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David Coimbra. Gaúcho, criciumense e craque

Por Adelor Lessa Edição 25/03/2022
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Nos meus 40 e poucos anos de profissão, convivi com grandes jornalistas. David Coimbra, sem dúvida, puxa a lista.

Gaúcho de Porto Alegre, filho da dona Diva, criado do IAPI, chegou em Criciúma em 1985 recém formado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica).
Foi recrutado pela RBS para trabalhar no Diário Catarinense. Já chegou escalado para setorista do Criciúma.

O seu compromisso era escrever diariamente sobre o dia a dia do Criciúma. Mas, não se aceitou fazer só isso.
Acabou revolucionando o jeito de fazer o "setor".
Inteligente, culto, passou a fazer crônicas, misturando com o futebol.

Escreveu sobre a “gordinha da padaria”, e no final fez uma relação com o time, incluindo uma informação nova.
Assim era seu estilo. Foi um sucesso.
E por causa dele, o Diário acabou abrindo espaços para cronistas por “praça”.

David sempre foi bom de conversa, simpático, fraterno, um gentleman.
Em pouco tempo, dois meses talvez, estava apaixonado por Criciúma. E Criciúma por ele.

Ele morou até hoje em três cidades apenas. Criciúma, Porto Alegre e Boston (Estados Unidos). Mas é tão ligado a Criciúma que diz que sonha em voltar a morar na cidade.

Depois do Diário Catarinense, David trabalhou em Criciúma na Rádio Eldorado, Jornal da Manhã, sucursal do Jornal de Santa Catarina e TV Eldorado. 

Só não trabalhei com ele no Diário.
Com o tempo, foi mais que um bom companheiro. Virou amigo irmão.

Foi fundador e líder do Abraço, um time de futebol de jornalistas.
Ele, elegante, jogava no meio, estilo Paulo Falcão.
Eu, jogava atrás, de zagueiro, do tipo que não "poupava" nem a sombra.
Na foto, ainda jovens, estamos indo para uma “apresentação" na Capital.

Depois de cada jogo, a melhor parte. A resenha.
Era maravilhoso sentar com ele para jogar conversa fora. Não tinha papo chato. Nunca.

Quando saiu daqui, estava um jornalista completo, e um escritor competente.
Na volta ao Rio Grande do Sul, ganhou 10 prêmios ARI de Jornalismo (concedido pela Associação Riograndense de Imprensa), o prêmio Esso Regional Sul e o prêmio Direitos Humanos de Reportagem. 

Voltou à Criciúma para implantar a programação 100% jornalismo da Rádio Eldorado. Foi um divisor de águas na mídia de Criciúma.
Era ético, profissional, sério até a medula.
Um dia, estava decidido a desligar um comentarista de futebol.
Como jornalista, e boa gente, isso fazia muito mal para ele. Mas, era preciso.

Me chamou para conversar a respeito. Tinha jogo do Criciúma naquela noite. Pretendia fazer o desligamento no dia seguinte, pela manhã.

Até que depois do jogo, um dirigente do Criciúma foi para a entrevista coletiva e abriu as baterias contra aquele comentarista.
Disse, inclusive, que iria no dia seguinte ao Dilor Freitas, dono da rádio, para pedir a sua demissão.
David olhou para mim, e anunciou: 
“acabou de preservar o emprego dele (o comentarista)”.

Se mantivesse o programado, demitindo o profissional, até a mãe do David ficaria convencida que foi o cartola do Criciúma que decepou a sua cabeça.
E a sua autoridade teria ido às cucuias.

Cumprida a missão na Rádio Eldorado, voltou para Porto Alegre, onde faz carreira brilhante na RBS.

Foi editor executivo de esportes, trabalhou em Copas do Mundo, é uma das estrelas do microfone poderoso da Rádio Gaúcha, está na RBS TV e escreve as suas colunas deliciosas em ZH. Que são a cada dia melhores.

David Wagner Coimbra.
Também guerreiro, forte, que não se entrega diante das adversidades. Sejam quais forem, e qual gravidade.

Em 2013, veio a Criciúma para o aniversário do Ricardo Fabris, que antes de político é jornalista, e foi seu companheiro de trabalho.
Estava mal de saúde. Sofria com um câncer que estava se espalhando pelo corpo.

Dias depois, se mudou para Boston, Estados Unidos, para se tratar, aceitando ser cobaia de um tratamento experimental.
De lá, seguiu atuando no Grupo RBS como colunista de Zero Hora, e apresentador de dois programas na Rádio Gaúcha.
Voltou ao Brasil, e para Porto Alegre, em fevereiro de 2020. Onde está. Na ativa. Encantando gaúchos e brasileiros.

Cada vez que vou a Porto Alegre, faço questão de dizer, com orgulho incontido, “peito empolado”, que sou amigo do David, que já trabalhamos juntos.

E quase que diariamente, eu lhe dou audiência na Gaúcha e leio suas “obras” na ZH. 

E saber que ele começou profissionalmente aqui, entre nós.
Aquele menino franzino, tímido, virou tudo isso.

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