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Quando a ficha do Carlos Moisés cair...

Por Archimedes Naspolini Filho 08/05/2020 - 10:37 Atualizado em 08/05/2020 - 10:41

Ontem, dissecando o episódio de depoimento à Polícia Federal, do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, falei da fábula de Isopo que tem como desfecho: a montanha pariu um rato. E eu prometia adentrar num outro episódio que fez e está fazendo a ordem do dia dos acontecimentos políticos de Santa Catarina.

Não vou mais citar o triste episódio daquela compra macabra de respiradores artificiais pelos quais o Estado pagou 33 milhões de reais, antecipadamente, a uma empresa desconhecida, de endereço muito suspeito, e que – até ontem – ainda não havia entregue a mercadoria adquirida.

No bate-boca envolvendo as três personagens principais, os secretários da Saúde, da Casa Civil e a servidora chefe do setor específico na secretaria da Saúde, ficou patente o amadorismo de seus operadores em uma ação eivada de crassos erros. Chefiar um governo não é tarefa para amadorista e isto ficou bem patente no episódio em tela. Parto do pressuposto de que a boa-fé tenha animados o secretários e a servidora. Imagino que a figura da propina passou à distância.

Cesar Augusto, o imperador romano, 62 anos antes de Cristo, ao condenar a sua própria mulher, foi categórico: à mulher de Cesar, não basta ser honesta, precisa parecer honesta.

E isto ficou faltando nas mútuas acusações envolvendo os personagens em epígrafe.

Mostra a falta de comando, a falta de uma pessoa que fale com altivez, com conhecimento e que diga: no meu governo qualquer secretário e/ou servidor não basta ser honesto, precisa mostrar, aparentar que é honesto.

E sou obrigado a retornar à campanha eleitoral de outubro de 2018, quando um desconhecido coronel da reserva, do Corpo de Bombeiros, emprestou seu nome para o ‘sacrifício’ de completar uma chapa de um inexpressivo partido político e disputar a chefia do governo do Estado barriga-verde. Evidentemente que aproveitava o embalo da gigantesca onda da renovação advogada por Jair Bolsonaro, na qual foi eleito. Qualquer um o seria.

Um de seus adversários – que, com ele, disputou o segundo turno, Gelson Merisio - num dos derradeiros programas de televisão, foi enfático em lembrar um provável risco e falou mais ou menos assim: Imaginemos que estamos voando numa grande aeronave e que, de repente, somos informados que o comandante do avião é um curioso que não conhece a tecnologia da aviação. Na primeira tempestade, o avião cairá – com certeza. E sua tripulação e passageiros morrerão.

Merisio quis dizer que política é para políticos e que seria um risco grande apostar no coronel da reserva do Corpo de Bombeiros. Santa Catarina, imediatamente, sentiria a falta da experiência própria dos que fazem política diuturnamente.

Pelo andar da carruagem, Merisio estava com a razão. Os catarinenses apostamos errado. O piloto desconhece as variações das condições climáticas e suas turbulências e falece de conhecimento ao uso da alavanca que desliza para frente e para trás, usada para controlar e comandar uma aeronave, especialmente em manobras de descida e subida, o manche.

Acho até que fora apenas uma figura de linguagem, do Merisio: nem ele imaginou que seria tão assim...
Piloto que desconhece a utilidade do manche é suicida e assassino: mata a si próprio e aos seus passageiros.

A passagem de Moisés pela chefia do Poder Executivo catarinense é pífia, não sabendo encarnar a primeira das virtudes de um bom político: a humildade. Se não sabe, pergunta. Se não há, ao redor, a quem perguntar, busque esse alguém no universo que governa.
Mas isso é predicado dos grandes!

Arrisco a afirmar que, Carlos Moisés, quando descobrir que sentou-se à cadeira de Lauro Severiano Müller, quando a ficha cair e ele se der conta de que já foi nosso governador, tomará um susto.

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!

 

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