Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

Decisão da Justiça impede nomeação de Filipe Mello na Casa Civil

Liminar foi dada em ação movida pelo PSOL
Por Renan Medeiros 04/01/2024 - 21:40 Atualizado em 04/01/2024 - 23:21

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

Notícia atualizada às 23h21

O desembargador substituto João Marcos Buch, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), concedeu liminar (decisão provisória) para que o governador Jorginho Mello (PL) se abstenha de nomear o filho, o advogado Filipe Mello, como secretário de Estado da Casa Civil. A ação foi movida pelo PSOL. O Governo do Estado vai recorrer.

O PSOL argumentou que a nomeação do filho do governador contraria princípios da administração pública, como a impessoalidade e a moralidade. A liminar foi concedida às 20h38 desta quinta-feira (4), quatro horas após o protocolo. A decisão suspende a nomeação até o julgamento definitivo da ação, um mandado de segurança coletivo. A defesa do governador ainda não se manifestou nos autos, mas emitiu nota à imprensa (veja mais abaixo).

"Padrões absolutistas e monárquicos", diz desembargador

Ao fundamentar a decisão, o magistrado viu presentes os dois requisitos para a concessão da liminar: a existência de um risco caso haja uma demora na decisão e a possibilidade de que o direito alegado seja plausível.

O desembargador teceu críticas à nomeação. “Perpetuar padrões absolutistas e monárquicos, onde o poder e influência eram determinados pelo parentesco, um pai se utilizar de sua influência para nomear seu filho a um cargo político não se mostra medida compatível a ser adotada após a instauração da República no país”, registrou.

Ele pontuou que, ainda que haja precedente do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de que a caracterização de nepotismo não se aplicaria à nomeação a cargo político, “seus princípios norteadores se aplicam”. O desembargador resgatou um decreto de 2008, “editado pelo então governador Luiz Henrique da Silveira, que veda a nomeação de cônjuge, companheiro(a) ou parente, para cargo em comissão, de confiança ou de função gratificada na administração pública estadual direta e indireta”.

O que diz o Governo do Estado

Em nota à imprensa, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) informou que vai recorrer. O órgão considerou a decisão "respeitável", mas "maculada de inconstitucionalidade". A PGE justifica que não há ilegalidade na nomeação e que esse entendimento está consolidado no STF.

"A decisão foi concedida em regime de plantão sem que o Estado pudesse se manifestar previamente, em respeito ao princípio constitucional do contraditório, e sem que houvesse urgência para tanto, uma vez que não havia risco de perecimento do alegado direito, caso houvesse a manifestação prévia do ente público", argumentou.

Contexto político da nomeação

A nomeação de Filipe Mello como secretário da Casa Civil foi anunciada pelo governador Jorginho Mello nessa quarta-feira (3), em meio a outras oito mudanças no primeiro escalão. No comunicado, Jorginho argumentou que a medida visa a melhoria dos serviços prestados à população catarinense.

Apesar das críticas da oposição, maior parte da Assembleia Legislativa considera positiva a nomeação de Filipe, sob o entendimento de que ele seria um canal de comunicação direta com o governador. Nas redes sociais, deputados estaduais manifestaram apoio à decisão do governador.

Filipe Mello substitui no cargo o deputado estadual tubaronense Estêner Soratto (PL), que retorna ao Legislativo. Além de advogado, o filho do governador já atuou em cargos no primeiro escalão em mandatos passados do Governo do Estado e da Prefeitura de Florianópolis.

Veja a íntegra da decisão:

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito