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A ironia do “minuto de silêncio”

Por João Nassif 04/10/2023 - 08:04

Existem várias versões sobre a origem do “minuto de silêncio”.

A mais popular é que tenha surgido em 1912 como um tributo dos portugueses quando chegou a notícia do falecimento do Barão do Rio Branco, ministro das Relações Exteriores do Brasil e figura querida em Portugal. Quando os parlamentares portugueses souberam de sua morte em 10 de fevereiro resolverem manter-se em silêncio por 10 minutos.

Outra versão assinala que o ritual foi para celebrar o Dia da Memória Nacional em honra ao tratado que encerrou a Primeira Guerra Mundial. O rei George V do Reino Unido decretou em novembro de 1919, dois minutos de silêncio em homenagem aos soldados britânicos mortos em combate.

Tanto as versões portuguesa e britânica se espalharam pelo mundo passando a ser adotadas em competições esportivas, principalmente no futebol quando o rito foi fixado em apenas um minuto.

Na Europa, berço do “minuto de silêncio”, o momento de reflexão e homenagem a pessoas ilustres é respeitado por todos, jogadores perfilados ao redor do círculo central do gramado e principalmente pelos torcedores que se mantem em silêncio até o árbitro apitar o fim do ritual.

O que vemos nos estádios brasileiros é exatamente o oposto, não pelos jogadores, mas pelos torcedores que durante o ritual ficam entoando palavras de ordem, gritos de guerra, charanga tocando num total desrespeito aos mortos homenageados.

Esta falta de educação fica na conta da cultura do brasileiro, então pergunto por que o “minuto de silêncio”?
 

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