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A inimigos não se mandam flores

Por Archimedes Naspolini Filho 29/04/2020 - 19:19 Atualizado em 29/04/2020 - 19:22

A inimigos não se mandam flores!

Uma perguntinha que não quer calar: olhando para trás, quantos Juízes, ministros, deputados, senadores, jurisconsultos, jornalistas, jornais, emissoras de rádio e televisão, etc e tal, criticaram Michel Temer por ele ter indicado o seu amigo Alexandre de Moraes para ocupar uma cadeira vitalícia do Supremo Tribunal Federal? Quantos? Quem? Quando? Aonde?

E quantas vozes foram ouvidas contra a presidente Dilma Rousseff, por ter proposto o nome da sua amiga Rosa Webber, e do seu amigo Luiz Fuks, ambos em 2011, do seu amigo Luiz Roberto Barroso, em 2013, e de Edson Fachin, em 2015, para a mesma Corte?

Alguém que me ouve ouviu alguma crítica ao presidente Lula por ter indicado e nomeado Carmen Lucia e Ricardo Lewandowski, ambos amigos da corte, e ambos em 2006? E a indicação e nomeação, por Lula, de Dias Toffoli, em 2009, cujo predicado maior, no seu curriculum, era ter sido advogado do Diretório Nacional do PT? Quem ouviu alguma crítica, algum pedido de impugnação?

E eu poderia continuar nomeando e perguntando acerca das nomeações havidas desde Sarney, passando por Collor e Fernando Henrique Cardoso. Nunca, em nenhuma oportunidade, tais nomeações foram questionadas.

Hoje questiona-se a indicação do ministro da Justiça e do Diretor Geral da Polícia Federal porque ambos são amigos do presidente Jair Bolsonaro.
Mas como é que é: dois pesos e duas medidas?

E os ministros das equipes de Sarney, de Collor, de FHC, de Lula, de Dilma e de Temer não eram amigos de cada presidente, ao seu tempo? Quem não o era? E quem foi questionado?
Então para eles podia e para Bolsonaro é nomear para se auto blindar? 
E fazem questão de assinalar, quando noticiam as nomeações: amigos de Bolsonaro.

Mas escuta: seria normal nomear inimigo para tão importantes funções?

Meu caro ouvinte: se não deixarmos o homem trabalhar e os ministros mostrarem suas competências, não podemos cometer essa injustiça de fazer a crítica tão somente porque são amigos da família do Presidente

Em novembro Celso Mello, o decano da suprema corte, deixará o STF e caberá ao presidente Bolsonaro indicar o seu substituto. Será que habita a massa encefálica de algum mortal que ele indicará um advogado inimigo dele ou da família dele, por exemplo, o advogado que defendeu o criminoso que lhe deu uma facada em Juiz de Fora?

Ora, ora, a inimigos não se mandam flores.

Sem sabermos da competência de gestão pública de André Mendonça, no ministério da Justiça, e de Alexandre Ramagem, na direção da Polícia Federal, estaremos sendo injustos se, graciosamente, os criticarmos. Se for pecado ser amigo da família do Presidente, Julia Zanatta está no limbo!

 

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