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Morreu o novo coronavírus? Que bom se fosse...

Por Archimedes Naspolini Filho 01/04/2020 - 10:50 Atualizado em 16/04/2020 - 10:46

Finalmente a praga chegou ao final. Já podemos ir para as ruas, praças e logradouros públicos, Os restaurantes já abriram e estão a pleno vapor. Os ônibus trafegam pra lá e pra cá levando e trazendo gente de toda parte para toda parte. Os escolares tomam as calçadas e, com suas algazarras, chegam às suas escolas. Uber e 99 deixaram as garagens e transportam idosos e jovens por todos os lados. Já não há mais restrições ao ir e vir. As diaristas já estão chegando. As igrejas de todos os credos estão repletas de seus fiéis. Acaba de ser sepultado o causador da maior crise que o mundo contemporâneo vivenciou: morreu o novo coronavirus!

Ah se isto fosse verdade!

Hoje é primeiro de abril e fica meio estranho dizermos “um de abril”. Mais do que qualquer outro primeiro dia de mês, o de abril – obrigatoriamente – é chamado de Primeiro de Abril. E a ele adicionado: O Dia da Mentira.
Por que?

O calendário que nos orienta desde 1582, é o Gregoriano, instituído pelo Papa Gregório XIII, através da bula papal Gravíssimas, em substituição ao Calendário Juliano, instituído pelo imperador romano Júlio Cesar, no ano 46, antes de Cristo.

Pelo calendário antigo o ano começava no dia 1 de abril e foi o rei Carlos IX, da França, que determinou que o ano começasse dia 1 de janeiro. Muitos franceses, no entanto, resistiram à mudança e continuaram a festejar o início de um novo ano no dia 1 de abril.

Os gozadores – e onde não os temos? – passaram, então, a ridicularizarem os conservadores e, no dia 1 de abril, enviavam – a eles – presentes estrambóticos, esquisitos, e convites para festas inexistentes. 

Nascia o Dia da Mentira!

No Brasil, o “Primeiro de Abril” começou a ser conhecido a partir de Minas Gerais onde, em 1828, circulou um periódico denominado “A Mentira”. Em seu primeiro número, que circulou dia 1 de abril daquele ano, era noticiada a morte de Dom Pedro I, desmentida no dia seguinte.

Aquele jornal circulou, pela última vez, dia 14 de setembro de 1849, convocando todos os seus credores para um acerto de contas no dia 1 de abril do ano seguinte, dando como referência um endereço inexistente.

Hoje é “Primeiro de Abril” e não podemos deixar de nos lembrar de grandes peças aplicadas, mentirosamente, nesta data. 

Em meio à pandemia que nos trancafia em nossas próprias residências, que – segundo instruções médico-sanitárias – é a única forma de evitarmos a contaminação com o coronavirus, uma mentirinha como essa que fiz abrindo este comentário, nos antecipa o alívio do seu final.

Certamente não haverá um dia especial para o fim dessa praga, ele, o fim, será paulatinamente registrado. Então, a mentira que proferi é compreensível, espero, porque provocou a explicação do porquê hoje ser o Dia da Mentira.

Tomemos cuidado! Os mentirosos contumazes estão de plantão. Hoje eles fazem a festa!

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!

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