Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
DEIXE AQUI SEU PALPITE PARA O JOGO DO CRICIÚMA!

[Áudio] Criciúma 100 Anos - Episódio 54 - A VIRADA DE DÉCIO

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique

Por Redação Criciúma, 07/08/2025 - 17:41 Atualizado há meio minuto

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

A VIRADA DE DÉCIO
Embora o mandato de Paulo Meller tenha sido o primeiro a permitir a reeleição, quem se botou nos palanques foi o antecessor.
Bombado franco favorito pelas pesquisas eleitorais, o ex-prefeito Eduardo Moreira voltou a mil.
Ao menos até as vésperas do "vamos ver quem é que tem garrafa vazia pra vender".
A surpresa veio na última hora com o arquiteto Décio Góes, de novo candidato do PT, eleito com 49,5% dos votos.

Para os analistas políticos de Santa Catarina, o que se destacou não foi a vitória de Décio, mas a derrota de Eduardo.
Só que as surpresas naquela campanha não se limitaram a quem perdeu e quem ganhou.
A bordo de um nada discreto Fusquinha cor-de-rosa, a jovem candidata do PFL, Romanna Remor, foi a sensação.
Não levou, ficou em terceiro, mas grifou com a cor a última eleição do século deixando abertas as portas para novos voos.


Episódio 53 - AVENIDA CHILE, ENTRADA E SAÍDA DA CIDADE
Paulo Meller foi o prefeito recordista em pavimentações num único mandato.
O balanço ao final de seu governo contabilizou 212 quilômetros com asfalto e lajotas.
Os investimentos na infraestrutura contribuíram para a solução de dois antigos gargalos no sistema viário.

O primeiro nó cego no trânsito era o acesso à universidade e arredores.
Como o fluxo de veículos travava no Pinheirinho, a opção foi uma variante da Centenário à Avenida dos Italianos.
O segundo gargalo, também na Centenário, era na Próspera, resolvido com a pavimentação da Avenida Chile.
Renomeada Gabriel Zanette, ela se tornaria mais tarde a principal entrada e saída da cidade ao se ligar à Via Rápida.



Episódio 52 - A CRISE NOS HOSPITAIS

Na área da saúde, a administração de Paulo e Maria foi de continuidade à de Eduardo Moreira.
O que ninguém esperava é que logo no início de 1997, o Grupo Guglielmi detonasse uma bomba no setor.
Na verdade, duas. 
A primeira foi o pedido de descredenciamento do SUS do Hospital São João Batista.
A segunda, o fechamento do Hospital Infantil Santa Catarina, colocado à venda no dia seguinte.

Se Eduardo teve a amizade de Itamar Franco, Paulo Meller caiu nas graças de Fernando Henrique Cardoso.
Na mesma audiência em que soube do caos em Criciúma, FHC liberou verba para a compra do Santa Catarina.
O hospital não foi reaberto, mas passou a funcionar como pronto-atendimento infantil 24 horas.
Na Boa Vista e na Próspera, Paulo investiu em unidades também 24 horas com ultrassom, raio-x e pequenas cirurgias.
Um alívio muito bem-vindo na fila do pronto-socorro do Hospital São José.



Episódio 51 - É PAULO MELLER & MARIA

A popularidade do prefeito Eduardo Moreira bateu ponto nas urnas.
Em 3 de outubro de 1996, uma quinta-feira, o ex-secretário de Obras, Paulo Meller, obteve mais de 40 mil votos.
Na soma, 47% contra 31 do ex-prefeito Altair Guidi e sua vice, a radialista Dalva Donadel.
Décio Góes, do PT, parou em 8%, acima do ex-presidente do Criciúma, Moacir Fernandes, do PFL, com 7.
A campanha registrou ainda um insólito Robak, do PCdoB, com mil votinhos.

