Série B. A conferir. Amanhã, o Tigre joga com a tradicional tricolor com o firme foco na vitória para chegar aos 44 e, logo, se aproximar da fuga definitiva do rebaixamento.
Por Denis Luciano
01/11/2018 - 23:18 Atualizado em 01/11/2018 - 23:38
O Criciúma somou apenas três pontos nos últimos quinze disputados. É um dos times de pior campanha nas cinco rodadas recentes, com três empates e duas derrotas. Não ganha desde setembro, quando fez 2 a 1 em Varginha diante do Boa Esporte no dia 29 de setembro.
Sem ganhar em casa desde 15 de setembro, quando fez aqueles 3 a 2 no Avaí, o Criciúma marchava para a segunda derrota seguida em casa. Mas o gol de pênalti de Zé Carlos, seguido do empate milagroso anotado por Marlon (quase gol do goleiro Luiz, que estava no lance), assegurou um empate praticamente milagroso em 2 a 2 contra o Goiás. No vídeo abaixo, o gol de Zé descontando para 2 a 1.
O poder de reação do Criciúma, em visível desvantagem técnica, amainou o semblante de Mazola Júnior. Além de deixar o campo aplaudindo e aplaudido pelo torcedor, o treinador reconheceu que o jogo provou a diferença entre as duas equipes. O Goiás é melhor e vai subir, e ainda assim o Tigre teve poder de reação. "E vontade não faltou. Os meninos se empenharam muito. Se eu fui duro com eles no jogo passado, agora devo reconhecer a disposição deles".
Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna
Até em relação aos cartões tomados, gerando mais desfalques, Mazola foi sutil. "O Zé Carlos não entendeu que a arbitragem mudou de 2012 para cá", disse, ao tentar justificar o cartão vermelho que o Criciúma campeão das expulsões tomou com o camisa 9 no final do jogo. "O Vitor (Ramos, zagueiro do Goiás) provocou ele e merecia ser expulso junto". Mas Mazola disse isso calmo, tranquilo, sem elevar o tom. "O Marlon não merecia, foi sem querer", disse, sobre o cotovelaço do lateral tricolor no atacante Michael, que resultou no amarelo, o terceiro, que o tirou da pedreira de terça, no Paraná, contra o Londrina.
Assista um trecho das explicações do técnico tricolor.
Com 42 pontos em décimo quarto lugar, abrindo sete da zona de rebaixamento faltando quatro rodadas, o Criciúma está praticamente garantido na Série B do ano que vem. Precisa de três pontos nos jogos contra Londrina (fora), CRB (em casa), Vila Nova (fora) e Sampaio Corrêa (em casa), para garantir a fuga definitiva. Hoje, a chance de descenso é de apenas 1%. Tratamos disso e de outros assuntos com Mazola na coletiva pós jogo. Confira no podcast.
Elegemos o Eduardo como craque do jogo na Som Maior. Deu conta do recado no improviso da lateral direita. Se desdobrou, defendeu, atuou como pode para conter o ímpeto goiano pela esquerda. E atacou quando possível. Cresceu quando Elvis entrou no segundo tempo. Outro destaque, o zagueiro Sandro, fez seu gol nos acréscimos, decretando o empate em 2 a 2. Ele falou do sufoco que foi a partida em entrevista coletiva. Confira.
Ney Franco comanda um dos bons times da Série B. O Goiás vai subir, é questão de tempo. Está em terceiro lugar com 54 pontos depois do empate em Criciúma. Embora Mazola tenha dito que "o Goiás ainda vai ter dificuldade nessa reta final", Ney deixou a entender na coletiva que o resultado da noite não foi justo em Criciúma, e que o Goiás, com mais chances criadas, acabou castigado. Acompanhe.
Zé Carlos expulso (de novo), Marlon com o terceiro amarelo (mais uma vez) e Mazola corre contra o tempo para mais um sufoco. O Criciúma enfrentará na terça, no estádio do Café, o lider do returno. O Londrina cresceu tanto que entrou na briga pelo acesso. Iago, que volta de suspensão, não tem retorno certo na vaga de Marlon, já que não está bem fisicamente. Carlos Eduardo e Liel estão liberados de suspensão. Os dois tem chances de jogar, já que Sueliton deve seguir fora por lesão, a exemplo do zagueiro Nino.
O empate diante do Goiás serviu ainda para manter um grande tabu. O time goiano nunca venceu o Criciúma em toda a história de confrontos no Heriberto Hülse. Mais um bom motivo para que os 2 mil torcedores que ficaram no Majestoso (mais de 2 mil foram embora depois do segundo gol do Goiás) comemorassem bastante.
Por Denis Luciano
02/11/2018 - 21:50 Atualizado em 02/11/2018 - 21:55
Os minutos antes e depois de o relógio marcar pontualmente 21h desta quinta-feira no estádio Heriberto Hülse foram frenéticos. De um merecido 2 a 0 para os visitantes do Goiás até um pênalti convertido por Zé Carlos, um gol no fim dos acréscimos para o 2 a 2 e a expulsão do centroavante tricolor. Tudo em pouco tempo.
Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna
"O Zé Carlos ainda não entendeu que a arbitragem mudou de 2012 para cá. E está difícil fazer ele entender", comentou Mazola Júnior, quando indagado pelos repórteres sobre o terceiro cartão vermelho do atacante na atual Série B. Os anteriores, sempre nos minutos finais dos jogos, foram contra o Atlético Goianiense (44 do segundo tempo), e o CSA (41 do segundo tempo), e sempre resultantes do segundo cartão amarelo.
Mas Mazola nem parece estar ligando muito mais para isso. Parece que o treinador já está convencido de que Zé Carlos, com seus 35 anos e suas manias e trejeitos, não vai mais mudar. Por isso, nem cabe gastar muita saliva explicando. "Não gosto de fazer advogado de diabo nenhum. Mas quem provocou o Zé Carlos foi o Vitor Ramos (zagueiro do Goiás)", contemporizou. O treinador era da opinião que os dois deviam ser expulsos.
A súmula do árbitro paranaense Paulo Roberto Alves Júnior deixa clara a razão da expulsão de Zé. O lance narrado foi no instante seguinte ao segundo gol tricolor.
