O vereador de Araranguá e delegado de polícia, Jorge Ghiraldo fez duras críticas à atuação da Câmara Municipal e à política local. Conhecido por sua atuação firme na segurança pública, o delegado afirmou que ainda não se adaptou completamente à vida de político, e não estar feliz com o cargo. “A função de vereador é deprimente para mim. Eu não estou gostando, não me adaptei. Eu pensei que a política fosse um pouquinho mais séria, mas pelo que estou vendo é a mesma coisa, é uma mesmice”, afirmou Ghiraldo, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, nesta quinta-feira (26).
Delegado há 44 anos, Ghiraldo disse que entrou na política para "fazer a diferença", mas encontrou um ambiente dominado por "politicagem". Segundo ele, muitos vereadores atuam conforme interesses externos. “Muitos vereadores são colocados ali para fazer o que alguém lá atrás manda. Eu não vou ser manipulado. Eu não vou ser marionete de ninguém”, desabafa o vereador.
Ele relatou que já foi voto vencido em diversas pautas, mas manteve sua posição firme em defesa da moralização do uso do dinheiro público. Citou, como exemplo, a oposição à proposta de doação de dinheiro público a uma entidade que realiza festas com cobrança de ingresso, o projeto do vale-refeição para vereadores e a ampliação de diárias para assessores. “Eu tenho vergonha. Vamos moralizar a coisa do dinheiro público. Nós não somos um banco. A prefeitura não é um banco onde pode bancar tudo que a população quer", opinou Ghiraldo.
No começo desta semana, durante uma sessão da Câmara, o delegado fez um desabafo. Questionado sobre para quem se tratavam as falas, ele afirmou que é para todos que são contrários. "Ninguém queria que eu estivesse ali na Câmara de Vereadores de Araranguá", externou.
Projetos
Ghiraldo também adiantou que irá apresentar um projeto voltado à saúde pública, propondo a realização de exames toxicológicos em todos os servidores da Câmara, Samae e Prefeitura. “Vou moralizar, vou começar a coisa de cima, vou desmotivar o uso de substâncias tóxicas”, afirmou.
Apesar das dificuldades, o vereador diz que seu posicionamento tem surtido efeito. “No vale-refeição, não foi tirado da pauta. A doação de ração também foi tirada. Eu acho que eles estão entrando nos trilhos ali.” Ele também criticou o excesso de homenagens na Câmara e a falta de debates sobre projetos relevantes. “Todo dia homenagem para o fulano, para o beltrano. Não se discute um projeto lá", acresenta.
Ouça o que disse o vereador e delegado: