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* as opiniões expressas neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do 4oito
Por Santiago Mendonça 01/02/2018 - 15:00 Atualizado em 02/02/2018 - 09:27

Uma das melhores e maiores experiências que uma pessoa que corre ou que pratica esporte (não precisa ser experiente ou profissional) pode ter na vida, se chama RunDisney. 

Nesses meus 24 anos de experiência no esporte, onde já competi mais de 200 vezes (talvez bem mais, já que não faço contabilidade de provas faz tempo), vivenciei de tudo um pouco.

Provas simples, umas rápidas outras longas, percursos em meio à natureza, outras totalmente urbanas, de organização impecável e outras nem tanto... Mas nada se compara com o que senti correndo um evento da RunDisney. 

Pra início de conversa, pensa na organização que atrai de 60.000 a 80.000 pessoas nos 5 dias de evento, sendo o primeiro de retirada de kits e os outros 4 de provas.

Só ali, eles já dão banho em rapidez e agilidade pois dificilmente você ficará parado na fila por muito tempo. 

A retirada do kit é na ESPN, que faz parte do complexo Disney e é um local enorme com muitos campos de beisebol, futebol americano, pista de corrida, ginásios poliesportivos e mais áreas de alimentação. Só ali você já baba de tanta estrutura.
Após a retirada do nosso número de competição, fizemos aquela passeada básica por toda essa estrutura que enche os olhos até de quem não gosta de atividade física. 

Pra não dizer que não havia fila, existe uma e muito grande... A fila dos itens comemorativos. Nos EUA é muito comum isso. Eles esperam por horas para conseguir alguns itens do aniversário de 25 anos da Maratona no tamanho e cores desejadas. Quem não quer ficar na fila, se contenta com o que sobrar... Como não estávamos ali pra isso, nem demos bola e seguimos nosso passeio. Nada demorado, porque iríamos enfrentar 4 dias de corrida em seqüência... 
 

Por Santiago Mendonça 08/11/2017 - 16:00 Atualizado em 08/11/2017 - 16:23

Muitas pessoas me perguntam isso.

Dentro da educação física, a melhor palavra que define qualquer dúvida como essa é: DEPENDE. 

São tantas variáveis que devemos colocar dentro da resposta, que acaba sendo diferente para todos.

O que pode ser fácil para um, pode ser impossível para outro.

Digo isso porque mesmo afirmando que TODOS podem correr, devemos trabalhar de forma individual esse objetivo. 

Para entender o DEPENDE, é só comparar um aluno que nunca fez atividade física, com outro que fez qualquer atividade de forma regular em sua vida. Isso já bastaria para notar que além da diferença de idade, peso e gênero que temos entre todos nós, ainda teríamos essa experiência com o exercício físico anterior que faz toda a diferença.

A pessoa que já fez algum exercício alguma vez, sai na frente quando inicia qualquer outro tipo de atividade, seja ela qual for. Isso porque nosso corpo "lembra" de muita coisa, principalmente coordenação motora e outras valências. 

Então, como a preparação DEPENDE de tudo isso, devemos analisar cada caso, para poder ter um tempo mais exato de preparação.

Agora, resumidamente, poderíamos dizer que partindo de uma pessoa que já tem experiência com a corrida e já faz meia maratona por exemplo, precisaríamos de 8 semanas para fazer uma bela preparação para os 42km. 

Para uma pessoa que NUNCA correu, deve ser um objetivo a longo prazo... longo mesmo! 

A sugestão é procurar um profissional capacitado que te ajude nisso. Fazer loucuras sem o devido cuidado pode custar muito caro.

Seu corpo é seu maior bem, trate-o com carinho e atenção que ele merece! 

Por Santiago Mendonça 25/10/2017 - 08:30

Sempre que estamos na semana de uma competição, nos vêm à cabeça inúmeros pensamentos.

O primeiro deles é se estamos realmente treinados para aquele objetivo. Será que fiz o que devia, será que fiz o suficiente?

Para quem tem um treinador, essa dúvida é diminuída, pois o profissional fez o seu planejamento a longo prazo, sabe das suas capacidades e limitações e organizou seu treino para que você chegasse no dia da prova bem treinado e 100% preparado para tal.