Terminado o jogo, recém expulso, Zé se atirou ao gramado. Por ali ficou um tempo. Depois, saiu rapidamente rumo ao vestiário. Naquela confusão da saída dos jogadores, fiquei a espia-lo. Conseguimos entrevistar pela Som Maior o Elvis, o Ronaldo e o Eduardo. O Zé nunca se nega, e sempre rende alguma palavra que agita, que tempera. Mas desta vez ele não somente não quis falar como nos driblou e sentou na escadaria rumo ao vestiário. Quem espiar o vídeo abaixo verá a cena a partir dos 2min36seg e eu lá no fundo, narrando o que parecia ser o que a câmera do Criciúma efetivamente mostra agora, o Zé muito emocionado. Uma pilha. Nervoso. Ou desabafando. Ele chorou.
Zé Carlos chegou à artilharia do Criciúma na atual Série B, com seis gols. Muito pouco perto do tanto que ele já marcou em edições passadas. Em vinte jogos, além de seis gols marcados são três cartões vermelhos e seis amarelos. Na temporada, são nove gols em 26 partidas. Em Brasileiros da B pelo Tigre chegou a 46 gols em 72 jogos e, na história do Criciúma, consolida-se como o terceiro maior artilheiro: chegou a 66 gols em 106 jogos, atrás de Soares (82 gols em 271 jogos) e Vanderlei (84 gols em 431 partidas).
No atual Brasileiro, Zé marcou gols contra o Avaí (1 a 0 na Ressacada), Paysandu (dois nos 4 a 1 no Majestoso), Coritiba (um no 2 a 2 em casa), Fortaleza (um nos 2 a 0 no HH) e agora contra o Goiás. Estava há quatro partidas e quase dois meses sem balançar a rede.
Zé não enfrentará o Londrina terça que vem. Fora. Suspenso. Depois, terá a chance de retornar contra o CRB, no dia 10, em casa. É sempre emblemático para ele enfrentar "o time do coração", como ele sempre admite. Depois será Vila Nova fora e Sampaio Corrêa em casa, para então fechar a conta.
"E o Elvis, hein Mazola?". Pois é, não tinha como sacar Alex Maranhão depois dos dois gols marcados no Scarpelli, mesmo com os 3 a 2 sofridos para o Figueirense na rodada anterior. Por isso, o Criciúma começou o jogo contra o Goiás, na quinta-feira, com Maranhão titular e Elvis no banco. Mas de novo o primeiro não aproveitou e, no segundo tempo, o Tigre já voltou com o camisa 10.
Reprodução / TV Tigre
Ele deu mais volume ao meio de campo tricolor. Movimentou, buscou, tentou, arriscou e participou dos 2 a 2 contra o Goiás. O Criciúma chegou a 42 pontos e após a partida, no vestiário, algumas das cenas foram compartilhadas ontem pela TV Tigre. Vale conferir.
O discurso de Elvis, a partir de 2min53seg, tem vários tópicos interessantes, dignos de análise. Confira no vídeo e, logo abaixo, tem a transcrição do que foi audível.
Ninguém é bobo. A gente não jogou muito bem, mas sabe porque a gente conseguiu o empate? Falaram em sorte, sorte o caramba, todo mundo lutou até o final. Foi se ajudando que a gente conseguiu esse resultado que é difícil pra c*. Não foi apontando o dedo, não foi nada. A equipe tá de parabéns. Como o Luiz falou, a gente sabe que ainda falta um degrau na caminhada. Vamos acabar com isso logo, vamos acabar de forma digna. Ninguém acreditava, nós aqui acreditamos. Tá todo mundo aqui ó, desde o começo acreditando, independente de quem jogar, todo mundo de parabéns.
A parte de "ninguém ser bobo" ele havia falado na Som Maior também. Criticou quem fala em sorte, e destacou a união e a pegada coletiva. Certo. Mas quando afirma "não foi apontando o dedo" pode isso ter um ar de cobrança interna. Pode. Em seguida, expõe uma certa agonia, uma cobrança entre todos, de "acabar de forma digna". Ou seja, chegar logo aos 45 pontos para tirar esse peso das costas. E por fim, ao citar que "ninguém acreditava", coloca no ambiente do vestiário o único ponto de certeza de que a virada viria, certamente recordando os duros tempos da laterna e da longa convivência na zona de rebaixamento.
Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna
De tudo isso, vale perceber que, se tem faltado futebol brilhante, garra e sangue na veia não tem se ausentado. Elvis provou isso. Agora restam os jogos contra Londrina, CRB, Vila Nova e Sampaio Corrêa para o tormento acabar. A matemática ajuda, afinal, hoje é de 1% a possibilidade matemática de descenso.
(antes da rodada de ontem à noite) - Reprodução / chancedegol.com.br.
Por Denis Luciano
03/11/2018 - 19:02 Atualizado em 03/11/2018 - 19:13
Com o atacante Gustavo, o GustaGol, como grande destaque, o Fortaleza garantiu neste sábado a primeira vaga do acesso à Série A do Brasileiro. Venceu o Atlético por 2 a 1 em Goiânia e chegou a 64 pontos, assegurando a vaga mesmo ainda faltando quatro rodadas.
"Nosso próximo objetivo é o título", disse Gustavo, que abriu o placar na vitória do acesso.
A briga pelas outras três vagas envolve CSA, Avaí e Goiás, hoje no G-4, mais Vila Nova, Atlético e Londrina, este o próximo adversário do Criciúma na terça. O Londrina empatou com o Avaí neste sábado, 1 a 1 na Ressacada.
O Fortaleza vai pegar o CSA na próxima rodada. A última vez que o time jogou a Série A havia sido em 2006.
Por Denis Luciano
10/11/2018 - 21:38 Atualizado em 10/11/2018 - 21:55
Enquanto escrevo, confiro o Paysandu vencendo o Guarani em Campinas. O resultado é tão horrível que, faltando duas rodadas, o Criciúma está a três pontos da zona de rebaixamento na Série B com essa combinação.
A situação é dramática. Claro que enfrentar o rebaixado Sampaio Corrêa em casa na última rodada facilita um pouco, mas visitar o Vila Nova antes dá requintes de crueldade à reta final tricolor.
"Não fala, não fala, deixa esses caras ai". O berro de Zé Carlos para Marlon tentando tirar o lateral dos microfones logo após o 3 a 3 com o CRB é o resumo do momento.
Mazola não concordou ao perguntarmos, mas há sim uma enorme ansiedade no ar, a ânsia dos 45 pontos. Enquanto eles não chegam, eis o tormento instalado.
Zé decepcionou. Perdeu um pênalti e fez pouco. Foi defendido por Mazola. Mas o mais elogiado foi um ausente, o volante Jean Mangabeira. "Viram a falta que ele faz?", comentou Mazola.
