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Jessé e o assédio às mulheres: o debate continua

Contundente fala de jornalista na NSC foi rebatida pelo deputado nas redes sociais
Por Denis Luciano 13/01/2020 - 15:51 Atualizado em 13/01/2020 - 15:54

A briga continua. Depois da postagem do deputado Jessé Lopes (PSL), que criticou o movimento feminista pela campanha "Não é Não", o parlamentar voltou à carga na tarde desta segunda-feira, 13. Na publicação original, que deu origem ao embate, Jessé afirmou que "... quem, seja homem ou mulher, não gosta de ser “assediado (a)?? Massageia o ego, mesmo que não se tenha interesse na pessoa que tomou a atitude". A campanha, do Coletivo Feminista de Santa Catarina, visa distribuir tatuagens provisórias entre mulheres durante o Carnaval para combater o assédio.

No começo da tarde, no Jornal do Almoço da NSC TV, a jornalista Laine Valgas levou ao ar contundente editorial rebatendo o deputado criciumense. Confira a transcrição abaixo:

Poder ser assediada não é um direito, é uma triste realidade com a qual as mulheres são obrigadas a conviver por conta do machismo que torna normal, rotineiro e até lisonjeiro coisas que constrangem as mulheres como o assédio ou a importunação sexual que, vamos repetir, não é um direito, um elogio, não massageia o ego nem satisfaz a vaidade da mulher, não. É crime, definido por lei, e caso não esteja claro, vamos dizer mais uma vez, inclui a realização de ato libidinoso de forma não consensual e também enquadra ações como beijo forçado ou passar as mãos no corpo alheio sem permissão

 

Nem toda mulher quer ser cantada na rua porque o corpo da mulher não é um domínio público. Nem toda mulher sabe lidar com o assédio.

 

Segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva, 97% das mulheres já passaram por situação de assédio no transporte coletivo no Brasil. As mulheres relataram que foram encoxadas, foram tocadas e receberam cantadas indesejadas, indesejadas eu disse deputado. Significa que elas não desejaram, queriam ou gostaram. E sobre essas coisas, a casa legislativa aqui de Santa Catarina, os deputados, como o senhor, podem e devem fazer algo

 

O discurso contra o assédio, a importunação, o machismo, não é papo de mulher frustrada e invejosa, supor que as mulheres querem ser assediadas na rua só mostra o quanto falta informação da realidade da violência de gênero no Brasil. No ano passado, em 2019, 50 mulheres foram assassinadas em Santa Catarina apenas por dizerem não aos companheiros e ex-companheiros, 59 mulheres que tiveram o direito mais fundamental previsto na nossa Constituição, o de garantia da vida, negado, pois esses companheiros e ex-companheiros não entenderam que não é não. E ainda tem pessoas que acham que mulheres têm mais direitos que homens.

Jessé apressou-se em responder. Postou, novamente na rede social, uma nova nota, desta vez de resposta à NSC:

O que se vê do movimento feminista na teoria é que mulheres querem os mesmos "direitos" dos homens. Mas em que são baseados os argumentos que, supostamente, os Homens teriam mais direitos? Certamente, nas capacidades hormonais, físicas e psíquicas do ser humano. Logo, isso não se enquadraria em "direitos”, mas em equivalências humanas. Dito isso, pode-se constatar então, que o movimento feminista luta por mais privilégios e não direitos. O feminismo, ao contrário do que muitos pensam, só tirou direitos das mulheres: deixou-as menos cuidadosas com a aparência e imbecilizou o comportamento. Ou seja, legalmente estão menos favorecidas, pois hoje, se uma mulher é deixada pelo marido, esse não tem mais a obrigação de honrar o compromisso assumido inicialmente com ela. Por isso sou contra o feminismo e qualquer outro tipo de movimento segregador.

 

Quando, de forma oportunista, usam a palavra "assédio" empregada no texto para expressar minha atitude, ou sob alegação disso ser direito da mulher, tenta-se apenas criar uma narrativa. A palavra "assédio" em aspas, não tem essa intenção nem proporção. Mas, o intuito de falar sobre ser cantada ou paquerada, nada mais que isso. Para essa turma, validade só tem a narrativa fria de que eu sou apologeta do assédio.

 

Como já disse em post anterior, querem a revolução dessas minorias para se beneficiaram delas. A luta de classes, seja ela qual for, só tem um objetivo; segregar. Eu repudio esse tipo de movimento. Não compactuo com essa bobagem dialética negativa destrutiva, com relativismo e reducionísmo, cujo intuito é o aparthieid humano. Querem privilégios? Trabalhem como toda mulher comum para ter suas oportunidades. Reitero aqui meu compromisso com todas as mulheres e homens de bem.

Já há quem questione o decoro de Jessé perante a mais esse forte debate público. A aguardar os próximos episódios.

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