Agora, se você não tem acompanhamento... Aí se torna bem mais difícil responder essa pergunta...

Em meus 23 anos de atleta e quase 17 de treinador, o que mais observo nesse momento é a ansiedade do aluno/atleta.  As vésperas do “desafio” é normal sentir o nervosismo, mesmo quando estamos certos de que tudo está perfeito.

Considero sempre importante ressaltar que não há nada que se faça na semana da prova, que ajude a melhorar o seu desempenho, mas você pode destruir tudo o que conquistou com qualquer besteira fora do previsto, tal como experimentar algum equipamento novo ou um super treino de corrida/musculação/funcional/intervalado/etc. que você ouviu falar de alguém.

O condicionamento é atingido anteriormente. Agora é hora de usar a cabeça mais que o corpo. Ajustar os ritmos propostos, cuidar hidratação e alimentação e principalmente ouvir o seu treinador, que pelo olhar de fora, sabe o que fazer nesse momento.

Também não podemos simplesmente não treinar, achando que não há nada o que se fazer durante essa semana. Devemos sim diminuir as cargas, para que seu corpo e musculatura se recuperem, com estímulos específicos que chamamos de polimento. (Dependendo da distância da prova, se utiliza poucos dias ou até um mês, no caso de um ironman, por exemplo.)

O resto é diversão. Falo isso para todos os meus alunos. Não temos que encher nossas cabeças com pressão interna por resultado. Isso só atrapalha. 

Porém não confunda com falta de comprometimento! Devemos levar a sério qualquer objetivo seja ele curto ou longo, para fazê-lo bem. Independente se o bem é completar a prova ou baixar alguma marca pessoal. 

Boa corrida a todos!

Por Santiago Mendonça 18/10/2017 - 17:10 Atualizado em 18/10/2017 - 17:19

No sábado 14 de outubro, Kailua Kona no Hawaii, reuniu os melhores triatletas do mundo para a competição mais importante do Triathlon.

O Ironman World Championship (mundial da distância IRONMAN) acontece no Hawaii desde 1978. 

De lá pra cá, aumentaram os participantes (de 15 na primeira edição para 2500 desse sábado) e diminuíram os tempos finais para os 3,8km de natação, 180km de ciclismo e 42km de corrida (de 11:46:40 para o recorde quebrado nessa edição pelo vencedor Patrick Lange que cravou 8:01:40)

Alguns detalhes chamaram a atenção nessa competição:
*Um grupo de aproximadamente 30 atletas saíram praticamente juntos da etapa da natação (incluindo nossos 3 representantes brasileiros Igor Amorelli, Thiago Vinhal e Reinaldo Colucci) 
*Os melhores ciclistas do dia saíram 6min30seg atrás desse grupo e quebraram o recorde do percurso do ciclismo com 4h12min para os 180km.
*O atual bicampeão e favorito ao título Jan Frodeno, precisou caminhar durante a maratona após ter fortes dores nas costas, mesmo assim completou a prova, demonstrando o verdadeiro espírito campeão, já que muitos profissionais acabam desistindo, quando não estão bem na competição.

Mas o detalhe mais importante para nós brasileiros, que ficaram torcendo por bons resultados, foi a chegada triunfante do Thiago e do Igor (de Balneário Camboriú para o mundo!) segurando a bandeira do Brasil, cruzando praticamente juntos o pórtico de chegada, respectivamente em 13o e 14o.

O Igor já tem uma experiência na Big Island.  Também já foi 13o e vem melhorando cada ano sua capacidade de andar com os caras lá na frente. O que fica pra historia é que o Vinhal foi o primeiro triatleta negro a largar na categoria profissional em Kona.

Ele persegue esse sonho há muito tempo. Foram anos se preparando para conseguir classificar para esse mundial. A felicidade por estar ali no meio dos melhores do mundo ficou estampada no seu rosto a prova inteira, e isso se confirma nas fotos que vi nos sites especializados. 

Fiquei muito contente pelos dois, pois os conheço, e sei da dedicação que eles têm para alcançar tais objetivos. 

