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A praça Nereu sem o Filhinho

Por Archimedes Naspolini Filho 02/06/2020 - 11:13 Atualizado em 02/06/2020 - 11:19

Ontem cumpri agenda em nossa cidade. Das 8h às 21h eu não parei, a não ser para o almoço, evidentemente. Comecei cedo sentando-me à cadeira do barbeiro Edi, profissional que eu não via há três meses. Já não eram cabelos longos, era uma senhora cabeleira que dificultava fixar o chapéu à cabeça. Aliás, a cabeça já é grande, e com aquela generosa cabeleira tornava-se ainda maior.

Depois fui atender aos demais compromissos, ora de 99, ora de Uber, ora a pé. Entre uns e outros, passava por nosso fantástico cartão postal, a Praça Nereu Ramos. Eita, praça bonita! São poucas as cidades brasileiras com o privilégio de exibir um logradouro público tão bonito quanto a nossa Nereu Ramos.

Ali, na Nereu, há pontos referenciais muito conhecidos como a Catedral Diocesana, a Casa da Cultura, nossa antiga prefeitura, o Monumento ao Mineiro, assim como foram Café Rio e Café São Paulo. Mais recentemente, o Bar do Magagnin e aquele pequeno quiosque, ao lado do ponto de táxi, onde os terceiranistas se reúnem todos os dias, apelidado o quiosque de antesala do crematório.

Quantas histórias essa praça Nereu já contou. Quantas histórias essa praça Nereu está contando. E certamente, quantas histórias a praça Nereu contará.

Desde que ali tivemos o primeiro campo de futebol de Criciúma, onde jogava o nosso primeiro time, o Mampituba Futebol Clube, até hoje ela sempre foi o epicentro dos acontecimentos da cidade. Gente de todas as procedências, de todas as camadas sociais, de todas as idades e ideologias, de todos os gêneros, de todas as raças, de todas as crenças, de todas as origens por ela trafegam e nela têm o seu ponto de encontro.

E de repente a saudade. Não vi uma figura que nela se notabilizou a vida inteira. Quisesse falar com o Filhinho era só ir à praça Nereu Ramos. Só não marcou presença ali quando fora da cidade ou por obediência à quarentena que fomos obrigados a cumprir.

Não vi o Filhinho. Ele não foi à praça. Não o vi pois ele partiu, deixando uma cadeira vazia na antesala do Crematório e em frente ao Café do Magagnin. Era uma presença constante e marcante. Sempre rodeado por muitas pessoas que digeriam as histórias por ele vividas e por ele agora contadas, nesse logradouro, ali na praça.

Deixou uma lacuna que dificilmente será preenchida. Que pena que o Filhinho foi embora. Que pena que a Nereu Ramos perdeu o Filhinho. Que pena.

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo. Bom dia!

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