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O Próspera, filho da Próspera

Texto publicado no Toda Sexta desta semana
Por Adelor Lessa 23/12/2020 - 06:01 Atualizado em 23/12/2020 - 06:02

O carvão foi descoberto em Criciúma quando Giácomo Sônego colocou fogo na mata. Ele não tinha nem idéia do que seria aquilo.

Na região, os ingleses começaram a extrair o carvão, implantaram a ferrovia até Laguna, mas largaram tudo. Não gostaram do negócio. Não era lucrativo como esperavam. Foram embora.

Anos depois, começam a operar carboníferas montadas por empreendedores locais. A primeira foi a CBCA (já desativada). Depois a CCU (hoje Rio Deserto).

O preço do carvão era definido pelo Governo federal, que comprava tudo que era extraído para usar na Companhia Siderúrgica Nacional.

Para ter controle da “planilha de custos”, e conseguir administrar melhor a pressão dos mineradores pelo aumento de preço, o Governo federal resolveu implantar a sua mina. Carbonífera Próspera S/A.

A Próspera virou subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional.
Em torno da carbonífera, se fez o bairro mais tradicional da cidade, de tradição operária.
E da carbonífera nasceram o Próspera Clube Recreativo e o Esporte Clube Próspera.

O PCR continua lá, de pé. Com sede nova, e dono de uma área enorme, onde estão instalados, em parceria, o Sicredi e o Sindicato dos Contabilistas.

O time do Próspera deu a volta por cima e volta a figurar em 2021 entre os grandes do estado. Está de novo na primeira divisão.
É o time da raça, e da massa.

O Próspera é filho da Próspera (a carbonífera).
Os jogos sempre foram à tarde, porque não tinha iluminação no estádio.
Então, dia de jogo, era escritório vazio.
Todos os funcionários da Carbonífera eram sócios do Próspera.

Durante muito tempo, jogadores do Próspera eram funcionários da carbonífera.
O estádio era da Carbonífera.

Depois, o estádio passou para a Prefeitura, que doou ao time do Próspera.

Quando o Governo encaminhou a privatização da Carbonífera Próspera, o empresário Realdo Guglielmi comprou em leilão.
E fez a Nova Próspera. Preservando a história.

Uma disputa política levou a transformação do local onde estava a mina em área de preservação ambiental.
Isso inviabilizou a mineração. E a Mina foi desativada. A Próspera fechou.

Se o Próspera é filho da Próspera, também é filho do carvão.

E o setor do carvão vive hoje dias sob ameaça de ter pena de morte decretada.
Precisa de uma operação delicada para sobreviver.

Mas, o Próspera (o time) resistiu.
Subiu, desceu, enfrentou crises, mas manteve-se vivo.
Envergou, mas não quebrou.

O Próspera se refez, e se reinventou, sem a Próspera, e sem o carvão.

Venceu pela energia de um grupo de jovens arrojados, liderados pelo advogado Israel Alves, mais alguns torcedores tradicionais, e com apoio de empresas e marcas locais.

Está de volta o time da raça. E o clássico do carvão.
Está viva uma das marcas mais importantes da historia de Criciúma. Próspera.

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