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Crônica da Cidade

Por Archimedes Naspolini Filho 22/04/2020 - 12:15

Dou sequência, buscando na edição que circulou na semana de 4 a 11 de abril de 1964, do nosso saudoso semanário Tribuna Criciumense, os tópicos de publicações que dão um mergulho no passado e se transformam na Crônica da Cidade de hoje. A edição epigrafada foi a primeira, depois do espetacular 31 de março de 1964, cantado por uns, chorado por outros. Como venho falando, significativo espaço da edição em tela foi dedicado à derrubada de Jango. Na edição de ontem vimos as principais manchetes daquela semana.

Nos quartéis, a hierarquia era quebrada e marinheiros paralisavam suas ações para pressionar o governo na busca de melhorias e, até, na nomeação de seus chefes. O presidente, ao invés de tomar pulso firme na busca de solução, curvava-se à vontade dos subalternos chegando a mudar o ministro da Pasta, o que revoltou todo o comando superior da Marinha.

Tribuna Criciumense retratava, todavia, os acontecimentos que antecederam à derrubada de João Goulart como o comunicado da Agência Nacional, que, através de rede nacional de rádio e televisão, informava: “A nação pode permanecer tranquila. O governo federal manterá inatingíveis a unidade nacional, a ordem constitucional e os princípios democráticos e cristãos com que ele se inspira, pois conta com a fidelidade das forças armadas e com o patriotismo do povo brasileiro”. 

Neste meio tempo o povo procurava se inteirar dos acontecimentos, porém a única voz que se ouvia era a da Guanabara, da Rádio Mayrink Weiga, que, sabidamente, era ligada aos partidários do governo de Goulart. Rádios paulistas informavam que o governador Adhemar de Barros estava solidário com o movimento eclodido em Minas e o General Kruel tomado posição dizendo que as armas do II Exército estavam à disposição do General Mourão Filho.

Em Brasília o senador Áureo Soares de Moura Andrade manifestava-se sobre os acontecimentos e dizia que os atos desencadeados sobre a nação constituem uma grande agressão à Constituição Federal, que precisa ser repelida. A sorte da democracia, da federação e da República está, inarredavelmente, ligada pela Constituição, à sorte das Forças Armadas. A nação deve, pois, reunir-se em torno de suas Forças Armadas. Devemos exigir que se respeite a sua hierarquia e que não se subverta a sua disciplina.

E eu retornarei amanhã. Até lá amigos e um abraço do meu tamanho!

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