O novo treinador do Criciúma, Eduardo Baptista, completa em 2025 o seu 11° ano como técnico profissional de futebol. Hoje com 55 anos, Eduardo segue a carreira do pai Nelson "Nelsinho Batista", que também é treinador, e ainda está em atividade no futebol brasileiro, mesmo aos 74 anos e sem clube no momento.
Em 2024, pai e filho se enfrentaram duas vezes, com Eduardo no Novorizontino e Nelsinho na Ponte Preta. Nos dois confrontos, a equipe mandante saiu com a vitória, em cada turno do Brasileirão Série B.
Quando o comandante do Tigre iniciou sua carreira, em 2014, seu pai já estava consolidado no futebol brasileiro, já tendo mais de 30 anos de experiência. Antes da carreira como técnico, Eduardo trabalhou por muito tempo como preparador físico ao lado de Nelsinho. Inclusive, pai e filho, trabalhando juntos, conquistaram a Copa do Brasil de 2008, pelo Sport. Nos 11 anos na profissão, Eduardo Baptista chega ao seu 14° clube.
A carreira de Eduardo Baptista
Começo meteórico
Em 2014, ele assumiu o Sport Club do Recife como interino, após a demissão de Geninho. No ano de estreia, ele conquistou seus dois primeiros títulos, vencendo o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste. Ainda na equipe nordestina, seguiu até setembro de 2015, quando com a campanha de destaque no Brasileirão, se transferiu para o Fluminense de Ronaldinho Gaúcho, depois de 94 jogos pelo Sport.
Após apenas 24 jogos no tricolor carioca, foi demitido durante o estadual, e rumou para a Ponte Preta em abril, onde ficou até o final do ano e conseguiu uma boa oitava colocação.
Palmeiras
Depois de mais um Campeonato Brasileiro de destaque por uma equipe de orçamento inferior, foi contratado pelo Palmeiras, que era o atual campeão nacional. Na equipe de São Paulo, fez 21 jogos, dentre o Paulistão, onde caiu para a Ponte Preta, seu ex-clube, e a Copa Libertadores. Foi demitido após perder para o Jorge Wilstermann na altitude.
Passagens relâmpago
Depois da saída do Palmeiras em 2017, Eduardo Baptista colecionou passagens curtas, onde não chegou a completar 30 jogos pelas equipes. Ao sair do alviverde, foi para o Atlético Paranaense, onde ficou por cerca de 50 dias, e disputou 13 partidas.
Em seguida, em setembro de 2017, assumiu a Ponte Preta, onde havia feito um bom trabalho um ano antes, mas não conseguiu evitar o rebaixamento da Macaca. Saiu da equipe campineira durante o Paulistão, em março, após 28 confrontos.
No ano seguinte, no mês de abril, chegou ao Coritiba para o seu primeiro trabalho fora da primeira divisão, mas ficou por apenas quatro meses, e treinou a equipe do Paraná por 18 jogos.
Dias depois, retornou aos clubes da Série A, assumindo o Sport, mas acabou ficando por 40 dias, e deixou o clube após oito jogos.
Divisões inferiores
Depois de deixar o Sport, Eduardo Baptista ficou por cinco meses sem treinar nenhum clube, e voltou ao futebol em fevereiro de 2019, para comandar o Vila Nova na Série B. Lá, ficou por cinco meses, e treinou a equipe goiana por 23 jogos.
Em fevereiro de 2020, após mais um hiato na carreira, chegou ao CSA, que havia disputado a Série A em 2019, mas caiu como lanterna. Porém, na equipe alagoana, Baptista foi prejudicado pela pandemia de Covid-19, e apesar de ter ficado seis meses no comando do clube, treinou por apenas oito partidas.
Após a passagem no CSA, aceitou um desafio diferente: o Mirassol, na Série D. Na equipe do interior paulista, foi onde conseguiu a maior sequência da carreira desde o Sport, em 2014-2015. Lá ficou empregado por mais de um ano, e conseguiu o acesso como campeão da quarta divisão, e 57 jogos ao todo.
