A audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasilia, sobre a passagem da Br 101 pelo Morro dos Cavalos teve uma parte boa, e outra muito ruim.
O Ibama disse que a licença ambiental não é problema, a CCR garantiu que está a disposição para negociar a execução da obra, e o Tribunal de Contas deixou claro que está inclinado a dar o "de acordo" para agilizar o processo. Foi a parte boa.
Mas, quando a representante do Ministério dos Transportes, Viviane Esse, se manifestou, foi uma ducha de água gelada.
"Não sei, não tem, pode ser, tem que esperar", foi mais ou menos o que ela disse, todo o tempo.
Viviane Esse, que é secretária nacional de transporte rodoviário do Ministério, deu a entender que está tudo como estava no início do ano. Nada andou, nada mudou. Pelo menos no Ministério.
Foi solicitado levantamento de custos, e mais estudos, avaliações, mas sem prazo para entrega, e sem previsão.
Depois de muita pressão, Viviane Esse prometeu um cronograma em até sete dias.
Tudo bem diferente do que disse o ministro Renan Filho, quando esteve em Santa Catarina, logo depois da tragédia do dia 6 de anril deste ano, no Morro dos Cavalos, quando três carretas e 21 carros de passeio foram queimados.
O ministro prometeu "prioridade"para resolver a passagem pelo Morro dos Cavalos.
Faltava definir o que fazer, e quem fazer.
E hoje, seis meses depois, falta o mesmo - o que fazer (túneis, tunel ou contorno) e quem vai fazer (qual concessionária, ou se o próprio Governo Federal).
Neste tempo, fizeram briga politica em torno do assunto, tiroteio pelas redes sociais (entre Ministro e Governador), e uma infinidade de reuniões.
O ministro Renan criou expectativas, mas saiu do assunto. Não participou das últimas reuniões.
Pelo que se viu, e ouviu, na audiência pública, só tem uma saída - ir direto no Presidente da República.
Se ele não for convencido da importância do assunto, que Morro dos Cavalos é prioridade para toda Santa Catarina, e colocar a mão, não vai sair.
O "andar de baixo" está sentado em cima do assunto!
O sentimento no final da audiência pública era de indignação.
Falei sobre isso no comentário abaixo, feito na rádio Som Maior, programa Ponto Final.