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Dia do Índio: festejar ou lamentar?

Por Archimedes Naspolini Filho 23/04/2020 - 11:28

Dezenove de abril, último domingo, foi o Dia do Índio.

Então, vou falar do indígena, para não ser acusado de não tê-lo feito, na sua data.

Não por causa da comemoração, em si, mas pelo significado desse ser humano praticamente varrido do globo terrestre.

Começo por recomendar aos estabelecimentos de ensino de todos os níveis e de todos os graus, daqui e de qualquer lugar, que incentivem a pesquisa sobre a cultura e o modus vivendi dos nossos primeiros habitantes. Ao mesmo tempo, que procurem agendar uma visita ao sítio rural do engenheiro químico Sidnei Roque Périco – que trabalhava nas empresas Rio Deserto – no qual encontrarão o mais completo museu indigena norte-americano da américa latina.

Ali as nações indígenas daquele país afloram: são as fotos dos seus grandes guerreiros, dos grandes caciques, das grandes índias... São os textos de discursos proferidos por líderes dos povos que foram perseguidos à exaustão naquele território, é o Código de Ética de um povo massacrado.

Enfim, visitando aquele Rancho e analisando o que ali está exposto amealha-se um pouco de conhecimento sobre o cidadão que foi festejado, oficialmente, domingo passado.

Agora, há o seguinte: nós também tivemos nossos índios. No primeiro momento, escravisados pela coroa portuguesa e seus asseclas aqui plantados.

Num segundo momento, violentados no que tinham de mais significativo: seus hábitos, seus costumes, suas crenças, sua fé, pelo padre jesuíta que se achou dono da verdade e do único Deus e arrebatou-lhe isso tudo.

Finalmente, pelas colonizações que foram se plantando em todo o território nacional, espulsando os verdadeiros donos deste imenso país cada vez para mais longe do litoral ao ponto de varre-lo do nosso meio.

É preciso que meditemos um pouco sobre essa barbaridade cometida pelo homem branco, tido como civilizado, e rendamos um tributo àquele que, agredido e apreendido, outra alternativa não teve que não aceitar o seu próprio extermínio. E olha: dele nada sobrou... muito pouca coisa se reúne do primeiro brasileiro, especialmente aqui em nossa região.

O engenheiro químico Sidnei Roque Périco, que o diga.

Da dificuldade de buscar resquícios daquela civilização e, especialmente, da sua cultura e da sua história, é que Périco montou um templo sagrado, no alto da Serrra Geral, ali em Bom Jardim da Serra, em homenagem ao agredido – e agora festejado – índio americano.

Por aqui, gratificava-se bem aos “caçadores de bugres”, como eram denominados os matadores dos nossos indígenas, pagos por pares de orelhas, trazidos da caçada, que apresentassem à autoridade.

Inominável barbaridade que empurrou os índios do litoral para o interior, dos nossos povoados ao Costão da Serra, e do Costão à morte, ao extermínio.

19 de abril, Dia do Índio! É para festejar ou para lamentar?

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!

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