Ou seja, está claro que Mangabeira, que volta de suspensão, será titular contra o Vila. Não será surpresa se Fábio Ferreira voltar no lugar de Jacy Maranhão, um dos nervosos da tarde. Até gol contra fez.
Belliato, muito elogiado embora a falha que resultou no gol anulado, poderá até perder lugar para Luiz. Mas é pouco provável. Luiz fará um tratamento para tentar recuperar-se de dores no tornozelo. Sem Vinicius, que viaja para a Seleção Sub-20, o jovem Diego pode ser o reserva de Belliato em Goiânia.
Por Denis Luciano
10/11/2018 - 22:43 Atualizado em 11/11/2018 - 10:37
Os quatro pontos que resultaram de empates nas sete últimas rodadas, o tempo do jejum tricolor, estão castigando o Criciúma na Série B.
Com a vitoria do Paysandu sobre o Guarani em Campinas, 2 a 0 na noite deste sábado, complicou o Tigre. Ocorre que há uma combinação que coloca o Criciúma no Z4 no sábado que vem. Por outro lado, o Tigre pode escapar de vez em Goiânia.
Guarani 0x2 Paysandu / Foto: Letícia Martins / Guarani FC
Resta uma vaga no rebaixamento, pois já caíram Sampaio Corrêa, Juventude e Boa Esporte. Hoje o último rebaixado seria o Paysandu com 40 pontos. Ainda sob ameaça matemática estão CRB com 42, Criciúma com 43 pontos e Oeste, 45. O Figueirense com 46 tem remota chance de cair.
O Paysandu joga na terça em Florianópolis contra o Figueirense. Precisa vencer. Se ganhar, ultrapassa o CRB e empata com o Criciúma. O CRB visita o Londrina na sexta e o Criciúma encara o Vila Nova no sabado.
Na última rodada o melhor cenário é do Criciúma, que recebe o rebaixado Sampaio. Os demais concorrentes também jogam em casa, o Paysandu contra o Atlético-GO e o CRB diante do Figueirense.
Ou seja, o Figueirense está no caminho da fuga do Criciúma. Será bom para o Tigre torcer pelo Figueira...
Por Denis Luciano
12/11/2018 - 00:35 Atualizado em 12/11/2018 - 00:54
O estádio Mário Balsini poderá ser capacitado para jogos noturnos do Próspera já na próxima temporada. "Estamos fazendo orçamentos sim", confirma o diretor do clube, Michel Silveira. "É que muitos clubes da Série B do Catarinense tem iluminação", observa o presidente Dorval Arriola.
Os postes estão lá. "A canalização e as caixas necessárias também. Claro que precisamos revisar tudo, mas os postes, que são caros, nós já temos", observa Michel.
A estreia foi contra o Orleans, 5 a 0 / Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo
E o Time da Raça vai além no incremento da estrutura pensando no novo patamar que alcançou, com o título da Série C estadual conquistado no domingo passado. O clube recebeu, da prefeitura, a cedência do campo do bairro São Luiz para treinamentos. "Precisamos de obras lá, a prefeitura já se comprometeu em fazer o que precisa e nos ceder", detalha o diretor.
Ganhar um campo de treinamento no bairro São Luiz será um passo importante para outra ideia do clube, melhorar o gramado do Mário Balsini. "Já estamos fazendo uns tratamentos, queremos preservar no ano que vem o campo só para as partidas", comenta o presidente. Outra ideia é montar um campo para treinamentos no terreno defronte ao estádio prosperano.
Mais um reforço importante será o ônibus do Próspera. "Teremos um no ano que vem para as nossas viagens", anuncia Michel.
"Próspera teve a melhor média de público da história da Série C", anuncia o diretor Michel Silveira / Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo
E serão bem mais viagens do que nesta temporada, quando o Time da Raça esteve em Itajaí, Paulo Lopes e Orleans na primeira fase, Caçador na semifinal e voltou a Itajaí na decisão. Em 2019, serão nove jogos fora e nove em casa na primeira fase.
O calendário também será maior, com a competição iniciando entre junho e julho. A primeira reunião para organizar a Série B estadual do ano que vem já está marcada. Será no próximo dia 20. O Próspera vai encarar Concórdia e Inter de Lages, que vieram da Série A, mais os remanescentes da Série B: Camboriú, Fluminense de Joinville, Almirante Barroso, Blumenau, Juventus de Jaraguá do Sul, Guarani de Palhoça e Barra.
"Queremos no mínimo chegar entre os quatro para garantir uma vaga na Copa Santa Catarina, mas claro que sonhamos sim com o acesso", estima o presidente Arriola.
Paulo Baier e a torcida na final em Itajaí / Foto: Lucas Colombo / MC10
Ainda não há qualquer sinal de que Paulo Baier possa ser o técnico do Próspera no ano que vem. "Tem sondagens de outros clubes, já falaram dele no Brusque por exemplo", cita Michel. "Essa semana vamos começar a tirar o planejamento de 2019 do papel, mas não temos nada com o Paulo ainda", emenda o presidente.
O volante Jessé, destaque da Série C, foi emprestado para disputar o Campeonato Paulista. "Mas deve voltar para a Série B conosco, assim como o atacante Piauí, que voltou para o Salgueiro de Pernambuco mas o Próspera tem parte e ele volta para jogar o Catarinense com a gente", detalha o diretor.
Próspera quer melhorar o gramado e iluminar o Mário Balsini / Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna / Arquivo
Ainda há algumas contas a pagar da temporada. "Tiramos dinheiro do bolso lá no início, mas depois vieram os patrocinadores, os parceiros, várias empresas que nos ajudaram e também o torcedor que se associou", conta o presidente. "Muitos reforços vieram nesse sistema, de empresa bancando diretamente jogadores", disse, quando questionado sobre qual a folha de pagamento do Próspera na conquista da Série C.
Arriola elogia a Federação Catarinense de Futebol (FCF). "Além de nos oferecer uma premiação boa, eles deram bolas e não pagamos arbitragens em dois dos cinco jogos em casa, e nos demais tivemos bons descontos. Isso valeu para todos os times". Entre as pendências, o prêmio e mais algumas despesas. "Mas coisa pequena, nada que nos tire o sono", garante.
Paulo Baier, sonho do Próspera para 2018 / Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna / Arquivo
Vai levar mais de seis meses para o Próspera voltar a campo. "Teremos o Estadual de base, que deve ser sub-20 e vai começar antes da Série B. Vai ser bom para organizar o time profissional do ano que vem", conclui o presidente.
Por Denis Luciano
13/11/2018 - 21:25 Atualizado em 13/11/2018 - 21:31
O drama só aumenta para o Criciúma. O Figueirense vencia o Paysandu por 2 a 0 mas, uma virada nos acréscimos, deu mais um fôlego para o time paraense na luta contra o rebaixamento. Com os 3 a 2 anotados em pleno Orlando Scarpelli, chegou a 43 pontos, ficando atrás do Tigre somente no saldo de gols: -8 a -6. O resultado empurrou provisoriamente o CRB para a zona de rebaixamento, com 42 pontos.
Alagoanos e catarinenses ainda jogam na rodada. O CRB visita o Londrina na sexta-feira e o Criciúma encara o Vila Nova no sábado em Goiânia. Qualquer um dos três envolvidos pode fechar a rodada no Z-4, mas somente o Tigre pode abandonar de vez o descenso no fim de semana. Para tanto, precisará vencer o Vila Nova e torcer por derrota do CRB no Paraná.
Reprodução / GloboEsporte.com
Qualquer resultado que não seja vitória contra o Vila e o Criciúma dependerá da última rodada para escapar. Na pior das hipóteses, o Tigre pode até ir para o Z-4, caso seja derrotado por três ou mais gols de diferença em Goiânia e o CRB empate ou vença em Londrina.
Sobre a vitória desta terça do Paysandu, o Figueirense marcou seus gols com Elton, aos 6 e 13 minutos do primeiro tempo. A virada começou com Pedro Carmona cobrando pênalti aos 35 do primeiro tempo. Renato Augusto empatou aos 10 e Timbó virou aos 45 da etapa final. Pouco antes do terceiro o Paysandu teve um outro gol anulado.
Reprodução / PFC
O resultado deixou, ainda, sob remoto risco matemático o próprio Figueirense, com 46, e o Oeste, que tem 45 pontos e joga no sábado, em casa, diante do Goiás. Na última rodada os jogos que envolvem times sob risco de cair são Criciúma x Sampaio Corrêa, Paysandu x Atlético (GO), CRB x Figueirense e Boa Esporte x Oeste.
Por Denis Luciano
14/11/2018 - 14:31 Atualizado em 14/11/2018 - 14:37
Matematicamente, cinco times tem chances de cair para a Série C na última vaga do rebaixamento, e acompanhar Sampaio Corrêa, Juventude e Boa Esporte na queda. O crescimento recente do Paysandu fez aumentar, e bastante, o risco do Criciúma.
E tudo piorou ontem, com a vitória do Paysandu sobre o Figueirense por 3 a 2 em Florianópolis. Esta foi a pauta principal do Debate Aberto desta quarta-feira na Som Maior.
Depois do empate em casa com o Goiás em 2 a 2, e antes de perder para o Londrina por 4 a 2, o Criciúma tinha 1% de risco de cair. Veio a derrota para o Londrina e o empate em casa com o CRB. Em paralelo, a ascensão do Paysandu. O risco, que era de 6% até ontem, subiu para 16% após a vitória dos paraenses em Floripa.
Os cálculos acima são do portal Chance de Gol. O Criciúma pode fugir de vez do rebaixamento no sábado, se ganhar do Vila Nova e o CRB tiver perdido para o Londrina no sábado. Mas, por outro lado, o Tigre pode ir ao Z-4, caso o CRB vença o Londrina e o tricolor seja derrotado em Goiânia. Ou, ainda, se o CRB empatar no Paraná e o Criciúma perder por três ou mais gols de diferença.
Mazola avisou no sábado, após o 3 a 3 com o CRB, que era preciso "estar pronto para o pior" / Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna
Essas e outras no Debate Aberto de hoje, no qual estivemos com João Pedro Herrmann, Plácido Pizzetti, Antônio Sérgio Fernandes e Fabrício Schambeck. Confira no podcast.
Por Denis Luciano
16/11/2018 - 20:38 Atualizado em 16/11/2018 - 20:45
O Criciúma vive dias e horas de tensão com o risco de rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. O assunto esteve na pauta do Debate Aberto desta sexta-feira, véspera da partida do Tigre contra o Vila Nova neste sábado, em Goiânia.
A repetição de alguns erros ao longo da temporada, como as questões disciplinares e a limitação de investimentos, foram destaques. As dificuldades enfrentadas pelo técnico Mazola Júnior também.
O Debate Aberto tratou nesta sexta, ainda, do programa Mais Médicos e o anúncio da saída dos profissionais cubanos do Brasil. Na região há previsão de forte impacto principalmente em Içara. O programa contou com as participações de Valdeci Rampinelli, Sarandi, Jonatas Roberge e Jairton Manique Barreto. Confira no podcast.
Por Denis Luciano
16/11/2018 - 21:24 Atualizado em 16/11/2018 - 21:28
A imagem é corriqueira mundo afora. Mas sempre que se repete, enche de euforia os tricolores daqui. "É o maior de Santa Catarina", repete-se nas redes sociais. E não foi diferente no fim da tarde desta sexta-feira quando, ao abrir imagens desde o estádio do Arsenal, em Londres, a Rede Globo flagrou alguns, não poucos, torcedores do Criciúma.
Orgulhosos, vestiam suas camisas do Tigre, das mais diversas épocas, com as mais diversas marcas estampadas entre o amarelo, o preto e o branco. E como são apaixonados esses torcedores que vivem da distância de casa. Eles, certamente, estariam no Majestoso contra o Sampaio Corrêa, no sábado da semana que vem, no confronto que possivelmente valerá a vida tricolor na Série B. E eles, certamente, não abandonarão o Criciúma caso o pior aconteça.
E carregavam uma faixa "Vamos, Tigre" daquela, dos tempos da Série A em 2013 e 2014. E gritaram pelo seu Criciúma, mesmo sabendo que a realidade hoje é tão distante daqueles impecáveis cenários de seleções e craques e dinheiro abundante do futebol europeu. Anos-luz. A milhares de quilômetros dali, o Criciúma chegava a Goiânia para uma decisão diante do Vila Nova. Pontuar na capital de Goiás será uma façanha.
Brasil comemora o gol feito no Uruguai / Foto: CBF / Divulgação
E enquanto os criciumenses de Londres se abalaram para assistir um Brasil 1x0 Uruguai com gol de Neymar cobrando pênalti - são cinco vitórias em cinco partidas do time do Tite após a queda na Copa do Mundo - os criciumenses daqui roem unhas diante da TV em um Londrina x CRB. Torcendo pelo azul do Londrina...