Também vale a pena ressaltar que a prova no Hawaii é considerada a mais difícil do circuito IRONMAN pelas condições climáticas que apresenta aos atletas. Calor que varia entre 30 e 35 graus com umidade relativa do ar beirando os 80% e o vento que castiga o pessoal no ciclismo... 

Para estar lá como amador, você precisa se classificar em alguma competição com a mesma distância da marca IRONMAN, buscando uma das vagas oferecidas em cada categoria de idade, como por exemplo o IRONMAN FLORIANÓPOLIS (que acontece anualmente em maio).

Para estar lá como profissional, você precisa juntar pontos ao longo do ano no chamado KPR (Kona Pro Ranking) e figurar entre os 50 melhores dessa lista. 

Tive o prazer de competir nesse mundial em 2014 e 2016. 
Outra hora eu conto mais dessa experiência.
Por enquanto ficamos aqui com a vontade de um dia voltar lá! ALOHA!!!

Por Santiago Mendonça 11/10/2017 - 08:30

Meu primeiro ironman foi em 2008, quando já morava em Criciúma e tinha bastante tempo livre, por estar me adaptando e construindo o que hoje é a ProRunner.

Aquele ano larguei na categoria profissional. Eu era o numero 27.
Se eu estava nervoso? Sim, óbvio, assim como todos estávamos naquele momento.

Enfrentar uma prova como o Ironman (3,8km natação/180km ciclismo/42km corrida) parece impossível, mas não é.
Aham, senta lá Santiago, até parece...

Mas sim, o Iron é para todos. O slogan da marca diz “Anything is possible” e presenciei muita coisa desde 2001, quando Florianópolis recebeu sua primeira edição. (antes a prova era realizada em Porto Seguro/BA)  

Vi e vejo todos os anos (vou pra lá sempre, competindo ou assistindo) pais e mães de família com 2 empregos, que só conseguem treinar durante o final de semana, trabalhadores com carga horária semanal pesada, que usam o horário de almoço para conseguir encaixar seus treinamentos entre inúmeros outros casos que nos deixam boquiabertos. 

Devemos entender que existem dois caminhos bem diferentes. Aqueles que buscam completar a prova e aqueles que estão brigando pelas primeiras posições. O treinamento se faz diferente nas horas dispensadas semanalmente para cada um dos objetivos citados.  

Costumo dizer que o triathlon, assim como a corrida é um esporte bem democrático, porque não exclui ninguém. 

Numa prova você vê o altinho, o baixinho, o magrinho e o gordinho dividindo espaço com aquele profissional que você tem a maior admiração. Tente chegar perto do Neymar num jogo de futebol e você entenderá o que eu quero dizer.

A sorte citada no título vem de quanto você se dedica, quanto você faz por amor e quanto você se doa para algum objetivo. As coisas não vêm de graça, mas sim com muito esforço.

O iron é para todos, mas necessita da sua entrega, seja ela treinando pouco ou muito. Obviamente, quanto mais você treinar, mais sorte em conquistar bons resultados você terá!!

Minha sugestão é que você invista mais 1min05 do seu tempo e assista ao video do mundial do ano passado. Aumente o volume e se entender inglês, melhor ainda!
Aos 49 segundos do vídeo  vocês verão uma das situações mais especiais que já  vivenciei como atleta.
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 A prova desse ano acontece nesse sábado dia 14 e tem transmissão online pelo ironmanlive.com a partir das 13:00 (horario de Brasília)

  Informações sobre a prova no Hawaii   aqui 
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Por Santiago Mendonça 04/10/2017 - 08:30

Durante toda a minha vida esportiva e mesmo antes de me tornar professor de fato, fui orientado por profissionais que me ajudaram a realizar algumas coisas. 


Podiam ser pequenos percursos, porém aquela orientação, aquela voz de quem entendia mais que eu, me ajudava a construir não somente meu físico, mas também meu psicológico, me ensinando como me portar qual fosse a situação.


Às vezes, acabamos por desdenhar do “mestre” e fazemos sozinho. Esse caminho é possível, mas muito mais difícil. 