Um aporte naquele pleito foi o da vice de Paulo Meller, a professora e vereadora tucana Maria Dal Farra Naspolini.
Na Câmara, foi dela a lei que tornou Criciúma a terceira cidade brasileira a adotar o uso do cinto de segurança nos veículos.
Liderança respeitável na comunidade católica, Maria arrastou multidões a comícios e passeatas.
Empossada, criou e acumulou com extrema dedicação a Secretaria da Ação Social e da Família.



Episódio 50 - METRÔ DE SUPERFÍCIE E SUCESSÃO

A Fundação Cultural e a FME não foram os únicos legados da gestão de Eduardo Moreira e Anderlei Antonelli. O de maior amplitude social atende até hoje pelo pomposo nome de Sistema Integrado de Transporte Coletivo. Com um terminal central e outros dois nas zonas norte e sul, o projeto funcionaria como metrô de superfície. Na Linha Amarela, a conexão entre os terminais. Na Branca, a ligação com os bairros. Quem embarcasse, pagaria - e paga até hoje - uma única tarifa por todo o itinerário.

O Sistema Integrado de Transporte Coletivo foi ativado no feriado de Sete de Setembro de 1996, um sábado. Apesar da boataria em torno da previsão de uma certa Mãe Diná, a população bateu ponto na véspera na inauguração dos três terminais. Na manhã seguinte, os ônibus amarelinhos encerraram o desfile da pátria na Avenida Centenário. Um mês antes da eleição em que Eduardo e Antonelli teriam que cravar o sucessor.

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:
 



 

 Episódio 49 - O DIA QUE VIROU NOITE

A manhã ensolarada de 3 de novembro de 1994 paira até hoje na memória coletiva sul-catarinense. Mais nítida, com certeza, na lembrança de quem residia em Criciúma. Por volta das 10 e 45, um eclipse total do sol mandou a passarinhada de volta aos ninhos e um céu sem nuvens se encheu de estrelas. Um espetáculo astronômico nunca visto por aqui e testemunhado por pelo menos três gerações.

A localização de Criciúma no centro da faixa bloqueada pelo eclipse deu à cidade uma projeção internacional. De todos os continentes vieram astrônomos renomados, instalados com seus equipamentos em postos de observação. Destaque para a Vila Olímpica, no Morro Cechinel, e a Plataforma de Pesca na zona norte do Rincão. Um dia obscurecido por um alinhamento astral, mas bem por isso aceso nas nossas recordações três décadas depois.

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:



 

Episódio 48 - DA PIRITA AO CT DO TIGRE

Ainda em seu primeiro ano, o prefeito Eduardo Moreira teve de enfrentar a pior das suas dores de cabeça: um lixão a céu aberto no bairro Naspolini. A mudança de local para uma área degradada pela mineração próxima ao bairro Sangão provocou a reação irada de moradoras. O novo endereço, uma enorme cratera de rejeitos piritosos, só desceu a goela da comunidade após a escolta da Polícia Militar e a promessa de um aterro controlado.

Áreas degradadas sempre foram um passivo ambiental insolúvel na região de Criciúma. Cobrir com terra vegetal era a primeira opção, mas construir praças e parques a melhor de todas. Com esse foco, Eduardo negociou com a nova direção da CSN, privatizada justamente em 1993. Em troca de um cheque simbólico de R$ 1, a prefeitura assumiu a triste herança de dezenas de hectares. Doze deles foram doados ao Criciúma Esporte Clube no bairro Cristo Redentor, local de um novíssimo centro de treinamento.

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:

 

 

 

Episódio 47 - A FILA DO INPS

Eduardo Moreira nasceu em Laguna por acaso.
O pai, natural de Juiz de Fora, veio trabalhar no porto na década de 1940, casou e formou família.
O retorno à cidade mineira em 1962 deu a Eduardo duas oportunidades por lá: cursar a faculdade de Medicina e conhecer o prefeito.
Um tal de Itamar Franco.

Assim que tomou posse, Eduardo soube aproveitar a antiga amizade com o agora presidente Itamar Franco.
O programa federal Saúde da Família incluiu Criciúma entre apenas 12 municípios na sua fase piloto.
Recursos federais bancaram uma central telefônica com ramais externos conectando a prefeitura aos postos de saúde.
O agendamento de consultas online pôs fim à vergonhosa "fila do INPS" na Rua João Pessoa. 
Um vexame conhecido pelo comércio de senhas e de noites e madrugadas sem fim.
 

