A sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre as importações de revestimentos cerâmicos pode inviabilizar a permanência da indústria catarinense no mercado norte-americano. O alerta foi feito pelo presidente da Câmara de Assuntos de Energia da Fiesc, Manfredo Gouvêa, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior, nesta quinta-feira (7). Segundo ele, a medida anunciada por Donald Trump é um golpe direto sobre um dos setores mais importantes da economia do Sul do estado. “O mercado norte-americano é prioritário para as cerâmicas catarinenses. Essa sobretaxa inviabiliza a relação comercial. É um dumping tarifário”, afirmou. Segundo Gouvêa, a produção local já sofre com diversos entraves de competitividade, especialmente o alto custo do gás natural, que tem forte peso na indústria cerâmica por ser a principal fonte de energia usada nos fornos de produção.
Atualmente, a tarifa de distribuição do gás em Santa Catarina é 10% mais cara que em São Paulo. “Isso por si só já compromete a competitividade. E agora, com essa sobretaxa, é mais uma bomba para desarmar”, reforçou. O dirigente ainda destacou o descompasso com o cenário internacional. “Nos EUA, o milhão de BTU custa US$ 3,80. No Brasil, chega a US$ 14,30. Estamos disputando mercado com quem tem condições muito mais favoráveis”, comparou.
Ouça na íntegra o que disse o presidente da Câmara de Assuntos de Energia da Fiesc, Manfredo Gouvêa: