In primo loco, permite que eu envie um cumprimento especial a um amigo que, hoje, troca idade. Meus cumprimentos ao Geraldo Cechinel, que conhecemos como Geraldinho, respeitado empresário de nossa Região, o mais perfeito anfitrião das domingueiras tardes de baralho de um simpático grupo de mulheres da cidade. Para ti, Geraldo, neste dia que é só teu, um abraço do meu tamanho! Feliz aniversário!
Dito isto, digo-te, também, que – hoje - poderemos vivenciar momentos nunca dantes vividos no parlamento municipal que conhecemos como Câmara de Vereadores, a de Criciúma.
Uma das principais atribuições determinadas, constitucionalmente, ao vereador, é a de fiscalizar as ações do Poder Executivo, é a de acompanhar o que faz o prefeito, seja ele quem for, analisar o que faz, e – quando for necessário – lembrar que está fazendo, ou que fez, algo errado.
E, para este objetivo, tomar as providências que a legislação lhe impõe.
Os vereadores de nosso Município entenderam que um rosário de agressões às leis estava, ou fora feito na administração da Afasc e, recorrendo à Lei Orgânica Municipal, instauram uma Comissão Especial de Inquérito para apurar tais irresponsabilidades.
Para justificar a instituição de tal Comissão os vereadores arrolaram oito razões, dentre as quais a contratação irregular de servidores para o serviço público municipal e a denúncia do desvio de alimentos da merenda escolar, conhecido popularmente como a ‘venda de galinha das crianças da Afasc’.
Costumeiramente, a notícia que corre é que todas essas Comissões acabam em pizza, isto é, terminam com os envolvidos reunidos num restaurante qualquer, em festa, dividindo o prazer da pizza.
Não foi o caso, nas últimas CEIs impostas pela nossa edilidade. E certamente não será com essa da Afasc.
Diz-se que o Diabo tem medo mortal da Cruz e compara-se esse medo ao do prefeito de qualquer município: arrota que não teme ser investigado porque nada faz ou fez de errado, mas teme uma CEI tanto quanto o Diabo da Cruz.
A CI da Afasc foi instalada e, na hora de escolher o relator fomos surpreendidos com a lembrança daquela velha fábula do imortal Isopo,
que lembra a contradição de se colocar dois seres adversários, predador e vítima, em um mesmo espaço, sendo, o primeiro, a raposa, responsável pelo segundo, a galinha. Quem conhece ou vive no mundo rural sabe muito bem o estrago que uma raposa pode fazer em um galinheiro.
Foi o que quis, o prefeito que dá jeito, insistindo para que o vereador, seu fiel escudeiro nos dois Poderes – o Executivo e o Legislativo – assumisse a relatoria da Comissão, isto é, fosse investido, por seus Pares, para relatar os fatos apurados.
Somo com os que advogam que tal relatoria devesse ser entregue a vereador descomprometido com o acusado e com o acusador, um vereador isento, um vereador comprometido com a verdade, mas – principalmente - um vereador que não se deixe levar pelos acenos do Paço municipal.
O esperneio, próprio do enforcado, resultou em recurso do preferido do Paço, que será analisado, ou terá o desfecho, na reunião dos nossos vereadores, de logo mais. E uma gaivota me confidenciou que poderemos ter novidades.
Agora, o que não dá para entender é esse medo que o prefeito tem de uma Comissão dessas: afirma que nada fez de errado. Jura que a Afasc é um exemplo de entidade bem administrada. Garante que o motivo principal da CEI é eleitoral. Ora, se nada deve e se tudo vai às mil maravilhas, então teme o quê? Não quer que se descubra o quê? Insiste em colocar a raposa para tomar conta do galinheiro, por quê?
Ora, ora, quem não deve, não teme.
Aliás, se não deve, deveria até facilitar o trabalho da investigação, porque insistir na presença da raposa à porta do galinheiro não recomenda à sociedade protetora de animais.
E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!