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Acho que fui infectado pelo coronavírus: o que devo fazer?

Por Dr. Renato Matos 30/11/2020 - 16:52 Atualizado em 30/11/2020 - 16:53

Aconteceu: você começa a ter aqueles sintomas que lembram gripes e resfriados: dor de garganta, coriza, tosse, dores musculares, dor de cabeça. Às vezes febre, outras, sintomas de gastroenterite. Esses sintomas se mesclam de diferentes formas e intensidades.

Caso tenha perdido o olfato e/ou o paladar, o diagnóstico está praticamente selado: é o coronavírus.

A probabilidade evidentemente aumenta se você participou de algum evento social, principalmente em ambientes fechados e sem uso de máscaras, ou teve contato com alguém sabidamente contaminado.

Nada de desespero: vamos partir do princípio de que em aproximadamente 80% dos casos a doença é leve e você não vai precisar de atendimento hospitalar. Porém, numa doença de comportamento altamente imprevisível, é importante que você seja acompanhado, mesmo que a distância, por um profissional de saúde habilitado.

Além do bom atendimento é fundamental que haja continuidade na atenção de saúde. É vital que você tenha acesso a um médico ou serviço de saúde, que, caso necessário, possa rapidamente acionar. 

Suspeita da doença e o papel dos testes:

Durante uma pandemia, quando estamos em fase de alta transmissão comunitária, como é o caso no momento, a presença de sintomas compatíveis geralmente é suficiente para que o diagnóstico seja presumido e que as necessárias medidas iniciais sejam tomadas. Nesse contexto, mesmo resultados negativos de exames não excluem o diagnóstico.

Se os testes forem acessíveis, sempre devem ser realizados. 

Na fase inicial dos sintomas, os testes a serem realizados são aqueles do “cotonete”: PCR ou teste do antígeno.

Nunca faça os testes sorológicos (aqueles de sangue ou “rápidos”) nesse momento - eles só serão positivos vários dias depois.

Avaliando o risco:

Devemos avaliar as comorbidades: quando presentes, o acompanhamento deve ser feito com maior frequência.

O sintoma mais preocupante é a falta de ar. Além da intensidade, sua trajetória. A rápida progressão é uma forte evidência de que o caso poderá evoluir mal.  

Se houver desconforto para realizar atividades que antes você fazia sem dificuldade, como subir escadas ou caminhar, fique alerta. Se o desconforto respiratório ocorre em repouso, estamos frente a um caso potencialmente grave.

Sempre que possível, adquira um oxímetro, aparelho que, colocado no dedo, indica a saturação de oxigênio. Em resumo, como seu pulmão está realizando as trocas gasosas. Valores baixos (geralmente abaixo de 94%) são sinais de que seu pulmão está tendo dificuldade em captar oxigênio – e estratégias diferentes de atendimento podem ser adotadas.

A necessidade de exames complementares é definida de acordo com a gravidade com que os sintomas e sinais se manifestam.

Não tome antibióticos por sua conta – essa é uma doença viral, não há indicação rotineira de seu uso. Também não use corticoide na fase inicial. A sua indicação no contexto Covid-19 é quando os níveis de oxigênio já começaram a baixar a níveis pré estabelecidos. Fora desse contexto, seu uso pode piorar a evolução.

Infelizmente, não existem medicamentos específicos que, tomados precocemente, modifiquem o curso da doença. Existem muitos detalhes que devem ser esmiuçados: procure profissionais de saúde que sabem lidar com essa infecção.
Evite disseminar o vírus. 

Se sua infecção for considerada leve, fique em casa.
Em caso de piora, procure rapidamente reavaliação médica.

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