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Domingo de Ramos

Por Archimedes Naspolini Filho 03/04/2020 - 10:40 Atualizado em 16/04/2020 - 10:41

Sextou, diriam os trabalhadores que têm, na sexta-feira, a porta para o final de semana e a geladinha indispensável à comemoração de mais uma etapa vencida.  Só que, hoje, sextar não representa absolutamente mais nada, haja vista o isolamento a que fomos induzidos, por conta dessa maldita praga que assola o mundo, chamada Covid-19. Nenhuma diferença entre sexta, terça, quinta, domingo: ficou tudo igual.

Mas eu quero falar, mesmo, é do domingo vindouro, depois de amanhã. Os cristãos celebraremos o Domingo de Ramos, porta da Semana Santa, festa móvel do cristianismo celebrada no domingo antes da Páscoa.

O Domingo de Ramos celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém e é preciso que nos lembremos de que, à época, as cidades eram cercadas e nelas se entrava por determinadas portas. Uma delas era a dourada e teria sido por ela que Cristo adentrara à maior cidade do Oriente Médio, montado em um jumento, e recebido pelo povo que Lhe acenava com folhas de palmeiras. Evidentemente que todos sabiam de Sua chegada: os próprios discípulos de Cristo teriam se encarregado de transmitir sua chegada àquela cidade. 

Aí ficamos nos perguntando por quê montado num jumento e não num cavalo?

É que, pela cultura oriental, o jumento é lembrado como um animal da paz, ao contrário do cavalo, que seria um animal de guerra. Segundo a tradição, quando o rei chegava montado num cavalo esta afirmando que queria guerrear.

Um dos evangelistas, contadores da história de Cristo, nos transmite que, ao ver a cidade, Jesus teria chorado, já prevendo o que O esperava.

A tradição nos traz, até hoje, a exibição de ramos folhas de palmeiras, em suas variadas espécies e tamanhos, para lembrar aquela entrada do Mestre na cidade que O executaria. 

Não há nenhuma orientação canônica determinando o tipo do ramo a ser exibido no cerimonial que lembra a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém.

Lembro de um costume muito divulgado entre os católicos da Região e intrinsicamente ligado ao Domingo de Ramos: ramos de oliveira e de outras plantas, assim como folhas de pequenas palmeiras eram levados, pelas famílias, para as comemorações sacras do Domingo de Ramos. Ali eram abençoadas, coletivamente, pelo sacerdote oficiante e, depois, levadas para casa onde eram guardadas com muito cuidado, geralmente dependuradas num cantinho de um cômodo qualquer. Na de meus pais, aqueles ramos eram fracionados e queimados nos momentos das grandes intempéries, acreditando-se que, a fumaça dele originada, diminuía e/ou afugentava os raios, tão comuns em tempestades. Como a fé remove montanhas...

Em algumas paróquias esses ramos são disponíveis à entrada do respectivo templo facilitando a exortação dos fiéis durante a cerimônia religiosa. Noutras, esses ramos são guardados e incinerados: colhidas as cinzas, estas são armazenadas para serem aplicadas na cerimônia da Quarta-Feira de Cinzas.

Depois de amanhã será Domingo de Ramos, dia de reflexão sobre a paixão e morte de Jesus Cristo e seu significado para os cristãos. Dia de reflexão sobre as consequências da praga que castiga a humanidade: o Covid-19.

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo. Bom dia!

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