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A revelação da CIA, a execução de um garoto criciumense e a ditadura

Por Adelor Lessa 12/05/2018 - 08:19 Atualizado em 12/05/2018 - 08:20

Ninguém mais ficar mais gordo, nem mais magro, e isso não vai resolver a crise do país.

Mas, a revelação pelos arquivos da CIA que os presidentes militares Geisel e Figueiredo ordenaram a execução de militantes políticos de oposição é importante para o país.

A rigor, não vai mudar nada. Mas, é o restabelecimento da verdade. A historia tem que ser contada como realmente foi. Criciúma e municípios da região tiveram “filhos seus” executados. Um deles, João Batista Rita, um estudante de segundo grau, morto em tortura e que teve seu corpo incinerado.

E teve outros que também morreram ou tiveram seus corpos marcados pela tortura.

E nenhum deles assaltou banco, ou atirou em quem quer que seja.

A revelação de tais fatos não deve (e não vai) afetar em nada a imagem dos militares, que são fundamentais para o país.

As ordens dadas para execução foram das pessoas que estavam no poder. Não da instituição.

O exército brasileiro merece todo o respeito.

Mas, os comandantes do país pela ditadura militar tem suas mãos manchadas de sangue.

O documento da CIA registra:

"Em 1º de abril (de 1974), o presidente Geisel disse ao general Figueiredo que deve-se tomar muito cuidado para assegurar que subversivos perigosos fossem executados”.

Mas, qual o critério para definir um estudante secundarista como um “subversivo perigoso"? 

E quem deu poder para determinar "pena de morte"?

Ainda segundo o documento da CIA, todas as execuções teriam que ser aprovadas pelo general João Baptista Figueiredo, chefe do SNI, que depois foi sucessor de Geisel na presidência da republica.

Isso também serve para “lembrar" o que é uma ditadura, o que vem junto no pacote. Seja ditadura civil ou militar, de direita ou de esquerda! 

Mas, pior que as revelações da CIA, foram comentários feitos.

Por exemplo, do deputado Jair Bolsonaro: “quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu?!”.

Ou, do general Mourão: “a quem interessa vazar isso?”.

A propósito, e aproveitando o gancho, o que disse Mourão lembrou q reação de um politico da região, que teve recentemente seu nome ligado à lista de demitidos na secretaria regional, teve pesado desgaste por isso, e vociferou: “quero saber porque fizeram isso comigo, qual o interesse em me prejudicar? “.

Ou seja, o problema não foi o fato, não foi o indevido, mas quem revelou, ou quem agiu para corrigir.

 

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