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Sergio Moro, a montanha e o camundongo

Por Archimedes Naspolini Filho 07/05/2020 - 11:07 Atualizado em 07/05/2020 - 11:58

In primo loco, um beijo na Clara, minha segunda bisneta, nascida na madrugada passada, filha da Mari e do Felipe. Sê bem vinda a este vale de lágrimas, menina bonita do biso!

E a montanha pariu um camundongo raquítico!

Para os que queríamos emoções fortes, as temos de sobra – nos últimos dias.

Comecemos pelo episódio da exoneração de Sérgio Moro, do ministério da Justiça e Segurança Pública. Chamou a imprensa, deixou o Brasil na expectativa e sugeriu que o presidente lhe exigira a substituição do diretor geral da Polícia Federal deixando, nas entre linhas, a impressão de que Bolsonaro queria conhecer os meandros das investigações da poderosa PF, para o seu próprio interesse, ou interesse da família. O caso foi pro Supremo que, por mandamento de seu decano, chamou Sérgio Moro a depor à própria Polícia Federal para esmiuçar o que afirmara aos jornalistas alguns dias atrás.

Moro foi à sede da Polícia Federal, em Curitiba, mesmo local que o notabilizou em nível mundial, ao proferir as sentenças condenatórias de políticos e empresários nunca dantes imaginados em corrupção e ladrões do nosso dinheiro. Condenou e mandou o poderoso ex-presidente Lula para o xadrez. Agora estava ali, na mesma sala onde ouvia as oitivas de muitos réus, para prestar os seus esclarecimentos, o seu depoimento.

E o Brasil, escutando as emissoras de rádio, sintonizado nos canais de televisão, à espera do depoimento do ex-ministro.

E ele falou. Mais de oito horas. E terminou como na fábula de Isopo que, numa de suas criações, simulou a gravidez de uma montanha de onde se esperava um filho proporcional ao seu tamanho, mas, na hora que a montanha dava à luz, no meio de gemidos medonhos, e expectativa geral, ela pariu um rato.

A expectativa foi frustrada. Imaginava-se uma avalanche de denúncias acompanhadas das respectivas provas e o que se viu foram declarações que precisaram ser interpretadas por terceiros, eivadas de evasivas. Em outras palavras: a montanha pariu um ridículo camundongo.

E, entre uma audiência e outra na Suprema Corte, entre dois ou três discursos nas duas casas do Congresso, entre uma e outra edições do Diário Oficial da União, entre a língua solta do presidente contra jornalistas de conhecido canal de televisão, imagens de cemitérios sepultando gente por atacado e a pandemia do coronavirus, carregada de infodemia, Santa Catarina entra na pauta como o segundo episódio das grandes emoções dos últimos dias. 

Este, todavia, será dissecado na edição de amanhã.

Fiquemos com a montanha que pariu um minúsculo e raquítico camundongo.

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!

 

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