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Namorar, verbo intransitivo

Por Archimedes Naspolini Filho 12/06/2020 - 09:25

Santo Onofre e São Gaspar são comemorados hoje. Dependendo da região, do país ou da cidade, o dia poderá ter santos diferentes. Só há uma unanimidade, amanhã será o dia de Santo Antônio e Santo Antônio é o santo casamenteiro. Vai daí que, na véspera, comemora-se o dia dos namorados, candidatos potenciais ao casamento.

E dois aniversários precisam ser lembrados por mim: o do Cláudio, Cuipa – para os íntimos – aniversariante de hoje e o Dorly, meu irmão número 8, aniversariante de amanhã. A um e ao outro, meus cumprimentos e um abraço do meu tamanho!

No Brasil, a data está relacionada ao frei português Fernando de Bulhões (Santo Antônio). Em suas pregações religiosas, o frei sempre destacava a importância do amor e do casamento. Em função de suas mensagens, depois de ser canonizado, ganhou a fama de “santo casamenteiro”.  

Portanto, em nosso país foi escolhida a data de 12 de junho por ser véspera do dia de Santo Antônio (13 de junho). Assim como em diversos países do mundo, aqui também é tradição a troca de presentes e cartões entre os casais de namorados.

Namorar é um verbo intransitivo – isto é, sem complemento verbal – e explica a paixão de uma pessoa por outra, de um homem por uma mulher e vice-versa. Ao longo do tempo esse verbo intransitivo foi mudando sua coloração: houve um tempo que o namoro simplesmente não existia: ao nascer a menina era prometida a um garoto de outra família e, no momento que os pais concordassem, o casamento era realizado: sem namoro. 

No Egito, a namorada do filho é escolhida por sua mãe. Não raras vezes ele nem sabe de quem se trata, fica conhecendo a namorada por fotografia ou curriculum. Cabe à mãe fazer o contato. Eles só se conhecerão, fisicamente, no dia do casamento. 

Em outras ocasiões o namoro se resumia na troca de olhares, o casamento era marcado e pronto. O ato de “pegar na mão” da namorada implicava em compromisso com o casamento. Namorado nenhum dormia na casa da namorada e o inverso não era concebido de modo algum. Beijar-se, em público, era vergonhoso até para as famílias cujos filhos o fizessem.

Na linguagem popular, transar – embora o verbo namorar seja intransitivo – inconcebível: tal prática, somente depois de jurado o amor eterno à frente de um sacerdote ou outra autoridade religiosa.

E estes pequenos detalhes (pequenos?) diferenciavam o verbo ‘namorar’, de ontem, com o ‘namorar’ de hoje.

Agora, o interessante é que os costumes foram diametralmente modificados, a liberdade dela com ele e dele com ela se avolumou, mas o respeito mútuo, pelo menos aparentemente, continua como dantes.

O costume de hoje acende os semáforos das tantas avós que se preocupam tanto com suas netas. Deixaria nossas nonas rubicundas, com certeza. E a dupla sertaneja afinando a voz: É o Amooooor!

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!

 

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