Muitas são as especulações em torno de tratamentos que vão curar a Covid-19 e dar tranquilidade ao mundo todo. O último deles é o teste com anticoagulantes, principalmente em países da Europa, mas que já é realizado também no Brasil.
O uso iniciou depois que estudos da Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong, em Wuhan, na China, onde o coronavírus surgiu, descreveram que mais de 70% dos mortos por Covid-19 apresentavam evidências de coágulos nos vasos sanguíneos.
A terapia passou a ser utilizada em alguns casos mais graves porque, nesses pacientes, há evidências de que ajude a desfazer coágulos formados nos micro vasos sanguíneos que irrigam o pulmão e outros órgãos vitais.
Em entrevista ao programa Adelor Lessa, da rádio Som Maior, o pneumologista, Renato Matos salientou que o tratamento não é novidade. “Já sabemos que o coronavírus tem três áreas que atinge com maior intensidade. Ele provoca a pneumonia, existe a lesão pulmonar. A tomografia chama atenção para isso e existe um aumento da coagulabilidade sanguínea. A trombose realmente é uma situação que acontece com frequência e o que chamamos de tempestade inflamatória. Na busca pela destruição do vírus, o organismo lança mão de todo o seu sistema imunológico e com esta tempestade inflamatória há a liberação de um grande número de substâncias que, além e tentar matar o vírus, acaba trazendo lesão ao organismo da pessoa”, explicou.
Ele enfatizou ainda que a alteração da coagulabilidade não é novidade. “Hoje, no Brasil nós temos diversos protocolos, praticamente todos os hospitais que trabalham com a Covid-19 já fazem este tipo de tratamento. Existem alguns marcadores de coagulação e, de acordo com os níveis, se faz a anticoagulação mais intensa ou menos intensa. Não se faz anticoagulação em todo mundo porque existem riscos de sangramento. Existem várias situações que devem ser analisadas”, alertou.
Matos fala que a utilização dos anticoagulantes não vai mudar o curso da doença, mas é uma descoberta a mais. “A ciência precisa de um tempo a mais para entender melhor a situação e oferecer os melhores remédios possíveis. A cloroquina hoje tem como efeito ruim, se é que tem algum efeito. Acabou a febre da cloroquina que no começo quem falasse contra estava falando contra a segurança nacional. Ainda estamos esperando um trabalho com mais dados, não está totalmente afastada como possibilidade (a cloroquina) de tratamento, mas muito longe do falado no início”, finaliza.
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