Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
DEIXE AQUI SEU PALPITE PARA O JOGO DO CRICIÚMA!

Exportações do Sul catarinense ganham força e ampliam alcance global

Observatório da Unesc aponta protagonismo de municípios com forte infraestrutura logística

Por Redação Criciúma, 29/05/2025 - 15:31 Atualizado em 29/05/2025 - 15:39
Foto: Arquivo/4oito
Foto: Arquivo/4oito

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

Estudo realizado pelo Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e Inovação da Unesc revela que entre abril de 2024 e abril de 2025, as exportações da região Sul de Santa Catarina apresentaram variações que refletem oscilações sazonais, mudanças na demanda externa e instabilidades econômicas globais. O pico de exportações no período foi registrado em novembro do ano passado, impulsionado por fatores cíclicos, enquanto julho de 2024 e janeiro de 2025 tiveram os menores volumes.

O levantamento aponta que, apesar de apresentar sinais de diversificação, o Sul de Santa Catarina ainda mantém forte concentração em produtos agroindustriais e de base, com grande dependência de insumos importados. Municípios com estrutura logística e industrial destacam-se, tanto nas exportações, quanto nas importações, revelando os desafios e oportunidades da inserção regional no comércio internacional.

O principal destaque da exportação foram as sementes e frutos oleaginosos, com US$ 24,5 milhões exportados, seguidos por cereais (US$ 8,7 milhões) e reatores nucleares, caldeiras e máquinas (US$ 8,5 milhões), indicando uma leve diversificação da indústria. Produtos cerâmicos (US$ 8,4 milhões) e tabaco e seus equivalentes (US$ 7,8 milhões) também aparecem como relevantes.

O  economista e professor do curso de Ciências Econômicas e do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e Inovação, Igor Martello Olsson, explica que a oscilação é decorrente de uma combinação de fatores. "Por exemplo, a influência da sazonalidade na produção e na demanda internacional, a variações no câmbio e as mudanças no cenário geopolítico global", aponta.

Concentração geográfica

A análise da Unesc mostra que as exportações da região Sul de Santa Catarina são lideradas por Imbituba (US$ 36,3 milhões), Criciúma (US$ 12,5 milhões) e Forquilhinha (US$ 4,3 milhões). Esses municípios se destacam pela infraestrutura logística, presença de indústrias consolidadas e, no caso de Imbituba, pela atuação do porto. Outras cidades com valores expressivos são Cocal do Sul (US$ 4,2 milhões), Içara (US$ 5,3 milhões) e Araranguá (US$ 9,6 milhões). 

Liderança das importações

No campo das importações, o comportamento foi consistente em níveis elevados, com destaque para janeiro de 2025, quando a região importou US$ 112,1 milhões, o maior valor mensal do período. O menor volume importado foi em maio de 2024, com US$ 81,4 milhões, o que coincidiu com um dos maiores superávits comerciais.

Criciúma lidera as importações, com US$ 41 milhões, o que, conforme o Observatório, reflete a forte base industrial e dependência de insumos externos. Imbituba aparece em seguida, com US$ 26,2 milhões, que reforça o papel logístico estratégico. Neste cenário, Içara, Forquilhinha e Tubarão também aparecem como polos relevantes.

Os principais produtos importados foram plásticos e derivados, máquinas e reatores industriais, produtos químicos inorgânicos, alumínio e combustíveis minerais, que sinalizam a demanda por insumos industriais de transformação.

"Efetivamente, percebe-se que o fluxo de exportação faz referência a produtos provenientes das atividades do agronegócio e da indústria de base, enquanto a importação tem como foco insumos para os setores químico, metalmecânico e agroindustrial. A disponibilidade ou necessidade desses produtos para comércio respeita, portanto, os ciclos de produção dos setores pautados e das negociações internacionais", salienta Olsson.

Comércio internacional por região

O levantamento também detalha o desempenho das três microrregiões do Sul. Somadas, as 15 cidades da Associação dos Municípios do  Extremo Sul (Amesc), exportaram em abril de 2025, principalmente tabaco (US$ 7,88 milhões), leite e derivados (US$ 1,03 milhão) e máquinas (US$ 646 mil). As importações foram lideradas por ferro e aço, máquinas industriais e instrumentos médico-cirúrgicos.

Na Região Carbonífera, as exportações foram lideradas por máquinas e aparelhos mecânicos, produtos cerâmicos e carnes. Já na importação, o destaque são, principalmente plásticos, alumínio, reatores industriais e produtos químicos.

Quando o assunto é exportação, na Região de Laguna há a predominância das oleaginosas (US$ 24,46 milhões), cereais e produtos de madeira. Além disso, importou sobretudo combustíveis minerais, plásticos, produtos químicos e equipamentos eletrônicos.

"Na busca por mitigar os riscos associados à dependência setorial, podemos citar os incentivos à inovação. O aumento da complexidade produtiva, do nível tecnológico, da promoção da pesquisa e desenvolvimento, entre outros, contribui para agregar valor à cadeia produtiva regional e promove a criação de vagas de emprego qualificados. Quanto a ampliar a pauta exportadora, podemos citar a promoção das relações institucionais em nível internacional e a preparação dos produtores para facilitação dos negócios internacionais. Ou seja, estabelecer relações para promover negócios", ressalta o economista do Observatório.

Destinos e origens

Os principais destinos das exportações foram Coreia do Sul (US$ 15,77 milhões); Estados Unidos (US$ 10,17 milhões); China (US$ 9,25 milhões); Irã (US$ 8,73 milhões) e Argentina (US$ 6,29 milhões), que comprovam presença significativa em mercados asiáticos, americanos e do Oriente Médio. Já no lado das importações, a China lidera com folga, com US$ 33,67 milhões, mais que o dobro do segundo colocado, a Índia (US$ 13,18 milhões). 

Também se destacam, Colômbia (US$ 5,05 milhões), Reino Unido (US$ 4,05 milhões) e Espanha (US$ 3,73 milhões), que retratam a forte dependência da Ásia para o suprimento de bens industriais.

Por outro lado, as importações foram fortemente dominadas pela China (US$ 33,67 milhões), seguida por Índia (US$ 13,18 milhões), Colômbia (US$ 5,05 milhões), Reino Unido (US$ 4,05 milhões) e Espanha (US$ 3,73 milhões). O estudo aponta que a dependência pela Ásia, especialmente da China, reforça a vulnerabilidade externa da região no que diz respeito ao suprimento de insumos industriais.

Contribuição do Observatório

A análise sobre exportações e importações é mais um dos muitos trabalhos desenvolvidos pelo Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação, setor da Unesc que disponibiliza informações para orientar a sociedade da Amrec, Amesc e Amurel com o intuito de promover o desenvolvimento econômico, social, ambiental e do ecossistema de inovação.

"A Unesc tem o compromisso permanente com o desenvolvimento regional, e o Observatório é uma das ferramentas mais estratégicas que colocamos à disposição da sociedade. O estudo sobre exportações e importações, assim como tantos outros trabalhos, representa uma importante contribuição para que os municípios da região tomem decisões mais assertivas e planejadas. Ao reunir, analisar e disponibilizar dados de forma acessível, o Observatório atua diretamente na promoção do desenvolvimento econômico, social, ambiental e do ecossistema de inovação, reafirmando o papel da nossa Universidade como agente transformador da realidade em que está inserida", comenta a vice-reitora, Gisele Coelho Lopes.

Copyright © 2025.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito