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Produção por decreto... Jura?

Por Arthur Lessa 27/10/2017 - 11:44

Está na capa dos jornais da região.

Município de Morro Grande entrou, na tarde de ontem, com Ação Civil Pública contra JBS e Tramonto Agroindustrial S/A pedindo que os equipamentos não sejam retirados da unidade, que as atividades não parem e que a empresa seja administrada por um administrador judicial.

Para o descumprimento, na petição protocolada pela Procuradoria do município, previsão de multa diária de R$ 10 milhões.

Na argumentação, o Poder Público defende que investiu R$ 17 milhões para atrair o grupo a Morro Grande,  sendo R$ 14,5 milhões da Prefeitura e R$ 2,5 milhões da Cooperativa de Energia Cersul. Tal investimento seria “desperdiçado” com o encerramento das operações.

Em outro trecho, o documento trata dos efeitos do fechamento, citando a situação como “caos social”, com 30% de desemprego da população, e “caos rural”, com produtores endividados após terem construído e modernizado seus aviários com o intuito de fornecer matéria prima para a JBS.

Esses efeitos são indiscutíveis, e não vieram a tona agora. Desde o anuncio do fechamento, em agosto, é divulgado e debatido em todos os meios de comunicação e associações empresariais que o fechamento da planta é uma catástrofe econômica para Morro Grande, mas vamos ver por outro lado.

Esse é o ponto ruim de ter a economia de um município atrelado a um negócio, uma empresa apenas. Não é característica apenas de Morro Grande. Vários municípios pelo Brasil se veem atrelados financeiramente a praticamente uma única fonte de renda. É o que os assessores de investimento chamam de “colocar todos os ovos numa cesta”.

E esse movimento de acionar a Justiça para evitar que uma empresa privada cesse suas atividades lembra o livro A Revolta de Atlas, publicado em 1957 pela filósofa russa Ayn Rand.

Na história, um governo corrupto e ineficiente nsiste em sobretaxar e abusa de agressivas regulações sobre os cidadãos produtivos, suas empresas e realizações individuais.

Não é esse o ponto que eu chamo atenção... É o depois, a consequencia.

Em dado momento, em resposta a essas práticas, os industriais mais importantes e bem sucedidos da sociedade decidem abandonar suas fortunas e a própria nação. É a simbologia de Atlas, o titã grego condenado a carregar o mundo sobre os ombros durante toda a eternidade, não aguentando mais o peso e desiste... larga.

A reação das autoridades, vendo seus geradores de riqueza partindo, é parecida... Com imposição de leis que impedem demissões, que proíbem que máquinas parem e tal. Chegam a destacar pessoas sem nenhum conhecimento da área para "tocar" os negócios abandonados, sem sucesso, como é de se esperar.   

Sabe o que muda com todas essas intervenções e imposições? Nada.

O caos vai crescendo, os burocratas vão tentando contornar, mas não sabem produzir. Aí o país vai sendo desmontado, dilapidado e desliga. Fica no escuro. Literalmente.

Sabe o motivo?

Não tem como impor produção por decreto. Não é assim que funciona o mercado. Se não tem resultado, não tem retorno, não tem recurso, não funciona. Não anda.  

E quem não sabe produzir, não produz. E sem produção, não há economia, não há empregos, não há salários, não há impostos, não há manutenção, não há serviço.

Não há... Apenas não há... 

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