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:

 




Episódio 46 - O LEGADO DAS FUNDAÇÕES
O início da gestão de Eduardo Moreira em janeiro de 1993 trouxe uma boa notícia e duas novidades.
Já na posse no Teatro Elias Angeloni, ele assinou convênio com o Hospital São José encerrando a cobrança de consultas no pronto-atendimento.
As novidades foram a Fundação Cultural de Criciúma e a Fundação Municipal de Esportes.

Para a presidência da Fundação Cultural, Eduardo convidou outro colega, o oftalmologista de renome nacional Henrique Packter.
Para a FME, o bancário Vílson Reis, conhecido pela militância social tanto na Associação Atlética Banco do Brasil como no Bairro da Juventude.
As duas fundações geraram legados preservados até os dias de hoje.

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:


 




Episódio 45 - EDUARDO, ANTONELLI E... ÊNIO COAN

Derrotado por Altair Guidi na disputa pela prefeitura em 1988, o cardiologista e deputado federal Eduardo Moreira retornou em 92. Com o colega ortopedista Anderlei Antonelli, o confronto foi com uma chapa poderosa. O presidente do Criciúma Esporte Clube, Moacir Fernandes, e Guido Búrigo, presidente da Acic, apoiados por Altair.
No meio da campanha, um imprevisto quase antecipa o resultado. Na volta de um comício no Rio Maina, o carro em que Altair e Moacir estavam levou uma fechada, bateu e ambos se machucaram.

 

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:

 


Episódio 44 - LIBERTADORES, PRÓ-VIDA E FATALIDADE GLOBAL

A participação do Criciúma na Libertadores foi destaque nacional no primeiro semestre de 1992. Representando o Brasil com o São Paulo de Telê Santana, o Tigre surpreendeu o país pelas lentes da recém-criada rede de televisão OM. Superou equipes do Peru e da Bolívia e só parou no saldo de gols diante de Zétti, Palhinha, Raí & Cia.Com um Heriberto Hülse aplaudindo de pé uma campanha tão espetacular quanto memorável.

Na raia política, o presidente Collor tentava apagar o fiasco do bloqueio das poupanças com programas populares. O Pró-Vida, por exemplo, empenhara uma grana alta para despoluir a Região Carbonífera. Grana, aliás, que nunca veio porque Collor sofreu impeachment e foi afastado pelo Senado. Renunciou no dia 28 de dezembro de 1992, mas ninguém deu a mínima. Na mídia e na tela da Globo naquela noite o que causou mesmo foi a morte da atriz Daniella Perez, brutalmente assassinada por um colega da novela De Corpo e Alma.

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:

 


 

PROGRAMA 43 - UM VERÃO A PROVA DE FOGO

Se o título do Tigre na Copa do Brasil rendeu mídia nacional no inverno, manchetes bem mais eloquentes dominaram o início do verão.
A privatização da Carbonífera Próspera colocou em cena um empresário minerador conhecido pela ousadia e destempero.
Com fama de apoiar políticos de centro-esquerda, Realdo Guglielmi venceu o leilão local da CSN.
A compra incluiu reservas, escritório e a Mina A, no Sangão, agora em nome da Nova Próspera.

Quando tudo se encaminhava para o reinício da mineração, a queda da gaiola - isto é, do elevador - da Mina A no feriado de 15 de novembro brecou geral.
Frustrados com o impasse nas recontratações, os mineiros ocuparam o pátio do escritório no bairro Próspera em dezembro.
Tonéis de combustível mantiveram a polícia à distância e a queima de quatro veículos em dias alternados foi pro Jornal Nacional.
A intervenção do governador Vílson Kleinubing finalmente serenou os ânimos sacramentando um acordo de paz às vésperas do Natal.

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:

Copyright © 2025.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito