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As mudanças nas eleições

Por Archimedes Naspolini Filho 27/08/2020 - 10:16 Atualizado em 27/08/2020 - 16:06

Eleição é mudança. E ninguém entende mais de mudança do que a Lemos Mudanças. Faz isso há mais de 40 anos. Sabe tudo de mudanças. Mudanças, é com a Lemos Mudanças.

Estavam inscritos - para votar – 151 eleitores. Todos homens, alfabetizados. Todos maiores de 21 anos. Nenhum sacerdote, nenhum policial, nenhuma mulher. E é mentira afirmar que eram todos homens de posse, ricos! Não o eram, necessariamente! E isso tudo era da lei, da lei eleitoral de então.

A eleição se deu nas dependências do Clube Seis de Janeiro, na Praça Nereu Ramos. Numa sala, um dos mesários chamava o nome do eleitor inscrito. Este se apresentava e o presidente da Mesa coletora de votos perguntava em quem ele queria votar. O eleitor manifestava o seu desejo e o voto era registrado num livro e foi assim que se deu a primeira eleição para os cargos públicos do município de Criciúma. Isso remonta a dezembro de 1925.

Evidentemente que a chapa oficial era acatada pela quase unanimidade. Poucos – quando não nenhum – se aventurava em votar contra o sistema.

Daqueles 151 eleitores, nove deixaram de comparecer. Os restantes, 142, optaram por eleger Marcos Rovaris, prefeito, José Gaidzinski e Francisco Meller prefeitos adjuntos. À época prefeito era chamado de Superintendente e os vices, de superintendentes adjuntos. 

No mesmo pleito, foram escolhidos os cinco vereadores, chamados de conselheiros, pasmem: com o mesmo número de votos, 100 cada um, a saber: Fábio Thomaz da Silva, Gabriel Arns, Henrique Dal Sasso, Olivério Nuernberg e Pedro Benedet. Ficaram na suplência: João Zanette, João de Luca e Amaro Cardoso, cada um com 42 votos.

Isto demonstra que o acerto preliminar, feito nos bastidores, era honrado pela massa eleitora e que os líderes de então lideravam mesmo. Evidentemente que, num município em formação, ninguém se encorajava a remar contra o sistema. A população era pequena, todos se conheciam. E o número de eleitores era menor do que, hoje, os habitantes de um edifício de poucos pavimentos.

Evidentemente que, se a eleição fosse secreta, como o são atualmente, os resultados poderiam ter sido outros, mas a história nos conta de que foi assim que aconteceram aquelas feitas em 1925.

De lá para cá mudou muita coisa. Basicamente, a introdução da cédula, já democratizou um pouco mais as escolhas. Veio o voto da mulher. Veio o voto do clérigo. Veio o voto do policial. A idade deixou de ser 21 anos para ser 18 e, agora, 16 anos. Analfabeto já vota, também. A cédula, que fora individual, passou a ser única e o voto teve que ser escrito, por nome ou por número do candidato. Vieram as corruptelas do voto carbonado, do voto formiguinha, do voto camarão, do voto sei lá do quê, tudo no sentido de eleger quem o partido forte queria.

As apurações, que levavam dias para serem concluídas – nas quais foram eleitos muitos candidatos, por ação de mesários desonestos - passaram a ser instantâneas, com o advento da urna eletrônica. Demos um passo gigante na direção da democratização da escolha de nossos governantes.

Falta fazer duas correções: primeiro: Acabar com o Fundo Eleitoral, esse escandaloso sistema pagador de campanhas eleitorais com o dinheiro do povo. Segundo: acabar com o sistema da reeleição. São duas aberrações que o Brasil moderno não pode mais aturar. Não sei qual o pior, mas os dois nefastos à democracia aqui praticada.

Não tem dinheiro para bancar sua eleição? Não se candidate!
Reeleição da maneira como se pratica, hoje, aqui e algures, é covardia. As armas do duelo precisam ser uniformes. Armar um contendor com pistola automática contra o outro com um arcabuz é pura covardia.

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!

 

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