Solidário ao Criciúma, até o simpático Canarinho, que resgatou sua perdida fama do passado durante a Copa na Rússia, carregou as cores do Criciúma. Certamente a pedido da animada galera na capital inglesa, o mascote dedicou alguns segundos de sua corrida agenda em dia de jogo do Brasil para posar com a tricolor do Tigre. Que seja um bom presságio para que o povo tricolor não fique "pistola" nesses próximos e tensos dias.
Por Denis Luciano
16/11/2018 - 23:37 Atualizado em 16/11/2018 - 23:49
O Criciúma entra em campo neste sábado, a partir das 19h30min, com um grave risco. De entrar na zona de rebaixamento da Série B faltando apenas mais uma rodada para o término da competição. Isso vai acontecer caso o Tigre seja derrotado pelo Vila Nova por três ou mais gols de diferença no Serra Dourada. Cabe lembrar que o Vila briga pelo acesso, joga sua última cartada e, vencendo, vai vivo para a rodada final.
Tudo se agravou com a vitória pouco esperada da noite desta sexta que o CRB conquistou sobre o Londrina, 2 a 1 no estádio do Café. Além de dar um passo quase definitivo para fugir do Z-4, os alagoanos praticamente tiraram os paranaenses da disputa pelo acesso. Até tem uma chance, mas muito remota.
Sobre o CRB, contou com mais dois gols de Willians Santana, que já havia feito dois contra o Tigre naquele 3 a 3 trágico para o Criciúma na rodada passada no Majestoso. Na última rodada, o time de Alagoas recebe o Figueirense em Maceió em uma partida na qual o empate deve bastar para ambos, logo...
A situação do Criciúma é tão complicada que nem a vitória diante do Vila serve para fugir de vez da agonia. Se ganhar, o Criciúma vai a 46 pontos, abre três do Paysandu, mas há o saldo de gols - hoje o Tigre tem vantagem de dois sobre os paraenses - mas haverá a última rodada, na qual o tricolor pega o Sampaio Corrêa e o Papão encara o Atlético Goianiense, ambos em casa. Teoricamente, claro que a missão mais ingrata é a do Paysandu.
E tem o Oeste ainda. Uma derrota em casa para o Goiás neste sábado deixará o time do técnico Roberto Cavalo ainda sob ameaça. Para piorar a vida do Rubrão, o Goiás pode subir neste sábado caso vença e o Vila não ganhe do Criciúma. Mesmo caminho percorrerá o CSA, que sobe à Série A vencendo o Avaí que, por sua vez, tende a fazer confronto direto por uma vaga na última rodada, em casa, contra a indigesta Ponte Preta.
Classificação da parte de baixo da Série B / Reprodução / GloboEsporte.com
Emoções não vão faltar. Nos encontramos neste sábado, a partir das 18h, na Rádio Som Maior, para contar Vila Nova x Criciúma.
Por Denis Luciano
17/11/2018 - 21:56 Atualizado em 17/11/2018 - 21:59
Por 26 minutos, o Criciúma esteve na frente no placar. "Foi um jogo muito duro", definiu o técnico Mazola Júnior. No fim das contas, o Tigre empatou em 2 a 2 com o Vila Nova. "E a gente só depende da gente agora". O treinador tem razão. Com 44 pontos, um à frente do Paysandu, o primeiro do Z-4, o Criciúma escapa sem qualquer resultado paralelo se vencer o rebaixado Sampaio Corrêa no próximo sábado, no Heriberto Hülse.
A despedida, dependendo de Mazola, vai ter um aditivo das arquibancadas. "Vou pedir ao presidente para fazer uma promoção inédita", anunciou. Ele quer o Majestoso abarrotado. "Para a gente salvar esse ano difícil do Criciúma".
São oito jogos sem vencer na Série B. "Todo aquele pesadelo está só dependendo da gente. O torcedor do Criciúma não merece sofrer tanto".
Mas a noite prometeu tensão no Serra Dourada. Favorito natural, brigando pelo acesso, o Vila fez 1 a 0 antes do primeiro minuto de jogo com Geovane, de cabeça.
O Criciúma não esmoreceu e, em um lance parecido com o do gol anotado diante do CRB, Eduardo chutou forte, com categoria, e empatou aos 5: 1 a 1. O chute, de 31 metros de distância, alcançou 94 quilômetros por hora.
E veio a virada. E ao melhor estilo do Tigre. Bola alçada na área por Sueliton, em um escanteio, e Liel, de cabeça, marcou seu oitavo gol na Série B. É o artilheiro do Criciúma. Os oito gols de cabeça, 2 a 1.
Nos acréscimos do primeiro tempo o Vila Nova empatou. Washington lançou para Mateus Anderson que escorou para Elias. Ele girou, venceu a defesa e fulminou Beliatto, 2 a 2.
O Criciúma jogou e empatou com Belliato, Sueliton, Sandro, Fábio Ferreira e Marlon, Jean Mangabeira, Liel, Eduardo e Ronaldo (Alex Maranhão), Andrew (Vitor Feijão) e Zé Carlos (Nicolas). "Esse ponto foi uma vitória", concluiu Mazola.
Por Denis Luciano
21/11/2018 - 17:48 Atualizado em 21/11/2018 - 17:56
O Criciúma está garantido na ediçao 2019 da Copa São Paulo de Futebol Júnior. A inclusão do Tigre na competição nacional foi confirmada ao presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Rubens Angelotti, na tarde desta quarta-feira.
O Tigre não foi incluído na relação inicial de participantes do torneio pois há um limite de vagas por estados - quatro no caso de Santa Catarina -, e a FCF optou por colocar os times por ordem de classificação do último Campeonato Catarinense, ou seja, Chapecoense, Atlético Tubarão, Figueirense e Avaí.
Como quinto colocado no Estadual, o Criciúma esperava justamente pela abertura de alguma vaga restante. Outro que também reivindicava um lugar na competição era o Joinville, sexto colocado no Catarinense.
A base da equipe que irá à Copa SP em janeiro estará em campo daqui a pouco, 18h30min, no primeiro jogo da decisão da Copa Sul Sub-19, na qual o Criciúma enfrenta o Grêmio. A partida de hoje ocorre no Heriberto Hülse.
Por Denis Luciano
22/11/2018 - 17:13 Atualizado em 22/11/2018 - 17:19
Foram divulgados hoje os grupos da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2019. O Tigre, confirmado ontem na competição, está na Chave 10, e vai cruzar com o São Carlos de São Paulo (o dono da casa), o América Mineiro e o Atlântico, da Bahia. A tabela será divulgada posteriormente.
A Chapecoense está na Chave 2, em Penápolis, contra Penapolense, Rio Preto (SP) e São José (RS). Na Chave 16, em Itapira, o Figueirense vai cruzar com Itapirense (SP), Botafogo (SP) e CRB. O Atlético Tubarão está na Chave 27, com sede em Taubaté, e vai encarar Vasco, Carajás do Pará e o Taubaté. O Avaí está na Chave 30, que terá sede em São Paulo e vai jogar contra Juventus, inter de Limeira (SP) e América de Natal (RN).
O time-base do Tigre que vai à Copinha é o que ontem disputou a partida de ida da decisão da Copa Sul Sub-19 e goleou o Grêmio por 4 a 1. Abaixo, as chaves da Copa São Paulo.
Por Denis Luciano
24/11/2018 - 00:15 Atualizado em 24/11/2018 - 00:20
Precisamos hoje voltar 22 anos no tempo. Em 24 de novembro, mas em 1996, um bravo mas encrencado Criciúma ia a Curitiba encarar o Atlético Paranaense. Precisava vencer para escapar de um iminente rebaixamento à Série B. E não é que a façanha se realizou? O Criciúma fez 2 a 1, manteve-se na elite e ajudou a fazer despencar o Fluminense, que dali rolaria mais um pouco ate à Terceira Divisão e depois aquele rumoroso retorno, muito criticado até hoje.
O tempo passou, o Tigre caiu, subiu, voltou, despencou e, em altos e baixos, está aí, diante de uma nova decisão. Neste sábado, contra o Sampaio Corrêa, vencer significará ficar na Série B sem depender de resultados paralelos. Qualquer outro placar e o drama estará fortemente instalado.
Essas idas e vindas dos anos passados, A Tribuna esteve contando, com seu antecessor, o Tribuna Criciumense. Ocorre que o passado nos pregou uma peça. Voltando os exatos 22 anos no tempo, naquela época navegava em boas águas o Jornal da Manhã, hoje extinto, no qual tive a oportunidade de trabalhar em uns três períodos, dois como colunista e o último como editor, em 2016, meses antes do seu lastimável desaparecimento.
Jornal da Manhã, 25 de novembro de 1996
Era um bravo jornal o JM. Tragado pelas dificuldades, abandonou o campo diário e duro da luta jornalística. Mas naquela época, o JM era o diário, o Tribuna Criciumense era semanal. E não tivemos, por uma lacuna do arquivo público municipal, como acessar o nosso antecessor daquela semana decisiva e histórica para o Tigre. Por conta disso é que, na edição deste sábado, o Jornal da Manhã estará estampado na página 37 de A Tribuna. Será uma doce lembrança, E que ajude dando sorte ao nosso Tigre.
Agradecimentos ao colega Lucas Renan Domingos, autor da pesquisa e das reproduções aqui postadas.
Por Denis Luciano
25/11/2018 - 17:25 Atualizado em 25/11/2018 - 17:28
O Criciúma terminou o Campeonato Brasileiro - após os 2 a 0 de ontem diante do Sampaio Corrêa - a quatro pontos da zona de rebaixamento, em 14º lugar. No Campeonato Catarinense, as quatro vitórias nas quatro últimas rodadas mascararam uma luta contra o rebaixamento, e o quarto lugar na classificação geral disfarça um pouco o vexame que o Tigre quase proporcionou. Foi um ano em que, nos números absolutos, o Tigre mais perdeu que ganhou.
Vestiram a camisa do Tigre nos 58 jogos oficiais exatos 47 jogadores, desde Elvis, o que mais atuou, em 49 partidas, até Marcinho Júnior, Matheusinho e Arthur, com apenas uma partida.
Os que mais jogaram:
Elvis - 49 jogos, Nino - 46, Luiz - 44, Jean Mangabeira - 39, Alex Maranhão - 38, Andrew - 36, Sandro - 36, Marlon - 34, João Paulo - 31, Sueliton - 30, Liel - 29, Zé Carlos - 29, Eduardo - 27, Vitor Feijão - 27, Luiz Fernando - 26
Elvis foi quem mais jogou neste ano pelo Tigre / Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna
Entre os autores dos 67 gols tricolores, o artilheiro geral do ano foi Zé Carlos, que marcou dez vezes, seguido pelo volante Liel, com oito gols. Foram 17 jogadores diferentes marcando gols pelo tricolor neste ano.
Os artilheiros de 2018
Zé Carlos - 10 gols, Liel - 8, Elvis - 6, João Paulo - 6, Vitor Feijão - 6, Alex Maranhão - 5, Mailson - 5, Sandro - 5, Andrew - 4, Eduardo - 3, Lucas Coelho - 2
Uma temporada de muitos cartões. Foram 117, recebidos por 32 jogadores, sendo Jean Mangabeira o mais advertido, 15 vezes, seguido por Sueliton, com 14, e Elvis, 11 amarelos.
Os cartões amarelos
Jean Mangabeira - 15, Sueliton - 14, Elvis - 11, Douglas Moreira - 10, Marlon - 10, Eduardo - 9, João Paulo - 9, Andrew - 8, Liel - 8, Nino - 8, Sandro - 8 cartões
Entre os cartões vermelhos, o Criciúma teve 15 expulsões na temporada. Marlon, o campeão, tomou quatro cartões vermelhos. Foram três para Elvis e Zé Carlos. Levaram um cartão Alex Maranhão, Barreto, Iago, Jean Mangabeira e Vitor Feijão.
Sueliton concorda, "não tem que o que comemorar"
"Não tem o que comemorar. Não era para estar nessa situação. O Criciúma é grande. Não tem que comemorar. Não era mais que obrigação dentro de casa", disse o lateral direito Sueliton ontem, após os 2 a 0 contra o Sampaio Corrêa. "Vamos esperar o ano que vem. O que eu desejo para o clube são títulos, fomos campeões aqui e sentimos o que essa torcida", completou.
O atacante Patrick entrou ainda no primeiro tempo da partida contra o Sampaio. Um dos sete jogos dele com a camisa tricolor. E no segundo tempo ele perdeu uma grande chance de gol. "Tive a chance. Sempre treinei forte, estou feliz pelo empenho da equipe, a gente merece coisa melhor. Infelizmente tivemos algumas adversidades no campeonato".
