Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!
* as opiniões expressas neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do 4oito

Crônica da Cidade

Por Archimedes Naspolini Filho 16/04/2020 - 12:35

Busquei, na edição que circulou na semana de 3 a 11 de abril de 1964, do nosso saudoso semanário Tribuna Criciumense, os tópicos de publicações que dão um mergulho no passado e se transformam na Crônica da Cidade de hoje. A edição epigrafada foi a primeira, depois do espetacular 31 de março de 1964, cantado por uns, chorado por outros. Como falei ontem, a capa da edição em tela foi toda dedicada à derrubada de Jango. Mas começa, no alto, dizendo que está tudo calmo em Criciúma.

Eis o texto:

TUDO CALMO EM CRICIÚMA – Durante a crise que se desenrolou no país, em Criciúma a situação geral era de calma. Pessoas discutindo o movimento contra o governo federal, quase todas levando rádios portáteis procurando se atualizar com os acontecimentos. A crise se refletiu diretamente no mercado, principalmente no setor de armazéns de gêneros alimentícios, uma vez que todos procuravam se abastecer temendo que o movimento atingisse maiores proporções, o que, felizmente, não aconteceu. Mas, no cantinho inferior direito da capa, esta notícia ÚLTIMA HORA – DETENÇÕES EM CRICIÚMA – O Dr. Helvídio de Castro Veloso Filho, Delegado Regional de Polícia de Criciúma, recebeu e está cumprindo ordens, de Florianópolis, para deter e interrogar diversas pessoas de nossa cidade. A polícia criciumense deu, também, uma batida no Sindicato dos Mineiros onde foram apreendidos alguns cassetetes. Quer dizer: no canto superior esquerdo a nota dizendo que tudo estava na mais perfeita calma e, no cantinho inferior direito, a notícia de detenções.

E continua, o nosso semanário: SUPERADA A CRISE: VITÓRIA DO MOVIMENTO REBELDE – O Brasil vive uma semana agitada com a rebelião contra o governo federal iniciada em Minas Gerais, rebelião esta que ganhou terreno com a adesão, a princípio, dos estados de São Paulo e da Guanabara e, depois, com a solidariedade dos demais estados da federação, com exceção do Rio Grande do Sul, onde o governador Ildo Meneghetti,declarando-se aliado das forças que se levantaram  em  Minas Gerais, contra o Sr.João Goulart, rsolveu transferir a sede do governo para o interior do estado, uma vez que as rádios, da capital gaúcha, ocupadas por elementos contrários à rebelião, estavam pregando desordem, indisciplina e violência. Enquanto isto sucedia, as informações que se obtinham sobre a situação nacional eram das mais confusas, porém o que se sabe é que o Sr. João Goulart, ao deixar a Guanabara, dirigiu-se para Brasilia. Na capital federal não se sabe, ao certo, as intenções do presidente. Porém às 3h15 da madrugada pousou um avião no aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, e dele desembarcou o Sr. João Goulart. Um dos oficiais que acompanhavam o presidente, disse aos jornalistas que Jango vinha ao Rio Grande do Sul para prosseguir na luta.

Amanhã darei sequência a essa importante edição do nosso Tribuna Criciumense. Até lá amigos e um abraço do meu tamanho!

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito