Em 22 de outubro de 1890 a empresa norte-americana Ângelo Fiorita & Cia, com sede no Rio de Janeiro, celebrou um contrato com a União comprometendo-se a desenvolver um projeto agrário para 20 povoações em vários estados. Para o sul de Santa Catarina foi nomeado como diretor o siciliano Michele Napoli. Em junho de 1891 a empresa Ângelo Fiorita & Cia cedeu os direitos para a Companhia Metropolitana, que ficou efetivamente responsável pela colonização da área. Foi criada então a Colônia Nova Veneza, a primeira do Brasil-República. Iniciou as suas atividades com cinco núcleos: Nova Veneza - a sede da colônia - Nova Belluno, Nova Treviso, Jordão e Belvedere. Esta ampla região compreende atualmente os municípios de Nova Veneza, Siderópolis, Treviso e regiões de Criciúma, Cocal do Sul, Urussanga e Forquilhinha.
Os nossos antepassados emigraram para o Brasil em situação de grave penúria, motivada pela grande instabilidade política, religiosa e econômica. As lutas pela unificação da Itália, a perda do poder temporal da Igreja e a mecanização, com o consequente desemprego e empobrecimento da população, foram importantes fatores da imigração, principalmente do norte da Itália, principal teatro de operações das batalhas contra o Império Austro-hungaro. Aqui “I nostri antenati” enfrentaram toda a sorte de problemas, transformando-se em autênticos desbravadores. Com a força de seus braços, a criatividade e a ousadia empresarial, forneceram o arcabouço para o enorme crescimento econômico e material de nossa região.
A gastronomia, a dança folclórica, o canto coral e a música instrumental contribuíram sobremaneira na preservação das tradições. Devemos portanto louvar a atitude da Câmara de Vereadores de Nova Veneza, que sob o comando do seu presidente Elton Nuernberg prestou uma honrosa homenagem às entidades que bravamente - lutando muitas vezes com grandes dificuldades - mantiveram a italianidade.
A sessão solene comemorando os 134 anos da Colônia Nova Veneza ocorreu na noite de sexta-feira, 30 de outubro, em belo cerimonial conduzido com a competência habitual por João Paulo Messer. O público presente que superlotou o auditório da câmara foi recepcionado pelo presidente Elton Nuernberg, a prefeita Ângela Ghislandi e o vice-prefeito Edésio Spilere. Várias autoridades civis e militares se fizeram presentes, prestigiando o evento. A enorme tela do importante pintor Pedro Weingartner, retratando Nova Veneza em 1893, abrilhantou a cerimônia e serviu de pano de fundo para as sessões de fotos. No encerramento Márcio Fumagalli, Conselheiro do Consulado Italiano do Paraná e Santa Catarina e “Cavaliere della Repubblica Italiana”, discursou agradecendo em nome dos seguintes homenageados:
- Circolo Vicentino de Nova Veneza e Região
- COMVESC
- Coral do Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio
- Coral Infanto juvenil Os Pequenos Peregrinos
- Coral Peregrinos da Montanha
- Coral São Marcos
- Grupo Folclórico Ítalo-Brasileiro de Nova Veneza
- Grupo Musical Eco di Venécia
- Grupo Musical Roba da Ciodi
- Grupo Fogletin della Montagna
No final da cerimônia foi exibido o escudo com o Emblema da Agencia Consular de Nova Veneza, enviada da Itália no reinado de Vitorio Emanuelle III.
Meu avô Mário Gorini, o primeiro Agente Consular de Nova Veneza, recebeu o escudo em 1940.
Enfim, uma noite maravilhosa na capital da Gastronomia típica italiana.
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