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Premiado pela incompetência

Apertado nas entrevistas, usa a retórica como escudo.
Por João Nassif 11/09/2018 - 09:25

Ouvi várias críticas e explicações por ter sido contrário a manutenção de Tite no comando técnico da seleção brasileira.

Meus argumentos foram baseados em fatos observados desde que o treinador assumiu em meio as eliminatórias para o Mundial.

Primeiro, enfileirou uma série de jogos de invencibilidade, mas lembro que jogou contra seleções de nível bem inferior, numa disputa sul-americana em que não encontrou nenhuma resistência. Todos entendiam que a classificação do Brasil era esperada e se empenharam muito mais nos confrontos diretos.

Segundo, convocou alguns jogadores de acordo com seu passado vitorioso no Corinthians e deixou subliminarmente que estava agradecendo pelo sucesso alcançado. E mais, montou sua comissão com profissionais identificados com o clube paulista. Só para deixar clara sua paixão pelo Corinthians, num jogo contra o Santos em Itaquera foi flagrado pela televisão vibrando com um gol corintiano. Ridículo.

Terceiro, levou para o Mundial na Rússia jogadores contundidos para recuperação na preparação pré-Copa. Deixou por aqui jogadores saudáveis e em ótimas condições técnicas. Por que não convocou Arthur e Luan do Grêmio e levou, por exemplo, Fred e Taison que nem jogaram?

Finalmente levou um nó tático do técnico da Bélgica na partida que despachou o Brasil da Copa.

Ouvi justificativas dizendo que o treinador merecia nova chance. Que não existem opções no mercado brasileiro e a seleção jamais poderia ser treinada por um estrangeiro. Apenas explicações.

E para culminar o crime na convocação de jogadores que ainda jogam no Brasil desfalcando seus times nas decisões em competições que a própria CBF organiza. O calendário do futebol brasileiro é uma excrecência, privilegiando os campeonatos estaduais em quase um quarto da temporada deixando as competições mais importantes sobrepostas, sem contar as tais datas FIFA.

E mais, colocar a braçadeira de capitão no braço do Neymar é outra piada contada pelo treinador. O brasileiro é alvo de chacota em todo mundo e não tem o minimo perfil de liderança.  

No mundo inteiro as competições nacionais param quando são formadas as seleções, aqui não, além de não parar, o técnico ainda tira dos clubes seus principais jogadores.

Mas, esperar o que de uma entidade e um treinador conivente que um dia assinou um manifesto contra os cartolas instalados no poder do futebol brasileiro e meses depois estava sendo beijado por um Marco Polo Del Nero, hoje ex-presidente acusado de corrupção, mas que ainda tem a chave do poder.
 

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