Depois de comandar o Mirassol em toda a campanha na Série C 2021, chegou ao Remo para a reta final da Série B, e tentar salvar a equipe paraense do rebaixamento. Apesar de bons resultados na Copa Verde, onde conquistou o, não conseguiu evitar o descenso para a terceira divisão, e retornou ao Mirassol para o Paulistão 2022.
2022
No Mirassol, fez um excelente começo de Campeonato Paulista e, após conseguir eliminar o Grêmio na Copa do Brasil, recebeu a proposta do Juventude, e voltou a treinar uma equipe de Série A após quatro anos.
Na equipe da Serra Gaúcha, não conseguiu bons resultados, e deixou o Juventude no meio do ano após 15 jogos. Ainda em 2022, chegou ao Atlético-GO, mas após menos de 30 dias e seis jogos, também deixou a equipe goiana, após apenas seis jogos.
Novorizontino
Em novembro de 2022, chegou ao Novorizontino, clube no qual viraria o mais longevo de sua carreira como treinador. No clube do interior paulista, chegou com o objetivo de evitar o rebaixamento para a Série C, e conseguiu.
No ano seguinte, foi mantido no comando da equipe, e bateu na trave na tentativa do acesso para a Série A. Com 63 pontos e a melhor defesa da competição, ficou a apenas um ponto do Atlético-GO, e não conquistou o acesso.
Em 2024, a história foi parecida, mas desta vez mais cruel. O Novorizontino disputou o acesso do início ao fim da Série B, porém, após não vencer em nenhuma das últimas três partidas na competição, perdeu a vaga na Série A na rodada final, tendo os mesmos 64 pontos do Ceará, que conquistou o acesso.
A chegada ao Criciúma
Depois da disputa do Campeonato Paulista pelo Novorizontino, onde chegou até as quartas de final, deixou o comando do Tigre após 105 jogos disputados. Um mês depois, chegou a outro Tigre, desta vez o Tricolor Carvoeiro, onde assumiu no último domingo (11), com um empate diante do Volta Redonda, por 0 a 0.

Os primeiros 10 anos da carreira de Nelsinho Baptista
A trajetória de Nelsinho Baptista como treinador começou em 1984, após uma sólida carreira como jogador. Ex-lateral com passagens por clubes como São Paulo, Santos e Juventus-SP, ele iniciou sua jornada à beira do campo no São Bento, de Sorocaba, no interior paulista.
Depois de rodar por clubes de menor expressão em São Paulo, chegou ao Athletico-PR em 1987, conquistando no ano seguinte o campeonato estadual.
Destaque nacional
Após uma passagem inusitada na Colômbia e o retorno ao interior paulista, ganhou destaque nacional com o vice-campeonato paulista de 1990, pelo Novorizontino (clube que fechou as portas em 1999, e 11 anos depois se tornou o atual Grêmio Novorizontino, ex-equipe de Eduardo Baptista), perdendo apenas a final para o Bragantino de Vanderlei Luxemburgo.
Com o bom trabalho, partiu para o Corinthians no mesmo ano, e lá venceu o primeiro título nacional da história do clube, o Campeonato Brasileiro de 1990. No ano seguinte, ainda venceu a Supercopa do Brasil, diante do Flamengo.
De acordo com o Transfermarkt, Nelsinho deixou o Corinthians em maio de 1991, e foi para o Guarani, onde ficou por dois meses, até chegar ao Palmeiras. No grande rival do Corinthians, ficou por um ano, do meio de 1991 até metade de 1992.
Após a passagem no alviverde, retornou ao Corinthians, onde ficaria até o final de 1993, e conquistaria o vice-campeonato no Paulistão de 1993.

Experiência internacional
Em 1994, trilhou um caminho alternativo, e abriu as portas para um destino comum nos dias atuais, mas raro à época, chegando ao Al-Hilal, da Arábia Saudita.
No país do Oriente Médio, ficou por seis meses, até chegar ao japonês Verdy Kawasaki, onde ficou até 1996.
No Japão, comandou a equipe ao título do campeonato nacional, em 1994, e ao vice em 1995, além de conquistar a Copa da Liga Japonesa de 1994.