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Coruja, Sambão e a Vacina

Texto publicado no Toda Sexta
Por Adelor Lessa 25/01/2021 - 18:03 Atualizado em 25/01/2021 - 18:18

Na década de 70, o Arroio do Silva era uma praia que no verão a população era meio a meio entre gaúchos e "catarinas".
Os gaúchos desciam a Serra da Rocinha, rodovia BR 285 (que só agora está sendo pavimentada).
Vinham principalmente de Bom Jesus, Vacaria, Passo Fundo, Flores da Cunha, Erechim.
Como eram normalmente os mesmos, gaúchos e catarinenses ficavam amigos que se encontravam a cada ano, e conviviam da melhor forma por dois meses.
Isso incluíam festas (belas festas), música, torneios de futebol e de vôlei, rodas de carteado, e muita conversa.

Ao lado, o Morro dos Conventos também recebia muitos gaúchos, mas que vinham de outras regiões, principalmente Porto Alegre.
E o clima era o mesmo. Festas, encontros, programas comuns entre amigos.
Intensos, via de regra, porque eram de ano em ano.

No Morro tinha o Camping implantado pelo Grupo Freitas, que chegou a ser considerado o melhor e mais bem estruturado do país.
Recebia turistas de todo o Brasil e muitos e muitos argentinos.

Arroio e Morro ainda faziam parte do município de Araranguá. Arroio só foi emancipado e virou município em 1995.

Naquele ambiente nasceu, no final da década de 70, o Grupo Coruja:
Chico Silveira, Losa, Mário Canela, Sandro Araújo e Tatavo.
Era mais ou menos assim a formação inicial.

Começou no Camping Morro dos Conventos, de forma despretensiosa. Uma roda de samba com amigos e para fazer amigos. Que deu liga...

Acabou se repetindo muitas vezes também no Arroio do Silva, no bar do hotel Paulista, com o pessoal que saía do futebol de areia.

O grupo foi reforçado com Mengálvio, Alceu Pacheco, Coalhada, Nego Boni, Tilico, Giba Salvador, Everton Tournier, o Dilo.

Ninguém imaginava que aquela roda de samba iria durar tanto tempo.

O nome "Coruja" veio da orientação do Tatavo de "reduzir" a iluminação. Ou, apagar as luzes.

Muita coisa mudou, mas o grupo Coruja permanece.

Mário Canela, um dos fundadores, morreu prematuramente. Mas, ajudou a plantar bem a semente.
Conta a lenda que ele foi o primeiro, e certamente o único, a dormir durante o samba e não perder o tom no surdo.

Hoje, Chico e Sandro continuam firmes, mais o Mengalvio e o Dilo. E tem Mauricio Batoré (filho do Chico), Menguinha (filho do Menga), Paulinho (irmão do Chico), Jerry, Serginho (irmão do Sandro), Cesar Português (que está em recuperação de um problema de saúde).

Eu estava lá no início de tudo. Fui testemunha ocular dos fatos. E um privilegiado.

Pois, o tempo rodou, e em 2004 uma sobrinha casou no Paraná. A Cynara, com o Osmar.
Lá, inventei de fazer uma aposta com um sobrinho, o Pofa (hoje, Dr. Rafael Roglio de Oliveira).
Ele, flamenguista doente. Eu, gremista apaixonado.
Apostamos “duas picanhas” e cerveja: Qual o time vai chegar na frente no Brasileiro?
Perdi. Foi a primeira vez que "apanhei" do Flamengo.

No pagamento da aposta, reunimos o Coruja. E foram mais de duas picanhas, claro.
Mas, ali começou uma “festa" que se repetiu por 15 anos.
Sempre na minha casa no Arroio do Silva. Primeiro, nas últimas sextas-feiras do ano, à noite.
Depois, nos últimos sábados, meio dia.

Era a melhor forma de fechar o ano. Comemorando as vitórias, “enterrando” os insucessos ou metas não atingidas.
Principalmente, passando a régua e recarregando as baterias.

Dezembro de 2020 não teve o Sambão. A pandemia não permitiu.
E parece que o ano não fechou. Ficou faltando algo.

Mas, a vacina está vindo aí. Ufa!
E vamos vencer, vai dar certo!

E o próximo Sambão será o melhor de todos.
Talvez, tenha que ser um “Coruja 24 horas”. Quem sabe?!

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