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O acidente que quase terminou em morte no fim do Anel Viário

Por Denis Luciano 19/04/2022 - 12:45 Atualizado em 19/04/2022 - 12:51

Os alertas são frequentes. O fim do Anel de Contorno Viário de Criciúma, adiante do viaduto da Vila Zuleima, representa risco. Patrícia Brasil e sua mãe Claudete souberam disso da pior forma possível. Pouco antes das 19h da última terça-feira (12) elas foram vítimas de um grave acidente no ponto onde o asfalto acaba e o chão batido em direção ao Rio Maina começa.

"A gente seguiu na via, e a via acabou", contou Patrícia, surpresa e ainda chocada, em entrevista ao Conexão Sul desta terça-feira (19) na Rádio Som Maior. . De repente, não tinha mais via. Sem qualquer indicativo de que o asfalto acabaria. Asfalto novo, em ótimo estado, com olhos de gato e, de repente, não tinha mais estrada", registrou. 

O estado que ficou o carro de Patrícia e Clarice após o capotamento

Elas vieram de Lauro Müller, onde residem, para um exame em uma clínica em Criciúma. Terminado o exame, a mãe de Patrícia, que conduzia o carro, colocou "Lauro Müller" como destino no GPS. Por proximidade, o equipamento as encaminhou ao Anel Viário. Tudo certo. Ao se aproximarem do viaduto, estranharam que vários carros convergiam à direita. Seguiram. Daí, poucos metros depois, se depararam com duas pedras no caminho. "Duas pedras, uma menor no chão, que não vimos, e uma maior. Só não morremos pois o carro bateu na pedra menor e capotou duas vezes", contou Patrícia. "Nem conseguimos entender. Estávamos na via e de repente não tinha mais estrada", reforçou.

Mais do carro depois de chegar ao fim do Anel Viário

O isolamento do lugar, tão logo ocorreu o acidente, também assustou filha e mãe. "Estava escurecendo. Ali é um lugar totalmente isolado. Felizmente não ocorreu nada de grave. Você grita por socorro ali e ninguém vê você", confirmou Patrícia. O vídeo abaixo, que gravamos em junho de 2021, confirma o risco apontado pela vítima do acidente:

Clarice, a mãe de Patrícia, se feriu e precisou ser deslocada à UPA da Próspera. "A minha mãe teve um corte perto do pulso direito, eu praticamente não tive nada, eu quebrei três dentes mas foi isso, tive algumas escoriações, algumas batidas, tudo muito leve perto do que poderia ter sido", relatou.

Já o carro teve perda total. "O carro estamos aguardando o retorno da seguradora mas provavelmente foi perda total. Ele capotou duas vezes, todos os airbags abriram, os vidros quebraram, estilhaçados, quando a seguradora trouxe o guincho teve dificuldades em virar o carro para a posição normal, o volante estava travado, o eixo dianteiro danificado, muito provavelmente foi perda total, não tem condições de recuperar o carro", informou Patrícia.

O guincho levando. Deu perda total

Ela comentou que nem ela, nem a mãe viram qualquer sinalização indicando o fim do asfalto. "Não vimos mesmo, não sei se existe essa sinalização, se existe não está cumprindo o papel dela de oferecer segurança, independente de conhecer ou não a via, a via é para todos", destacou. Comentamos, durante a entrevista, que há uma placa indicativa de fim de asfalto, mas que da última vez que lá estivemos, faz alguns meses, tratava-se de uma placa discreta e encoberta parcialmente por mato. "Eu não sou engenheira de trânsito, mas se for para ter sinalização, que seja antes do viaduto. Que aquele viaduto seja interditado, se não leva a lugar algum. Deveria ter uma placa indicando sentido obrigatório para descer à rodovia", emendou Patrícia.

Em junho do ano passado, essa era a situação da placa indicando o fim do asfalto
Foto: Denis Luciano / 4oito

A vítima comentou que até os policiais que foram acionados ficaram preocupados com a segurança do local. "Nós chamamos a polícia e o Corpo de Bombeiros, a viatura ficou ali aguardando o guincho, minha mãe foi encaminhada à UPA, a própria polícia comentou que era melhor deixar o giroflex ligado pois outros carros estavam parando ali. Nos 40 minutos que ficamos ali outros dois carros e uma moto apareceram, em velocidade também alta mas obviamente viram que havia uma viatura da polícia ali, atravessada. É um local em que as pessoas vão parar ali", contou.

Um pouco do que restou do carro da mãe e da filha acidentadas na Vila Zuleima

Outra observação feita depois do acidente, no visual de quem não conhece o lugar, é que assim que o asfalto termina, além das pedras e de um monte de areia ali colocado, há uma curva que atrapalha ainda mais. "Termina o asfalto e tem uma curva, a rua de chão batido não fica na continuidade do asfalto, a gente teria seguido por ali. O problema é que faz uma curva, acabamos nos perdendo ali sem entender o que havia acontecido. Existe de fato essa estradinha", explicou. "A gente quer que ninguém mais passe por isso. É muito ruim. Não morremos mas poderia ter sido um acidente fatal por uma coisa que pode ser remediada muito facilmente, por uma obrigação das autoridades", completou. No vídeo abaixo, mais um pouco do visual de quem chega no fim do Anel Viário na Vila Zuleima:

"Tem um impasse da obra que é do Estado, e quem tem que sinalizar é o Município. Por causa de uma situação burocrática a vida das pessoas pode estar em risco. O nosso primeiro objetivo é que providências sejam tomadas e que a sinalização seja suficiente, que as pessoas entendam que não dá para seguir por ali", sublinho Patrícia.

Assim é a estrada onde o asfalto termina. Um caos
Foto: Denis Luciano / 4oito

Com a palavra, as autoridades de trânsito. O Anel Viário foi feito pelo Estado, e enquanto rodovia ele é municipal, mas com status de estadual. Que a Diretoria de Trânsito e Transportes (DTT) e a Secretaria de Infraestrutura do Estado (SIE) conversem e resolvam com urgência. Isso não pode continuar. Vem aí a quarta etapa, a obra vai sair do papel mas, enquanto isso, muitos outros acidentes poderão ocorrer. Esse não foi o primeiro e, certamente, não será o último. Principalmente se nada for feito.

Ouça, no podcast, o relato de Patrícia Brasil à Rádio Som Maior:

 

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