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Hoje, Daniela isolada. Amanhã, a vice com Bolsonaro

Por Denis Luciano 03/07/2020 - 16:32 Atualizado em 03/07/2020 - 16:34

Do oito ao oitenta. Assim são delimitadas as últimas e próximas passagens em um universo de 24 horas para a vice-governadora Daniela Reinehr. Nesta sexta-feira, 3, ela foi literalmente isolada em ato da Defesa Civil e do Governo do Estado.

Na recepção ao secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, que a pedido do presidente Jair Bolsonaro veio a Santa Catarina e reuniu-se com as lideranças locais, Daniela foi uma coadjuvante. Mesmo que na qualidade atual de representante máxima do Estado - já que o titular Carlos Moisés encontra-se em quarentena, contaminado pelo novo coronavírus que está -, Daniela sequer foi chamada para a mesa de autoridades ao lado do secretário nacional. Assistiu a apresentação dele e de seus pares de Defesa Civil catarinense ali, de uma cadeira, sozinha.

Os que testemunharam a cena não esconderam o constrangimento. Em outro momento, a vice acompanhou o secretário e os demais no sobrevoo a áreas atingidas pelo vendaval em Santa Catarina.

E será com agenda semelhante que Daniela poderá dar uma espécie de "volta por cima" neste sábado. É que Bolsonaro chegará às 8h30min na Base Aérea em Florianópolis. Será recebido por autoridades, muitas, e certamente Daniela estará ali, na primeira fila, para aplaudir e cochichar ao ouvido do seu líder. Ao contrário de Carlos Moisés - que novamente estará ausente, para não se correr o risco de ele contaminar o presidente da República -, Daniela anunciou no primeiro ato do rompimento de Bolsonaro com o PSL que tomaria o rumo dele, para a Aliança. Moisés, não. Em um dos vários atos de distanciamento em relação ao presidente, o governador ficou no PSL. Está alinhado com o grupo que diverge de Bolsonaro.

Logo, Daniela terá campo livre neste sábado para, em faixa própria, usufruir da sua condição hierárquica de autoridade maior dos catarinenses fora de quarentena, em contraponto ao seu hoje desafeto Carlos Moisés. Será uma oportunidade para Daniela reforçar a Bolsonaro seu alinhamento político e ideológico, e "vender o peixe" de que, com ela no Palácio d´Agronômica, Bolsonaro terá uma aliada a governar Santa Catarina. Cabe lembrar que há um processo de impeachment por evoluir na Assembleia Legislativa (Alesc), e com o enfraquecimento da já desnutrida base de Moisés entre os deputados estaduais, Daniela está no aquecimento para governar o estado. É, porém, necessário lembrar que há quem defenda, em caso de impedimento, a queda de governador e vice.

Muita água para rolar por debaixo dessa ponte. A expectativa, agora, é para saber em qual lugar estará Daniela Reinehr enquanto Jair Bolsonaro sobrevoar as áreas assoladas pelo vendaval na manhã deste sábado. Uma certeza temos: não será ao lado do isolado - agora mais do que na prática - Carlos Moisés.

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