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Qual o limite da tecnologia para crianças?

Psicóloga explica os perigos do uso excessivo da tecnologia pelos pequenos
Por Clara Floriano Criciúma - SC, 15/10/2017 - 19:22

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Hoje em dia é muito comum que mesmo crianças de pouca idade tenham acesso fácil a tecnologia. Esta pode ser usadas tanto para lazer, quando na educação dos pequenos. Mas o uso de celulares, tablets e computadores por crianças deve ser dosado, afinal, tudo em excesso faz mal.

De acordo com a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Unesc, Karin Martins Gomes, o contato da criança com a tecnologia começa pelo núcleo familiar. “Com a chegada da criança a gente precisa rever alguns conceitos. A criança vai fazer aquilo que os pais fazem, ela vai imitar. Então não adianta o pai chegar em casa, dar oi para o filho e ir pegar o celular para ver o que está acontecendo no mundo digital, porque a criança vai seguir esse caminho”, esclareceu.

Segundo a psicóloga, há pouco tempo atrás a Sociedade Brasileira de Pediatria preconizava que antes dos dois anos não era para a criança mexer com aparelhos tecnológicos, mas isso vem mudando nos últimos anos.

“Isso porque o mundo está mudando e a gente não tem muitas vezes como fazer com que a criança antes dos dois anos não tenha contato, pois no ambiente dele ele está inserido na tecnologia. Então é muito difícil para a gente dizer para a criança antes dos dois não estar envolvida com esses tipos de aparelhos”, explicou.

Atualmente a idade certa não é mais a discussão, mas o foco de estudos e pesquisas é hoje a forma com que essa criança vai lidar com a tecnologia. “Tudo tem que ter limites. Crianças precisam e devem ter limites. O limite serve para frustração. Se a criança não aprende a lidar com o limite e frustração, como é que ela vai conseguir viver em sociedade? Tudo ela ai querer e vai querer para agora, ela não vai conseguir esperar”, expos a psicóloga.

Para a criança entre zero e três anos de idade, a presença dos pais e a conversação é fundamental, pois faz com que ela cresça, desenvolva bem a linguagem e saiba identificar emoções e comportamentos.

 “Então não adianta colocar ela lidar com tecnologia, pois ela não desenvolve a linguagem, pelo contrário, é através do contato, da interação social. A gente precisa ter isso bem claro, a criança de zero a três anos a gente tem que preconizar a brincadeira do concreto, do simbólico, do estar junto”, esclareceu Karin.

A psicóloga alerta, é perigoso usar a tecnologia para acalmar a criança. “É perigoso, porque a gente acaba ultrapassando o limite do que a criança aprendeu sobre frustração. Ela vai voltar a chorar para pedir. Porque na cabecinha da criança ela vai pensar: Se eu chorei, eu ganhei. Se eu chorar de novo, vou ganhar de novo”, revelou.

Para pais que trabalham em casa e com tecnologia, a psicóloga indica que precisam dosar o tempo de uso. “A gente tem que negociar. O pai precisar tem um limite, a criança precisa saber que o pai tem e que ela também tem. Quando ele é maiorzinho, sempre tem que ter os aparelhos próximos aos adultos para ver o que essa criança está fazendo, o que ela está vendo e se aquilo é apropriado para a idade dela”, contou.

Karin diz ainda que os pais devem ficar a par do que os filhos estão fazendo até os 18 anos. “A gente, enquanto responsáveis pela criança e pelo adolescente, é que vai cuidar e a gente é que vai dizer o que qual o caminho certo e qual o caminho errado. Se a gente deixa livre, como ele vai fazer a escolha quando adulto”, explicou.

A psicóloga conta que o pai pode ser amigo, mas tem que entender a diferença. “Amigo geralmente deixa fazer tudo, o pai não. Porque eu preciso de responsabilidade e preciso fazer com que aquela criança ou aquele adulto tenha responsabilidade”, esclareceu.

Segundo Karin, nem todas as crianças que tem contato com aparelhos eletrônicos cedo desenvolvem transtornos, mas estes transtornos existem e os pais devem ficar bastante atentos a isso.

“E isso a gente tem que cuidar, porque a criança pode até acabar mentindo sobre quanto tempo fez uso das tecnologias. Porque o pai não sabendo ela vai estar burlando regras. A gente precisa ficar atento, se a criança não quiser mais brincar, não quiser ir para a escola, começa a mentir, isso é um vício”, explicou.

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