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Maria Luiza Lessa Matos - a perda!

Por Adelor Lessa 01/09/2017 - 08:33 Atualizado em 01/09/2017 - 08:57

Na madrugada, a noticia - faleceu Maria Luiza Lessa Mattos. 

Eu a conheci criança. Irmã do meu pai.

A sua história de vida dá roteiro de filme. Pela sua bravura, energia, vontade de viver.

Por isso, foi fundadora e presidente da Associaçao Vida Ativa, associação de cadeirantes de Criciúma. Porque ela queria que as pessoas saissem da cama, e que fossem para as ruas, para o mundo. Viver.

Por onde ela passava, deixava alegria e mensagens de estímulo/força para a vida.

Era de uma energia que parecia inesgotável. Uma disposição para a vida que era impressionante.

Ela virou cadeirante aos 31 anos. Durante uma cirurgia, perdeu os movimentos da cintura para baixo.

Era casada, quatro filhos, costureira de primeira. Adorava dançar.

E foi condenada a viver 46 anos numa cadeira de rodas.

Mas, não se entregou.  Nunca.  Seguiu a vida.

Um dia me ligou - "Olha, estou indo para os Estados Unidos".

Não tinha posses, familia humilde, mas fez economias, apertou daqui e dali, parcelou a passagem, e lá se foi, cadeirante, visitar o filho.

E correu o mundo. Numa cadeira de rodas.

Outro dia me ligou convidando para o desfile da escola de samba. Não porque gostaria de "assistir" comigo o evento. Mas, porque queria que a visse "desfilando" na avenida. Ela foi destaque. E "sambou" muito. E desfilou outras e outras vezes.

O seu negócio era vencer limites, derrubar barreiras, fazer o que as pessoas não acreditavam que ela fosse fazer. Com ela, não tinha viver pela metade. Era 110%.

Quando voltou a tomar banho de mar, pelo projeto Praia Acessivel, foi uma festa. Alegria de criança.

Maria Luiza Lessa Mattos,  uma mulher de fibra. Uma guerreira.

Estava doente faz alguns meses. Mas, sua situação se agravou  nas últimas duas semanas.

Foi internada com infecção grave no Hospital São José. Estado gravíssimo.  Inconsciente, entubada. Os médicos fizeram o possível. 

Ela até voltou. Estive com ela no sábado. Queria porque queria sair do hospital, ir para a rua.

Sai de lá feliz, tranquilo. Mas, no domingo a situação piorou. E não teve mais volta.

Faleceu nos primeiros minutos da madrugada desta sexta-feira, 1 de setembro, aos 77 anos.

Mesmo sabendo da gravidade da situação dela, não estava esperando/preparado para esse desfecho.

Porque eu a via como um anjo. E anjos não morrem.

Mas, anjo ela passa a ser agora. Protegendo e apoiando os seus quatro filhos, os netos, e os milhares de amigos e adminiradores que deixou por aqui.

Tenho o maior orgulho de ser seu  sobrinho. 

 

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