Deu a lógica.
Deu o esperado.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central confirmou ontem a expectativa do Mercado e subiu a taxa Selic em 0,5%, de 14,25% para 14,75%.
No comunicado, um ponto de atenção é a identificação de que, apesar de a inflação se manter acima da banda de tolerância da meta, é possível identificar uma moderação no movimento, o que é um bom sinal.
Mas o ponto mais importante a ser analisado no comunicado é sobre a próxima reunião.
Ao contrário das últimas reuniões, desde o ano passado, não há uma indicação do que acontecerá na próxima reunião, no fim de junho.
Ao citar que "o estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária”, o Comitê deixa no ar a possibilidade de termos chegado ao final do ciclo de alta da taxa de juros.
Esse mudança depende, principalmente, de três pontos:
- Como irá evoluir a política comercial dos EUA com outros países nos próximos meses;
- O comprometimento do Governo com a gestão fiscal, principalmente nas questões de gastos e segurando medidas de incentivo ao crédito, que aquecem a economia, gerando inflação;
- A resiliência das inflações do mercado de trabalho e do setor de serviços;
Para o investidor de Renda Fixa, isso significa que o CDI passa a render quase 1,15% ao mês. Líquido de imposto, vai de 0,89% a 0,97% por mês.
Já a poupança, não muda, já que a rentabilidade dessa modalidade é de 70% da Selic, com limite de 0,5% ao mês.
Nas bolsas
E ontem, o Ibovespa fechou em compasso de espera, esperando a definição dos juros no Brasil e nos EUA.
O principal índice da nossa bolsa caiu 0,09%, aos 133.398 pontos.
Assim como no Brasil, o Fed divulgou no meio da tarde o que o Mercado já esperava: manutenção da taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que não há pressa em ajustar as taxas de juros, acrescentando que as tarifas do governo Trump podem levar a um aumento da inflação e do desemprego.
Essa decisão mantem a atratividade do mercado americano para o capital estrangeiro, o que jogou o dólar pra cima, que fechou em alta de 0,62% sobre o real, cotada a R$ 5,75.
Já nas bolsas americanas, S&P 500 subiu 0,43%, Nasdaq teve alta de 0,27% e Dow Jones avançou 0,70%.