O volante Ronaldo veio durante a Série B, com aval do técnico Mazola Júnior. Fez ontem o último dos seus 12 jogos no Criciúma. "Não foi o ano que a gente esperava, até pela reação da metade do campeonato, mas saio com o sentimento de ter deixado o Criciúma na Série B para que no próximo ano possa conseguir esse acesso", disse o volante.
O goleiro Belliato fez defesas importantes novamente. Foi uma das 12 partidas do jogador emprestado pelo Tubarão. "Graças a Deus, acabou o sufoco. Não era para o Criciúma passar por isso, mas o futebol tem dessas coisas. Agora a sensação é de alívio, complicado você jogar em um clube como o Criciúma e brigar para não cair, a pressão é muito grande. Agora eu quero ir para casa curtir a minha filha que vai nascer", disse Belliato, que sofreu 19 gols pelo Tigre.
Além de ter sido o jogador com mais cartões amarelos no ano do Criciúma, Jean Mangabeira foi o quarto que mais jogou: 39 das 58 partidas. Ele valorizou o papel do torcedor na despedida de ontem. "É bom ver o estádio desse jeito, o torcedor lotando, isso faz diferença e facilitou muito o nosso trabalho, a torcida".
E Zé Carlos, ao que tudo indica, despediu-se do Criciúma. "Eu quero descansar. Foi uma pressão muito grande", disse o atacante, após o jogo e o gol de cabeça contra o Sampaio Corrêa. Zé encerrou a temporada totalizando, na soma das três passagens, 67 gols em 109 jogos pelo Criciúma. Consolidou-se como terceiro maior artilheiro da história do clube, atrás de Soares, com 82, e Vanderlei, 84 gols. Abaixo, o gol dele ontem.
"Comemorar esse tipo de permanência é difícil. Sou acostumado a brigar por objetivos, rebaixamento não me empolga", disse Zé. Sobre o gol marcado ontem, muitos elogios ao lateral Marlon, autor do cruzamento. "Conheço o Marlon desde 2012, é um amigo meu, podemos ajudar ele com o cruzamento e eu com o gol".
O atacante aproveitou para se justificar perante aos críticos. Quero agradecer todos que compareceram e todos os que me criticam. Tenho 35 anos e posso jogar mais que eu estou jogando, sei que estou em um desgaste físico muito grande. Muitas vezes eu errei mas sempre buscando ajudar o Criciúma. Quem me conhece sabe do meu caráter, tudo o que passamos aqui a gente merece ficar na Série B".
Confira as entrevistas que fizemos no Futebol Som Maior com os jogadores na saída de campo, após a partida de ontem.
Marlon viveu um ano difícil. Quatro expulsões durante a Série B forçaram uma volta por cima. Ele não fala do assunto, mas chegou a pensar em encerrar a carreira durante a temporada. Conseguiu reagir e terminou o ano com o bonito cruzamento para o gol decisivo de Zé. "Uma jogada que só de eu olhar para o Zé ele sabe onde eu vou colocar. Fui muito feliz no passe, encontrei ele de frente para o gol e ele foi muito feliz na conclusão".
O lateral reconheceu que Mazola teve papel preponderante na sua reação no ano. "Eu tive um começo muito abaixo do esperado, aquelas expulsões me prejudicaram um pouco. Mas o Mazola sempre procurou conversar comigo, eu fui recuperando a minha autoestima e desenvolvendo o meu futebol. De uns tempos para cá venho melhorando e ajudando a equipe a sair dessa situação".
Ele foi um dos que destacou que nada havia a comemorar com o resultado e a fuga do descenso. "Um clube do tamanho do Criciúma não pode estar passando por isso. Não tem o que comemorar não. Tem que só pedir desculpas ao torcedor, esperava muito desse time, temos um elenco muito bom, mas infelizmente não deu resultado. Mas agora é o clube se planejar para não passar mais por isso". Ouça abaixo a entrevista coletiva com Marlon.
O jogo marcou a despedida de Alex Maranhão do Criciúma. O próprio jogador anunciou isso após a partida, em entrevistas e também nas suas redes sociais. Foi dele o passe para o último gol da temporada, anotado por Elvis.
Liel, artilheiro do Tigre na Série B com oito gols. Vice-artilheiro do ano
Por Denis Luciano
25/11/2018 - 20:15 Atualizado em 25/11/2018 - 20:19
Houve até instantes que o torcedor sonhou com o acesso. Como quando daqueles 3 a 2 sobre o Avaí no Heriberto Hülse que levaram o Criciúma à sua melhor colocação na Série B ontem encerrada, quando o Tigre chegou ao 12º lugar na 27ª rodada. "Mas eu nunca deixei esse discurso se criar, pois eu sabia das dificuldades. Era uma utopia muito grande sonhar com acesso esse ano", lembrou o técnico Mazola Júnior ontem, depois dos 2 a 0 sobre o Sampaio Corrêa que livraram o Tigre do risco de cair à Série C.
Mas o Criciúma chegou a estar rebaixado. Durante onze agoniantes minutos, entre as 17h20min e 17h31min, o Paysandu vencia o Atlético Goianiense por 1 a 0 enquanto o 0 a 0 persistia no placar do Heriberto Hülse. Essa combinação derrubava o Tigre.
Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna
Embora o som do estádio não tenha anunciado um gol sequer dos 5 a 2 que o Paysandu tomou no seu descenso perante ao Atlético em Belém, os jogadores sabiam do que acontecia lá. Trabalhei no segundo tempo ao lado do Wallacer, do Marcinho Júnior e de outros reservas, esses dois em especial vinham a todo momento perguntar. "Saindo gol em Belém me avisa, tá", pediu Wallacer. Atendi, claro.
E aqueles 11 minutos de rebaixamento coincidiram com o pior momento do Criciúma diante do Sampaio. Um time titubeante, pouco objetivo e que chegou a ser pressionado. O clima era pesado, sufoco que só foi sumir com os gols de Zé Carlos e Elvis.
As melhores rodadas do Criciúma foram a 27ª e a 30ª, nas quais ficou em 12º / CBF / Reprodução
"Gostou do seu trabalho?"
Perguntei isso ao Mazola na coletiva, se ele gostou do que fez nas 33 rodadas em que comandou o Criciúma. "Se a gente for pensar nos números. Se contar a partir da oitava rodada, que foi quando começou de verdade o meu trabalho, tivemos 50% de aproveitamento", comentou.