Naquele começo, construindo o conceito (leia o texto aqui) recebi vários relatos daqueles que tinham tentado fazer por si e acabavam se lesionando ou estagnavam seus desempenhos por entender que não precisavam daquele olhar de fora.
Por breves momentos da minha vida dentro do triathlon, acabei usando meus treinos. O resultado era bom, porém sair para treinar num dia cansado era a certeza de que eu ia ajustar, não fazer ou compensar no dia seguinte.


Ta aí o primeiro erro. 


Você precisa ter uma disciplina enorme para não sair do planejado e refazer toda uma semana. Agora quem vê de fora, sabe a carga que foi imposta, independente se eu estava cansado, ou era apenas “manha” de quem não estava muito afim... os dias bons e ruins acontecem com todo mundo!! Ou você acha que sempre é fácil para o super campeão de corrida Moh Farah?


Sou muito grato por todos aqueles que se dispuseram a me orientar e vejo que escolhi a profissão certa, pois tenho enorme prazer de ajudar e orientar os outros, seja para correr 1km ou para completar um IRONMAN...
 

Por Santiago Mendonça 27/09/2017 - 08:30

Dizem que quando bebemos os amigos aparecem, todo mundo vira rico e qualquer piada é engraçada.

Pois bem, essa seria uma ótima opção para encontrar novos amigos, novos casos amorosos e em algumas situações alguns desentendimentos. 


Minha vida esportiva começou aos 14 anos e eu sempre fui muito disciplinado, saindo pouco ou quase nunca à noite. Meus amigos eram em sua grande maioria pessoas engajadas dentro do triathlon, que treinavam bastante e pensavam nisso quase que o tempo todo. E eram das mais diversas faixas etárias. Meu melhor amigo na época tinha 25. Eu era amigo do meu técnico que tinha uns 35, daquele cara que eu achava fodão que tinha 31... Não me relacionava muito com colegas de colégio, pois minha vida era o triathlon e a deles não, simples assim.


Mas o que na realidade me encantava, e vejo isso até hoje, é o fato de pessoas de diferentes religiões, profissões, ambições políticas e financeiras, esquecerem por um determinado tempo tudo isso, e se relacionarem sem preconceitos com outras totalmente diferentes, pois ali encontravam um gosto em comum. Poder colocar no mesmo grupo, os simples e anônimos com os ricos e famosos, para debater ritmos, estratégias, dificuldades e realizações em correr 1 ou 42km, como se fossem eternos conhecidos, numa simples conversa pós treino ou competição... isso é fantástico!


Costumo contar que meu esporte me deu muitos amigos. Alguns parceiros de treinos diários e aqueles que só nos encontrávamos em competições.  Fico feliz de poder fazer amizades que transcendem oceanos, barreiras políticas, territoriais e alfandegárias. Em todos esses anos o esporte me levou a conhecer lugares diferentes e conseqüentemente, pessoas diferentes.  Essa interação além de ser muito gostosa, na melhor definição da palavra, também nos ensina muito. A troca de informações, culturas e as singularidades que cada um guarda consigo, e que expõe numa conversa, é fenomenal. 


Obviamente, sem que você perceba vai filtrando aqueles que combinam mais com seu jeito, suas manias e gostos. Outras amizades simplesmente acontecem e nem sabemos ao certo o porquê de gostar tanto daquela pessoa... 

O “santo bate” e pronto!



 

Por Santiago Mendonça 20/09/2017 - 08:30

Aos poucos as pessoas foram chegando, perguntando e notando a melhora do condicionamento de forma gradativa e com segurança. 


Comecei a colocar em prática um método de trabalho onde via a progressão dos alunos semanalmente. Um passo após o outro, sem pressa. Um sistema que levaria cada um deles aos seus objetivos pessoais, cada um com suas capacidades, uns mais rápidos e outros mais lentos, mas sempre olhando à frente.  


Levando em consideração a individualidade biológica, cada um tinha um treino diferente, conforme suas capacidades e objetivos. Viam na corrida uma alternativa para diminuir medidas de forma não farmacológica. 


O exercício físico regular ajuda no controle da glicose entre tantos outros benefícios. Mas o que mais se pensava era perder peso... Hoje em dia não é diferente, porém muitos estudos foram aparecendo e mostrando que somente o exercício, seja ele qual for, não vai resolver se você não se alimentar corretamente.


Aos poucos os alunos foram se acostumando e entrando no que eu chamo de ciclo vicioso do bem... Se eu quero fazer uma boa aula de corrida, vou me alimentar de forma correta... Como fiz um baita treino de corrida, vou me alimentar direito para potencializar meu ganho e deixar meu corpo pronto para o próximo treino... E assim, as pessoas vão deixando de lado as porcarias que ingeriam diariamente, substituindo por alimentos que tenham melhores nutrientes. E isso NATURALMENTE, sem pressão.


Aos poucos íamos formando um grupo de pessoas que queriam mudar suas vidas com orientação e planejamento e que não deixassem de ser elas mesmas, porque eu nunca obriguei ninguém a deixar de comer ou beber alguma coisa. Eu só mostrava e sugeria o que faria melhor para a condição física e que desse melhor qualidade a todo aquele contexto...
 

Por Santiago Mendonça 13/09/2017 - 08:30

Para dar uma erguida no grupo de corrida, orientava minha noiva (notem o upgrade na relação) e um casal de colegas de UNESC, que me ajudavam no quesito “movimentação”. Hoje eles nem moram mais aqui. Mas a amizade com o Riro e a Cari foi tão legal que viraram padrinhos do meu filho...


O Riro não corria há vários anos porque um médico o tinha proibido de praticar essa atividade. Conversando sobre o “problema” dele, utilizei da minha experiência para tentar outro tipo de condicionamento, já que muita coisa tinha mudado na medicina e na educação física nos últimos anos.


Resumidamente, o médico tinha proibido. Ok. Mas por quê? 


Fui a fundo ao que ele havia me relatado e iniciamos um treinamento um pouco mais especifico, cuidando muito sua situação física. Notei que ele poderia fazer a atividade com maiores cuidados e que sim, ele poderia correr novamente. 
Conseguimos em pouco tempo melhorar sua condição física e ele corria feliz e satisfeito por voltar a praticar o esporte que tanto gostava. Foi somente uma questão de ajuste.


Depois daquele caso, tive ainda mais certeza do que queria com aquele grupo de corrida. Não somente condicionar as pessoas e sim mudar vidas, estimular saúde, modificar pensamentos antigos e ajudar a realizar sonhos e que aquele treinamento fosse prazeroso não só para o corpo, mas também para a mente! Já não me sentia somente um treinador e sim um professor na mais ampla forma da palavra. Eu orientava o treino, sugeria, indicava e passava minha experiência para aqueles que buscavam o que eu tinha descoberto lá em 94...


Eis que num dia desses qualquer surge a primeira potencial aluna (pagante) da assessoria! 
- Não sabia que tinha assessoria de corrida aqui em Criciúma! Dizia ela em um tom de espanto e alegria ao mesmo tempo.


A Lê tinha morado em algumas cidades antes de vir a Criciúma e já conhecia o conceito do trabalho orientado.  Contou-me sobre os técnicos que teve. Um deles nada mais nada menos que o Leandro Macedo, o melhor triatleta que o Brasil já tinha visto até então, que tinha aberto sua assessoria em Brasília quando estava finalizando sua carreira como atleta.
Iniciamos ali um trabalho orientado com muito cuidado, pois a Lê tinha uma dorzinha no joelho que atrapalhava um pouco sua performance.  Em pouco tempo e alguns cuidados depois, ela estava correndo provas mais longas e fazendo o que mais gostava com muito mais prazer, já que tínhamos conseguido controlar essa dorzinha chata...


Cada dia que passava mais me convencia de que TODOS podiam correr.  


O segredo era utilizar alguns detalhes técnicos com a melhor carga de treinamento para cada pessoa. Isso resumia meu trabalho e eu estava muito contente por poder colocá-lo em prática.
 

Por Santiago Mendonça 06/09/2017 - 08:30

Chegando aqui, com várias idéias e não sabendo ao certo como colocá-las em prática, fiquei meio desorientado no inicio.


Eu tinha muito tempo livre durante o dia e resolvi preencher isso com treinamento...

Logo encaixei um trabalho de personal de ciclismo, pois o Augusto (aquele da lojinha de bike) tinha uma viagem com clientes para o Chile, perfazendo vários e vários quilômetros de bicicleta e precisava que eu condicionasse um cliente em especial.  O César Amboni foi o meu primeiro aluno de personal e o condicionei para enfrentar as longas distâncias desse passeio promovido pela Bike Point! 

Mas o trabalho de Bike personal não foi muito a frente e eu continuava com outras idéias e a mesma dificuldade... Criciúma não entendia muito bem esse trabalho de orientação de corrida, triathlon e consultoria naquela época.

Olhando hoje em dia, seria totalmente normal. Porém abrir um “negócio” inovador que NINGUÉM nem sabia do que se tratava, era muito complicado e um pouco desesperador.

Fui o responsável por iniciar um conceito totalmente novo por aqui. Investi numa tenda 3x3m de cor laranja e fui com a cara e a coragem para a Praça do Congresso. Em março de 2008 estava oficialmente inaugurada a ProRunner Assessoria Esportiva.
Defini que eu atenderia nas segundas, quartas e sextas das 18h30min as 20h00min. Nos primeiros dias atrai a atenção visual dos que caminhavam e corriam por ali. E só.
Aqueles poucos que paravam me perguntavam qual seria o evento que estava por acontecer. Explicar todo o contexto e o trabalho desenvolvido era cansativo, mas super importante. E na maioria das vezes a mesma constatação: Pagar pra correr? Eu corro sozinho!

No primeiro mês, indo todas as segundas, quartas e sextas religiosamente no horário que tinha me programado, não tinha captado nenhum aluno. Eu chegava em casa e chorava muito. Pensei várias vezes no que estava tentando fazer, se valia à pena, se era viável, se iria funcionar como um negócio... Estaria eu dando “murro em ponta de faca”?
 

Por Santiago Mendonça 30/08/2017 - 08:30

Após 10 anos de historia na cidade que escolhi viver lá em 2007, faço várias reflexões e fico a pensar em tudo o que aconteceu de lá pra cá.

Eu tinha 26 anos e morava com a minha mãe e minha irmã em Porto Alegre, depois de sair de São Paulo onde nascemos. Dividia meu dia entre trabalho, estudo e treinos para o esporte que pratico desde 1994. A vida sempre foi corrida, os três trabalhando para honrar as contas do mês e eu me virando para praticar o Triathlon, esporte que contempla natação, ciclismo e corrida.

Iniciei um namoro no final de maio de 2006. Dois meses depois, a então namorada passou num concurso para uma vaga de professora na UNESC.  Resolvemos continuar o namoro mesmo a distância e nos veríamos somente aos finais de semana. Era difícil, era sofrido, mas era o que tínhamos.

Minha primeira impressão lá em 2006, vindo aos finais de semana, era que a cidade era legal.

Conheci algumas pessoas do esporte, entre elas o João Garcez, que me apresentou as estradas para pedalar. Quem me conseguiu esse contato tinha sido o Augusto Freitas, que na época tinha uma “lojinha” de bicicletas. Essas primeiras amizades foram de suma importância para que eu começasse a pensar seriamente em morar aqui.

Aquela semente foi aflorando a partir de pensamentos ainda muito pequenos, ainda com medo de sair daquela situação confortável onde me encontrava.

A mudança era aparentemente de cidade, saindo de Porto Alegre e vindo a Criciúma. Porém significava muito mais. Significava sair “das barras da saia da mãe” e adentrar na “vida adulta” Significava deixar para trás uma historia naquela cidade, onde me formei, onde aprendi, onde criei amigos, enfim, onde era o meu porto seguro, com emprego, casa e roupa lavada.

Enfrentar uma mudança radical, ir para um lugar até então desconhecido, sem saber onde trabalhar e ter acima de tudo que conquistar novamente um espaço no mercado de trabalho.

Eis que após algumas mudanças no trabalho em Porto Alegre, surgiu a possibilidade de mudar totalmente a minha vida. Em 2007 resolvemos arriscar e eu vim literalmente de mala e bicicleta.

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