O Aeroporto Regional Sul Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna, chegou aos 10 anos de operação. Desde a sua inauguração, em 27 de abril de 2015, o terminal desempenha um papel importante no desenvolvimento econômico do Sul de Santa Catarina, atendendo cerca de 900 mil habitantes e abrangenndo 48 cidades, entre elas Criciúma, Tubarão e Araranguá.
O movimento que tornou o aeroporto uma realidade
A história do Aeroporto de Jaguaruna começou muito antes da inauguração. No início dos anos 2000, o Sul catarinense enfrentava limitações com os aeroportos da região, e a necessidade de um novo terminal se tornava cada vez mais evidente. Foi a Associação Empresarial de Criciúma (Acic), sob a liderança do então presidente Álvaro Arns, que tomou a frente dessa discussão e iniciou o movimento pela construção do novo aeroporto. A mobilização gerou apoio político e econômico, resultando na elaboração do projeto e na aprovação dos recursos necessários para sua implementação.

Em 2006, foi concluída a pista de pouso e decolagem, ainda sem o terminal de passageiros. Apenas em 2010 o terminal foi inaugurado, e finalmente, em 27 de abril de 2015, o Aeroporto de Jaguaruna iniciou suas operações comerciais, com voos regulares para São Paulo, marcando um novo capítulo para o transporte aéreo da região.
Imagens: Nei Manique
A importância do aeroporto para o Sul catarinense
Dados da Secretaria de Portos e Aeroporto de Santa Catarina, apontam em 2024, o Aeroporto de Jaguaruna (Humberto Ghizzo Bortoluzzi) registrou um aumento no movimento de passageiros e cargas, com 65 mil passageiros no primeiro semestre, representando um crescimento de 19,9% em relação ao mesmo período de 2023.
Além de facilitar o transporte de passageiros, o Aeroporto de Jaguaruna desempenha um papel essencial no desenvolvimento da infraestrutura logística de Santa Catarina, sendo uma alternativa estratégica aos aeroportos de Florianópolis e Porto Alegre. Com uma pista de 2.499 metros, capaz de receber aeronaves como o Boeing 737 e o Airbus A320. Em 2023, o aeroporto movimentou 133,4 mil passageiros, o segundo melhor resultado desde sua abertura. "O aeroporto é motivo de orgulho para nós. Ele impulsiona o desenvolvimento não apenas de Jaguaruna, mas de todo o Sul de Santa Catarina", comentou o prefeito de Jguaruna, Laerte Silva.
Expansão da malha aérea e novos investimentos
Para os próximos anos, a expectativa é de modernização e ampliação da estrutura. Em novembro de 2024, o Governo de Santa Catarina concretizou a primeira parceria público-privada (PPP) da história do estado, concedendo a operação do aeroporto ao Consórcio Aeroportuário Regional Sul, formado pelas empresas RDL e Planaterra, pelos próximos 30 anos. O investimento estimado no projeto ao longo desse período poderá chegar a mais de R$ 70 milhões, contemplando melhorias operacionais e de infraestrutura, como a ampliação e reforma do terminal de passageiros e adequação das pistas. "Assumimos o compromisso de investir em infraestrutura, conforto e segurança, tornando Jaguaruna referência em aviação regional no Brasil", afirmou Anderson Cardoso, diretor da RDL Aeroportos.
A LATAM, que já opera voos regulares para São Paulo (Guarulhos), anunciou recentemente a ampliação de sua malha aérea em Jaguaruna. A partir de junho de 2025, o número de voos semanais passará de sete para dez, e em outubro, serão 12 frequências semanais. A diretora de vendas e marketing da LATAM Brasil, Aline Mafra, afirmou: “Essa ampliação é resultado da confiança no potencial do aeroporto e no crescimento da demanda da região. Jaguaruna é estratégica para a nossa operação no Sul de Santa Catarina”.
O secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, Beto Martins, também destacou a importância da conectividade com São Paulo, tanto para o setor produtivo quanto para o turismo. "Ter voos diários para São Paulo é uma necessidade para o setor produtivo. E para o turismo, é uma oportunidade de crescimento que estamos potencializando", ressaltou Martins.
Aeroporto ainda está longe de atingir seu pleno potencial, avalia presidente da Acic
Embora tenha impulsionado o crescimento regional, o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Franke Hobold, destaca que o aeroporto ainda está longe de atingir seu pleno potencial. "Hoje, depois de 10 anos, o aeroporto ainda é tímido para uma região que tem praticamente um milhão de pessoas ao seu redor. Essa movimentação precisa ser incrementada, e isso depende de nós, da população e das empresas da região", afirmou Hobold. Ele defende que a ocupação dos voos é fundamental para garantir a ampliação da malha aérea e atrair novos investimentos.
Hobold acredita que a concessão do terminal à iniciativa privada pode impulsionar a movimentação, trazendo novos negócios para o entorno, como aconteceu em Florianópolis. Ele também reforçou que o aeroporto deve atender tanto o transporte de passageiros quanto de cargas e a aviação executiva.
Imagem: Sophia Rabelo/Portal 4oito