Algumas vezes perguntamos se ele ficaria. Mazola nunca gostou dessas perguntas. Dessa vez, não escapou e disse que nesta segunda pode ter novidade. "Para provar que nunca houve nada em relação ao futuro, eu adiei a minha viagem, tenho um sério problema familiar em Campinas, eu ia embora amanhã (hoje) para dar uma atenção especial ao presidente, que merece. Sinceramente não achei justo esse discurso do final, foi o único senão do torcedor. O Jaime não merecia".
Mazola comentou a importância de, antes de contratar técnico, o Criciúma acertar com um executivo de futebol. E encheu a bola de Nei Pandolfo. "Vou ter uma conversa com a direção, a comissão técnica. É muito importante, mais que o treinador, a situação do diretor executivo. Na segunda deve sair alguma coisa, ao menos um alinhamento da nossa permanência ou não". Ele destacou que teve uma sincronia muito boa com Pandolfo.
O treinador fez um contundente alerta sobre a realidade financeira do Criciúma. "Eu sou um estudioso da Série B e tenho acompanhado. Eu sabia, desde que cheguei, que não teríamos orçamento para investir e dar a volta, como o Goiás fez. O Criciúma estava com orçamento estourado e déficit mensal de R$ 500 mil. Então criamos alternativas". E foi além. "Série B é extremamente deficitária. O Criciúma tem que repensar muito isso, pois nos últimos anos, e esse ano de novo, a Série B adiantou um mês, então aquele projeto orçamentário de um time no Estadual e outro na Série B caiu por terra". E completou. "O Criciúma precisa resolver um problema seríssimo, gasta mais que arrecada".
Jean Mangabeira, o camisa 15, tem moral com Mazola
Sobre as razões para a difícil campanha tricolor, elencou o planejamento. "O clube tem que entender que a Série B começa a ser disputada em novembro, não em abril, muito menos em junho. Ano passado o Criciúma fez 48 pontos. Esse ano, 47. São provas, dois anos seguidos, que o planejamento esportivo tem que mudar. Administrativo e financeiro, fantástico".
Lembrou, ainda, que na montagem a Série B tem que começar já. "Em novembro. Planejamento anual. Você não pode trocar de executivo no início do ano, não pode ter três treinadores no ano, e sem críticas, os caras são bons, olha o trabalho do Lisca no Ceará, o Argel renovou no Coritiba".
Os jogadores disseram no fim da partida com o Sampaio que não comemorariam. Mazola divergiu. "Eu discordo dos jogadores. Eu vou comemorar bastante. Foi o trabalho mais difícil da minha vida. Nem no Cuiabá, onde tivemos que ir a Brasília rebaixar o Brasiliense, foi mais difícil. Vou comemorar e bem e amanhã (hoje) vou agradecer à minha Santa lá no Caravaggio".
Zé Carlos elogiado por Mazola
E Mazola reforçou o seu sonho, trabalhar na Série A. "Se eu caio no Criciúma todo o meu projeto profissional iria para o saco. Eu estou no futebol pois eu sonho e busco uma oportunidade na Série A. Se eu tiver essa oportunidade e não aproveitar, eu vou encerrar a minha carreira, eu vou sair do futebol. Sou fissurado e quero e trabalho e estudo muito por isso. Dia 4 estou enfiado na Granja Comary, dez dias com Tite, Dunga, Mano Menezes e os caras da Série A. O meu sonho é ser treinador da Série A, enquanto eu não tiver essa oportunidade eu não vou sossegar", completou.
Ouça, no podcast abaixo, a última entrevista coletiva de Mazola Júnior na temporada, que a gente acompanhou no Futebol Som Maior deste sábado.
Por Denis Luciano
25/11/2018 - 21:17 Atualizado em 25/11/2018 - 21:25
O Criciúma conheceu na noite deste domingo mais um dos seus adversários na Série B do Campeonato Brasileiro em 2019. É o Vitória da Bahia, que acabou matematicamente rebaixado após o 0 a 0 de Corinthians e Chapecoense em São Paulo.
Com o resultado, a Chape, que ainda corre risco de descenso, chegou a 41 pontos. É o primeiro time fora do Z-4. O Vitória, vice-lanterna, tem 37 e chega no máximo a 40 pontos. Por isso, caiu. Vai disputar amistoso de entrega de faixas no domingo que vem em São Paulo, contra o campeão Palmeiras.
O Sport tem um jogo a menos. Encara o São Paulo nesta segunda. Se ganhar, empurra a Chapecoense para o Z-4. O outro time atual do Z-4 é o América, que neste domingo ganhou um fôlego vencendo o Bahia por 1 a 0. A Chapecoense vai despedir-se em casa no domingo que vem, contra o São Paulo, e se conseguir escapar serão dois catarinenses na elite do ano que vem, já que o Avaí subiu.
Ainda sob risco estão Vasco, Fluminense e Ceará.
A parte de baixo da tabela / Futebol Interior / Reprodução
A Série B será uma competição do centro sul do Brasil em 2019, com base nos 18 times já confirmados. O Vitória é, recém, o segundo nordestino. São seis paulistas e quatro paranaenses, mais dois catarinenses e um gaúcho. Completam a lista um alagoano, um matogrossense e dois goianos. Confira a lista:
Santa Catarina - Criciúma e Figueirense
Rio Grande do Sul - Brasil de Pelotas
Paraná - Paraná, Londrina, Coritiba e Operário
São Paulo - Ponte Preta, Guarani, São Bento, Oeste, Botafogo de Ribeirão Preto e Bragantino
Natural de Rio Grande (RS), onde começou no rádio esportivo em 1995 e trabalhou nas rádios Cultura Riograndina e Cassino. Em 2001 migrou para a Rádio ABC de Novo Hamburgo. De 2001 a 2006 atuou na Rádio Guaíba de Porto Alegre. Em 2006 transferiu-se para a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre. Migrou para Criciúma em 2007, onde atuou na Rádio Eldorado e teve primeira passagem na Rádio Som Maior em 2013, para a qual retornou em 2018. Atuou nas TVs Guaíba (de Porto Alegre), Litoral Sul e RTV de Criciúma. Atualmente é comentarista da NSC TV Criciúma. Graduou-se em Jornalismo pela Faculdade Satc. Trabalha com jornalismo online desde 2001.Conheça outros Blogs