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Zé Augusto, um político ficha limpa

Ele poderia ter sido até governador do Estado, mas não quis por lealdade
Por Adelor Lessa 08/08/2019 - 18:50 Atualizado em 08/08/2019 - 18:51

O Zezinho, o Zanzão, a Momo, os três filhos do Zé Augusto Hülse que estão no velório dele agora, o Saulo que já faleceu, eu conheci todos eles crianças, na época em que o Zé foi prefeito assumindo em 1983. O melão que o Casildo falou que a Helena serviu para ele no Rincão era certamente da plantação do Zanzão, o Osvaldo, lá em Nova Veneza. O Zezinho, diziam todos, seria o herdeiro político do pai, mas o Zezinho fugiu disso pois via em casa as torturas que o pai passava. Era um homem sério. O Zé Augusto poderia ter sido governador do Estado, teve isso na mão, na época em que tramitava o impeachment de Paulo Afonso. Ele foi procurado por operadores políticos, era só aceitar e assumir o governo, mas por lealdade ele não aceitou nem conversar. Foi leal. Lealdade que não tiveram com ele de volta, os mesmos que receberam essa manifestação de lealdade.

Eu conheci o Zé como engenheiro, de fala mansa, lembro quando o Lírio Rosso o levou para o MDB para ser candidato em 82. Antes já havia sido em 76 como vice do Murilo, e na época o Murilo perdeu para o Altair e já diziam que se fosse o Zé ele ganhava. Depois diziam que o Altair queria fazer o Zé candidato pelo PDS e não conseguiu, dai o Zé foi para o PMDB, saiu candidato pela sublegenda e deu um banho de votos.

O Zé era um cidadão de perfil conservador, família udenista. Mas na gestão pública o Zé era um progressista, ousado, arrojado, mudancista. A marca mais importante do seu mandato foi a gestão da saúde. Ele implantou um programa idealizado por médicos sanitaristas de esquerda. Na época era algo impensado, não tinha um posto de saúde nos bairros. Ele terminou o governo com 54 postos.

Hoje fizemos o Debate Aberto com o Orasil, o Antonelli, o Beto Barata, rimos muito, trezentas histórias eu poderia contar aqui do Zé, histórias hilárias, que nos divertem e nos emocionam. O Zé deixou um legado muito bonito. Deixa história para todos. Os seus filhos devem ter muito orgulho dele. Resta-nos, numa hora dessas, dizer o que: obrigado para o Zé, por tudo o que fez pela cidade, por ter convivido com ele, trabalhei com ele durante um ano, foi minha única experiência na gestão pública, mas lá aprendi coisas que trago até hoje. O Zé se preocupava das lâmpadas queimadas nas ruas e ligava para o Gilson Pinheiro, na época secretário de Serviços Públicos, ligava qualquer horário para avisar das ruas com lâmpadas queimadas. Ele se preocupava com o Rio Criciúma, criou o guarda do rio, nomeou o Nego Ci que andava por dentro do rio, por baixo dos prédios, para identificar se jogavam sofá, capota de carro, geladeira, porque jogavam, e quando chovia, enchia Criciúma. Ele fez uma revolução na saúde, foi o homem que mais legalizou áreas invadidas em Criciúma. A gente poderia falar muito do Zé Augusto, mas a gente fala que foi bom tê-lo entre nós, ele deixa uma história bonita, político de ficha limpa.

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