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Kennedy sobre Douglas: "Ele é o PC Farias do Moisés"

Deputado bate forte no chefe da Casa Civil e afirma que secretário e governador "tem que ser presos"
Por Denis Luciano Florianópolis, SC, 06/05/2020 - 11:55 Atualizado em 06/05/2020 - 11:56
Deputado Kennedy Nunes / Divulgação
Deputado Kennedy Nunes / Divulgação

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O empresário Paulo César Farias chefiava as campanhas de Fernando Collor de Mello. Ganhou notoriedade a partir de 1989, buscando recursos para a campanha eleitoral que levou o então governador de Alagoas à presidência da República. Muitos dólares e inúmeras denúncias depois, acabou misteriosamente morto e Collor perdeu a faixa presidencial. Esse personagem entrou na ordem do dia para ilustrar o momento político que vive Santa Catarina que, em meio à pandemia de Covid-19, tem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Alesc e um processo que pode culminar com o impeachment do governador Carlos Moisés. Impeachment que foi, também, o fim de Collor de Mello.

A comparação foi feita na manhã desta quarta-feira, 6, pelo deputado estadual Kennedy Nunes (PSD) em entrevista à Rádio Som Maior. Ele relacionou o chefe da Casa Civil, secretário Douglas Borba, ao antigo agente do esquema financeiro do presidente Collor, ao comentar a polêmica compra dos 200 respiradores por R$ 33 milhões, que são objeto da CPI instaurada nesta terça-feira, 5, na Alesc. "Eu não contrataria um contato comercial como Douglas Borba. Ele é o PC Farias do Moisés, operava as compras do Governo", disparou. Kennedy vem chamando Douglas de "representante comercial", por denunciada interferência na negociação para aquisição dos equipamentos pela Secretaria de Estado da Saúde.

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O parlamentar citou, ainda, uma demanda judicial da empresa Veigamed, a contratada para fornecer os respiradores, que entrou na Justiça contra o Governo do Estado. "Cada vez eu fico mais estupefato. A empresa Veigamed, que levou R$ 33 milhões adiantados para entrega de 200 respiradores e que hoje tem numa conta R$ 42 e na outra R$ 460 mil, ou seja, já rapou dos R$ 33 milhões, R$ 32,5 milhões, entrou na Justiça para cobrar do Estado os impostos da movimentação comercial que não estavam inclusos nos R$ 33 milhões", contou o deputado. "Isso me dá ataque de risos, de nervos. A empresa quer cobrar do Estado o imposto de R$ 33 milhões que não estava, segundo a empresa no acordo", completou.

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Cadeia para Douglas e Moisés

Kennedy bateu forte em Douglas e no governador Carlos Moisés ao mencionar que exoneração e saída de cargo não são suficientes para punir a irregularidade apontada. "Ele (Douglas Borba) faz uma compra toda errada e ainda não inclui na negociação os impostos. Eu estou achando que esse cara não deve ser só exonerado, ele tem que ser preso. Ele e todos os outros, inclusive o governador do Estado", afirmou o deputado.

Para o parlamentar, o governador tem relação direta com o episódio. "Quando vê uma ação de segundo escalão, o governador pode não saber. Mas quando vê um secretário de Casa Civil, o cara mais próximo do governador, operando dessa forma, e o governador não sabendo de nada, não podemos aceitar essa situação", frisou. 

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Na linha do que disse ontem, na tribuna da Alesc, Kennedy vou a perguntar se "a Casa Civil é representante comercial? Douglas Borba é representante comercial?". "A entrevista de Helton Zeferino na TV coloca pior ainda a situação de Douglas Borba, ele diz que a definição de compras é de Douglas. Ele é secretário de Administração? Ou Casa Civil? Nunca vi Casa Civil se envolver com compras", completou o deputado.

A venda do avião

A venda do avião que servia ao governador - foi comprado pelo Governo do Estado do Mato Grosso do Sul por quatro parcelas de R$ 805,8 mil em setembro do ano passado - foi lembrada por Kennedy Nunes como mais um indício contra Douglas Borba. "Quando o governador Carlos Moisés colocou o avião do Governo à venda, o Douglas sequer ainda era membro do Governo, e ele postou nas redes sociais dele a venda do avião. Eu acho que o Douglas é um bom representante comercial, não sei se uma empresa o contrataria para fazer comércio dessa forma", referiu.

Impeachment

Kennedy foi cauteloso em relação a prazos para um possível impeachment de Carlos Moisés. O pedido será protocolado na Alesc pelo deputado Maurício Eskudlardk (PL). "Colocar um governador basta segundos. Para sair é outra coisa. É igual uma gravidez. Para entrar o embrião é rapidinho, para sair precisa nove meses e depois o parto é doloroso", afirmou Kennedy. "Eu espero que as pessoas que votaram no Moisés e estão arrependidas possam aprender essa lição", observou o deputado.

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O pessedista alertou que é necessário identificar com clareza o papel de Carlos Moisés nas transações dos respiradores. É necessário, segundo ele, fundamentar com provas. "Se o roteiro seguir esta que está tendo, dos respiradores e contratos, se o roteiro acontecer dessa forma, sem nenhum novo fato explícito do governador, é preciso que a CPI, que o Gaeco mostrem o crime administrativo do governador, a assinatura do governador, a digital do governador, para que daí, depois disso, seja feita a comissão processsante para avaliar o impeachment ou não", relatou. "As pessoas vão ter que esperar um pouco. A CPI fará o julgamento político, importando decisões do MP, Justiça, Tribunal de Contas, toda essa força-tarefa que está sendo envolvida nessa investigação vai surtir efeito político lá na CPI", emendou

Explicações de Douglas

O chefe da Casa Civil concedeu uma entrevista coletiva no fim da tarde desta terça-feira, 5, na qual amenizou as denúncias, dizendo que ainda confia na entrega dos equipamentos e que "os pagamentos estão esclarecidos". "Como todas as outras lives, eles não falam nada", criticou Kennedy. "Eles aproveitaram essa nova forma de falar, sem a presença das pessoas, isso não vale nada. Quero ver ele responder olho a olho, na CPI, nos investigadores do Gaeco, as mensagens trocadas entre ele e a secretária demitida e agora entre ele e o secretário demitido", completou. "Tudo o que o Douglas Borba fala agora é fake", bateu o deputado.

Kennedy referiu uma postagem do Blog Adelor Lessa, no 4oito, da semana passada, que indicava a saída de Douglas Borba do governo. "Quando o Adelor postou isso, eu recebi. Logo eu respondi que era o próximo a cair. Quando um secretário diz que não vai cair é que está procurando alternativas de defesa para não cair. Parabéns ao Adelor que anunciou a queda do Douglas antes de tudo aparecer", arrematou.

Ouça a entrevista do deputado Kennedy Nunes no podcast:

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