Um retrocesso em Brasília. Deputados deveriam ter vergonha!

Um retrocesso em Brasília.

Não faz muito tempo, o país discutia como acabar com o Foro Privilegiado dos parlamentares, porque era um escudo de proteção para criminosos.  

Era a garantia que não seriam processados e julgados como os outros mortais.

Ontem, o privilégio voltou. E mais forte. 
 
Deputados federais levaram a voto, a toque de caixa, e aprovaram em duas votações, ontem à noite, a PEC que amplia o Foro Privilegiado dos deputados
PEC é proposta de emenda constitucional, porque tem que alterar a constituição para isso.

Para o entendimento de todos, a PEC prevê que o Congresso é quem passa a decidir qual investigação contra algum político do congresso poderá seguir adiante. Na real, os deputados vão decidir se alguma investigação contra algum deputado vai seguir adiante, independente do crime ou da acusação.

Pergunta: os deputados vão se proteger entre eles, fazendo valer o espírito de corpo, ou vão colaborar com a Justiça, se algum dos seus for suspeito de irregularidade?

E um detalhe:  além dos deputados e senadores, foram incluídos entre os beneficiados na PEC os presidentes de partidos - que também passam a ficar protegidos, amparados.

E mais um: tudo em votação secreta, para ninguém ficar sabendo quem protegeu quem!

Uma PEC de tamanha importância aprovada sem um debate público sequer. 
Ou algum deputado perguntou opinião de algum eleitor a respeito?

A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até r$ 5.000 por mês, que interessa a maioria da população, não foi votada ainda pelos deputados, está na fila, sem previsão. 
Mas, a PEC furou a fila e foi aprovada rapidinho.

Ela é chamada, pelos que a defendem, de PEC das prerrogativas. 
Mas, ela é a PEC dos privilégios, da blindagem, do protecionismo, do farinha pouca meu pirão primeiro.

O texto foi aprovado pela Câmara e agora segue para o Senado.
Os cinco deputados federais da região votaram a favor - Guidi, Julia, Daniel, Vampiro e Geovania.

Em agosto, uma pesquisa mostrava que o Congresso só tinha a aprovação de 11% dos entrevistados e era reprovado por 81%.
O STF, tão mal falado, era aprovado por 49% e rejeitado por 51%.

A baixa credibilidade dos deputados e senadores passa por posturas e posicionamentos do tipo.
E tende a ficar pior.
Porque a maioria deles, especialmente quem comanda (e manda), vai deixando a nítida impressão que estão lá para se beneficiar, não para fazer melhor vida das pessoas e a situação do país.