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[Áudio] “A emoção foi quando passei pelos meus filhos e eles não me reconheceram", diz Vaguinho

Prefeito de Criciúma viveu 20 horas como morador de rua e relatou a experiência ao Programa Adelor Lessa; Ouça o relato emocionante

Por Fernanda Zampoli 29/07/2025 - 08:16 Atualizado em 29/07/2025 - 09:36
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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O prefeito de Criciúma, Vaguinho Espindola, passou um dia e uma noite caracterizado como uma pessoa em situação de rua, percorrendo pontos do centro da cidade, dormindo em papelão, enfrentando o frio e a solidão. A experiência, feita de forma sigilosa, foi revelada na manhã desta terça-feira (29) durante uma entrevista ao programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior. Visivelmente emocionado, Vaguinho contou que a ação teve como principal objetivo sentir na pele a realidade enfrentada por quem vive nas ruas de Criciúma. “A gente fala em se colocar no lugar do outro, mas é diferente quando você sente o mesmo cheiro, a mesma atmosfera. Não é uma narrativa. É realidade”, afirmou. 

A iniciativa ocorreu no dia 10 de julho. Ele começou a caracterização por volta das 5h da manhã e permaneceu nas ruas até a madrugada do dia seguinte, quando foi abordado por um agente da assistência social e, então, revelou sua identidade. O ponto mais marcante da vivência, segundo ele, foi o momento em que passou pelos próprios filhos e eles não o reconheceram.

“Ali eu senti de verdade. A emoção foi quando passei pelos meus filhos e eles não me conheceram. Essa foi a cena que mais me emocionou”, relatou com a voz embargada. “Talvez esse seja o maior trauma de quem está nas ruas: o medo ou a vergonha de voltar para casa e ser visto assim por quem ama", acrescentou

Durante a experiência, o prefeito percorreu locais como a Avenida Centenário, Praça Nereu Ramos, a região dos trilhos e pontos de sinalização da cidade. Conversou com moradores em situação de rua e vivenciou a solidariedade de diversos criciumenses, que lhe ofereceram comida, café, dinheiro e palavras de fé. “Em menos de 15 minutos, consegui R$ 5,75 nas sinaleiras. Isso mostra o quanto nossa população é solidária, mas também ajuda a explicar por que pessoas em situação de rua migram para cá. A doação direta, muitas vezes, alimenta o vício e prende ainda mais essas pessoas nessa realidade”, avaliou.

O prefeito destacou ainda que a dependência química é, segundo ele, o maior entrave para que essas pessoas deixem as ruas. “Talvez não seja o motivo de entrarem nessa vida, mas posso afirmar que é o principal motivo para não saírem dela. A droga seduz e escraviza", detalhou

Após a experiência, Vaguinho anunciou que o município vai adotar novas medidas, incluindo internação involuntária em alguns casos, além de ações conjuntas com as forças de segurança e assistência social. “É preciso combater o tráfico e o crime organizado com firmeza. E também oferecer estrutura para quem quer sair das ruas. Ninguém nasceu na rua. Todos têm uma história.”

A Prefeitura já iniciou reuniões com equipes técnicas e forças de segurança para a criação de um novo protocolo de abordagem e acolhimento. “Agora falamos com propriedade. É hora de transformar dor em política pública efetiva”, finalizou o prefeito.

Ouça na íntegra o que disse o prefeito de Criciúma, Vagner Espíndola, o Vaguinho:

 

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