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134 anos da Imigração em Nova Veneza

Por Benito Gorini 07/11/2025 - 09:15 Atualizado há 1 hora

Em 22 de outubro de 1890 a empresa norte-americana Ângelo Fiorita & Cia, com sede no Rio de Janeiro, celebrou um contrato  com a União  comprometendo-se a desenvolver um projeto agrário para 20 povoações em vários estados. Para o sul de  Santa Catarina foi nomeado como diretor o  siciliano Michele  Napoli. Em junho de 1891 a empresa  Ângelo Fiorita & Cia cedeu os direitos para a Companhia Metropolitana, que ficou efetivamente responsável pela colonização da área.   Foi criada então  a Colônia Nova Veneza, a primeira do Brasil-República. Iniciou  as suas atividades com cinco núcleos: Nova Veneza - a sede da colônia - Nova Belluno,  Nova Treviso, Jordão e  Belvedere. Esta ampla região compreende atualmente  os municípios de Nova Veneza, Siderópolis, Treviso  e regiões de Criciúma, Cocal do Sul, Urussanga e Forquilhinha. 

Os nossos  antepassados emigraram para o Brasil em situação de grave penúria, motivada pela grande instabilidade política, religiosa e econômica. As lutas pela unificação da Itália, a perda do poder temporal da Igreja e a mecanização, com o consequente desemprego e empobrecimento da população,  foram importantes fatores da imigração, principalmente do norte da Itália, principal teatro  de operações das batalhas contra o Império Austro-hungaro.   Aqui “I nostri antenati” enfrentaram toda a sorte de problemas, transformando-se em autênticos desbravadores. Com a força de seus braços, a criatividade e a ousadia empresarial, forneceram o arcabouço para o enorme crescimento econômico e material de nossa região.

A gastronomia, a dança folclórica, o canto coral e  a música instrumental contribuíram sobremaneira na preservação das tradições. Devemos portanto louvar a atitude da Câmara de Vereadores de Nova Veneza, que sob o comando do seu presidente Elton Nuernberg prestou uma honrosa homenagem às entidades que bravamente - lutando muitas vezes com grandes dificuldades - mantiveram a italianidade.

A sessão solene comemorando os 134 anos da Colônia Nova Veneza ocorreu na noite de sexta-feira,   30 de outubro, em belo cerimonial conduzido com a competência habitual por João Paulo Messer. O público  presente que superlotou o auditório da câmara foi recepcionado pelo  presidente Elton Nuernberg,  a prefeita Ângela Ghislandi e o vice-prefeito Edésio Spilere.  Várias autoridades civis e militares se fizeram presentes, prestigiando o evento. A enorme tela do importante pintor Pedro Weingartner, retratando Nova Veneza em 1893, abrilhantou a cerimônia e serviu de pano de fundo para as sessões de fotos. No encerramento Márcio Fumagalli,  Conselheiro do Consulado Italiano do Paraná e Santa Catarina  e “Cavaliere della Repubblica Italiana”, discursou agradecendo em nome dos seguintes homenageados:

  • Circolo Vicentino de Nova Veneza e Região
  • COMVESC
  • Coral do Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio
  • Coral Infanto juvenil Os Pequenos Peregrinos
  • Coral Peregrinos da Montanha
  • Coral São Marcos
  • Grupo Folclórico Ítalo-Brasileiro de Nova Veneza
  • Grupo Musical Eco di Venécia
  • Grupo Musical Roba da Ciodi
  • Grupo Fogletin della Montagna

No final da cerimônia foi exibido o escudo com o Emblema da Agencia Consular de Nova Veneza, enviada da Itália no reinado de Vitorio Emanuelle III.

Meu avô Mário Gorini, o primeiro Agente Consular de Nova Veneza,  recebeu o escudo em 1940.

Enfim, uma noite maravilhosa na capital da Gastronomia típica italiana.

Planta da Colônia Nova Veneza | Encarte do livro História de Nova Veneza, de Zulmar Bortolotto
Aroldo Frigo Júnior, Agente Consular de Nova Veneza, Márcio Fumagalli, Conselheiro do Consulado Italiano do Paraná e Santa Catarina, Norma Maria Da Rui, Agente Consular Honorária da Itália em Blumenau e o colunista | Foto cedida por Aroldo Frigo Júnior
Documento original de 1940  assinado por Oswaldo Aranha, Ministro das Relações Exteriores nomeando Mário Gorini como Agente Consular de Nova Veneza | Foto: Arquivo pessoal
Tela de Pedro Weingartner na Prefeitura de Nova Veneza, retratando a cidade em 1893. | Arquivo pessoal

 

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