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Urussanga: Gustavo vira réu acusado de desviar mais de R$ 600 mil

Tribunal decidiu manter o prefeito afastado do cargo
Por Adelor Lessa 19/05/2022 - 20:57 Atualizado em 19/05/2022 - 21:05

O Tribunal Regional Federal recebeu, nesta quinta-feira, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o prefeito de Urussanga, Gustavo Cancellier (PP), e mais 11 pessoas. O grupo seria responsável por um esquema que teria desviado mais de R$ 663 mil em verbas públicas federais na execução de obras do município.

Gustavo está afastado do cargo desde maio de 2021 (hoje faz um ano), após a deflagração da “Operação Benedetta”, que investigou as práticas criminosas.

Depois de aceitar a denúncia, o Tribunal negou pedido da defesa do prefeito pela sua volta ao cargo.  

Cancellier é acusado de chefiar uma organização que teria superfaturado a quantidade de horas de serviços prestados por máquinas utilizadas em obras de duas ruas da cidade. Os contratados emitiam notas fiscais apontando números não condizentes com aqueles efetivamente executados, esquema que envolveu também o irmão do prefeito, funcionários públicos e os próprios responsáveis pelas empresas.

Conforme os laudos periciais, o projeto básico de pavimentação de uma das vias (Rua Sílvio Ferraro) foi estimado em R$ 591.801,15, mas o custo ultrapassou R$ 1 milhão (R$ 1.059.502,20) no relatório final – superfaturamento de 161%.

Em outra (Rua UR21 – Estrada Geral Rio América Baixo), o pagamento total foi de R$ 388.416,30. Contudo, segundo a perícia criminal, o valor necessário para executar a obra era de R$ 33.025,84 – superfaturamento de 1.076%. Os desvios seriam de, respectivamente, R$ 308.152,45 e R$ 355.390,46, verba oriunda de contrato de R$ 14,5 milhões celebrado, em 2018, pela prefeitura municipal com a Caixa Econômica Federal, por meio do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento.

Os fatos teriam ocorrido entre 2019 e 2020, sendo que os questionamentos dos vereadores e do então vice-prefeito sobre dados e informações das obras eram encobertos, sobretudo pela chefe de gabinete de Cancellier.

Além do desvio de verbas públicas federais, o MPF acusou os envolvidos pelas práticas de organização criminosa, sonegação de documentos e falsidade ideológica. Também foi pedido, a título de reparação do dano, a devolução mínima de R$ 663.542,91, incidindo juros moratórios desde a época dos eventos.

Com o recebimento da denúncia, Gustavo e os outros acusados se tornam réus e responderão ao processo perante o Tribunal Regional Federal. 

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