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Lúcio, Viajante

Por Henrique Packter 10/12/2019 - 06:48 Atualizado em 10/12/2019 - 20:51

Pois minha gente da mídia digital, mais um NATAL se aproxima. Já são mais de 80 em minha vida e aproveito esta oportunidade para fazer breve pausa no relato sobre PIONEIROS MÉDICOS, agora no PORTAL 4OITO. Falava eu de NYRA TEREZINHA BÚRIGO ESCOUTO, a primeira médica em Criciúma. Peço licença para contar de uma das minhas lembranças do NATAL, data universal pertencente à HUMANIDADE.

Acho que todo o mundo sabe de meu filho LÚCIO, Filósofo-Clínico que anda por esse mundo de Deus, levando sua mensagem cujo finalidade última é propiciar nova maneira de pensar às gentes, uma nova interpretação do mundo.

LÚCIO anda por tudo. Ainda agora mesmo retornou de Monterrey, no México, onde ensinou sua arte a ianques, mexicanos, e alguns brasileiros. Já fizera o mesmo na Grécia, Espanha, Portugal, Inglaterra, França, Itália...

LÚCIO, VIAJANTE COMO TOM JOBIM

Desce com frequência no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Entrevistado, queriam saber porque não se fixava em POA, como todos os outros filósofos gaúchos. Respondeu que a culpa era de Tom Jobim.

De fato, indagado porque não se fixava logo no RJ, deixando Noviorqui para lá, Tom respondeu:

- Nova York é bom, mas é uma merda! RJ é uma merda, mas é bom!

Em Israel, Lúcio esteve duas vezes palestrando na Hebraica. Pois foi quando voltou de uma dessas duas viagens que se demorou a falar sobre a cidade Santa, Jerusalém. Não por acaso, era data próxima do NATAL. Não sou propriamente um homem religioso, mas sua narrativa sobre Jerusalém, contestada capital de Israel, causou-me impressão que ainda perdura.

Jerusalém, coberta de sol e de histórias, que nunca foi entroncamento comercial, nem local estratégico para guerras -, no tempo de Davi era uma aldeiazinha que conquistara para os judeus. Vida, paixão, morte ressurreição e glória, fizeram-na cenário para diversos dramas e gosto.

Perto dali está Tel Aviv e o mar. Mar de onde saíram barcos fenícios e os navios de Salomão que cruzaram os oceanos do mundo. Tel Aviv e Jerusalém distam uma hora de carro por estrada ladeada de campos floridos.

Não há quase sinais de antigas batalhas em Jerusalém, mas ali já rolaram esteiras de tanques. A palavra mais usada em Israel é Shalom (Paz), mas a presença de guerra é constante. Fantasma visível, olhando bem, Paz está em toda a parte.

Nunca estive em Israel ou em Jerusalém onde há túmulos e lâmpadas votivas. Todos sabem que as guerras no Oriente Médio são articuladas longe de lá, não exatamente em Gaza ou Golã, mas lugares bem mais distantes.

O automóvel, rumando para Jerusalém, sobe e de repente ela surge, em cima das colinas douradas por sol absurdamente luminoso.

Chegando, fica-se a olhar as pedras, que é o que mais há, na cidade, que para cristãos, judeus e maometanos é mais do que um aglomerado de casinholas, mas uma razão de vida que justifica a esperança e explica a fé.

Lúcio ficou comovido diante dos muros que cercam a cidade velha. Jerusalém, patrimônio de todos, é a cidade do homem, lar comum e quase imaterial de uma humanidade ainda dividida por não ter aprendido a lição de humildade e obstinação daquelas pedras.

Jerusalém é uma cidade velha. Já era antiga quando os judeus começaram a sair do Egito, mais de 1.500 anos atrás. Na época dos juízes, em cima daqueles morros, vivia Jebus, uma espécie de rei de pequena tribo. Capital política e militar do reino, Davi vem muitos e muitos anos depois e conquistou-a para si e para seu povo. Foi buscar a Arca da Aliança em Samaria quando percebeu que seu reino era mais que cidadãos e armas.

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